sexta-feira, 20 de maio de 2011

Conselho da USP sugere à reitoria presença da PM no campus (Postado por Erick Oliveira)

O Conselho Gestor da Universidade de São Paulo (USP) decidiu, em reunião realizada nesta sexta-feira (20), sugerir à reitoria a presença da Polícia Militar no campus da universidade. Para isso, vai desenvolver um protocolo para definir os limites da ação da PM.
A medida foi tomada após o assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, baleado em um estacionamento da Faculdade de Economia e Administração (FEA) na noite desta quarta (18).
Segundo a assessoria de imprensa da USP, o próprio conselho irá coordenar a elaboração do protocolo. Ele será apenas assinado pelo reitor assim que for concluído.
A decisão de realizar o protocolo será informada ainda nesta sexta ao reitor João Grandino Rodas, que já se posicionou favorável à entrada da polícia no campus. Não há prazo, no entanto, para que o protocolo seja definido.
De acordo com José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica e presidente do conselho, o protocolo deverá ser feito "de maneira imediata" para definir os limites para a ação da PM na USP. Atualmente, os policiais apenas fazem algumas blitzes esporádicas para tentar conter o roubo e o furto de carros e sequestros-relâmpagos. “Os limites serão discutidos com a reitoria e com a comunidade o mais rápido possível”, disse o professor.
“Existe uma série de ações que a PM não faz no campus, a PM não aborda uma pessoa no campus. O que vai ser discutido é como que será por exemplo coisas desse tipo. A PM entra aqui quando é acionada, em comum acordo com a Guarda Universitária”, disse Cardoso.
De acordo com Cardoso, outras ações de segurança já estavam sendo tomadas pela USP antes da morte do estudante, como o aumento da iluminação das áreas públicas – que já está em licitação – e o aumento do efetivo da Guarda Universitária. Entretanto, não se cogita que a guarda passe a atuar armada.
“O Conselho Gestor do campus nunca ficou parado nessa questão de segurança. Sempre, em todas as suas reuniões, discute o tema com profundidade. Várias ações foram sugeridas, várias ações estão sendo implementadas”, afirmou o professor.
O coordenador acrescentou que a reunião não discutiu nenhum aumento no controle da entrada no campus, assim como mudanças no período de fechamento dos portões. “A reitoria já esta tomando ações no sentido de facilitar a identificação do movimento de pessoas dentro do campus. E tudo isso vai ter que ser feito dentro de uma legislação que vai ser definida pela Procuradoria Geral do campus.”
O professor ressaltou a necessidade da presença da PM no campus comparando a cidade universitária com o restante da cidade. “Esse episódio mostra que nós não estamos em um ambiente diferente do que todo mundo nesta cidade está. Coisas desse tipo ocorrem no país inteiro, aqui não é diferente. A única diferença é que lá fora há uma presença mais ostensiva dos órgãos que ajudam na segurança. Coisa que aqui no momento nós entendemos que precisamos de ajuda”, disse Cardoso, que espera uma ação da PM cada vez mais próxima do que ocorre fora da universidade.
Decepção
O estudante Adrian Fuentes, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE), saiu decepcionado da reunião. “Essa reunião acabou sendo muito protocolar, queriam aprovar esse protocolo, que é muito obscuro, ninguém sabe muito bem do que se trata”, disse o aluno. “Isso não foi discutido com a comunidade uspiana. Por mais que se tenha todo esse problema nós não temos a posição de todo mundo, acaba sendo um conselho que é muito restrito, a gente acaba não tendo um espaço democrático.”
Segundo o estudante, apenas ele e uma professora votaram contra o estabelecimento do protocolo de ação da PM. “A gente tem problema com muitas atitudes da PM hoje em dia, a própria sociedade sofre muitas vezes problemas com a polícia, abuso de poder”, disse. “A posição que o DCE toma é que tenha mais preparo da guarda universitária e que o campus não fica abandonado do jeito que está. Hoje a população não faz uso do espaço. Durante a noite a entrada é limitada, causando um esvaziamento.”
Fuentes reclamou que um guarda universitário foi impedido de dar suas impressões na reunião, e segundo o estudante, tinha muitas contribuições a serem feitas. “Ele estava pedindo que a guarda tivesse investimentos e fosse melhor equipada”, afirmou. O presidente do conselho explicou porque o guarda foi impedido de falar. “Ele não é membro do conselho, nós não podemos autorizar alguém que não é membro do conselho a falar, sob pena de toda essa reunião ser cancelada. Nós podemos ouvi-lo fora, mas tudo o que ele falou nós já sabemos, não tem nenhuma novidade”, disse o professor Cardoso.

Um comentário:

Notícias Rio Brasil disse...

Um lugar enorme e mal iluminado, frequentado por pessoas de alto poder aquisitivo, isto parece um pesque-e-pague para ladrões. “Vamos lá na USP porque tem um monte de playboy dando mole”.
A solução óbvia seria a polícia militar fazer a segurança do campus, mas são impedidos de fazer por causa de uma minoria que acha que ainda estamos no regime militar e a presença da polícia iria de alguma forma impedi-los de se manifestar ou qualquer outro barulho que queiram fazer, não existe mais isso, a ditadura acabou a 26 anos e o DCE pode fazer a merda que quiser dentro do campus que a polícia não vai perturbar ninguém.
Na matéria do G1 abaixo podemos ler o depoimento de um rapaz que votou contra a presença da PM no campus e fala sobre abuso de autoridade da PM, o que poderia ser mais “abuso de autoridade” do que o tiro que o rapaz levou na nuca. Em relação a guarda universitária que é desarmada, não há o que fazer para melhorar, desarmados eles sempre vão se esconder atrás da moita.
Não fiquem preocupados, sempre vai ter um lugar escondidinho para fumar um baseado, nada contra.