sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Internauta filma Ford New Fiesta reestilizado no Rodoanel, em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 O novo visual do New Fiesta não é segredo, mas a presença dele no Brasil chama a atenção. Por enquanto, os carros que aparecem rodando em estradas do país estão escondidos sob camuflagens, mas um comboio filmado pelo internauta Alessandro Abreu, em São Paulo, mostrou 4 carros em cores diferentes.

Abreu, que é terapeuta e biólogo, viu os carros na última quarta-feira (12), no Rodoanel, quando voltada do interior de SP. "Pensei que era um [Fiat] Punto", comentou. Ele fez dois vídeos diferentes e mandou ao VC no AutoEsporte.

 Nota da redação: O New Fiesta passou por uma reestilização na Europa e foi uma das atrações da Ford no Salão de Paris, em setembro passado, e, logo depois, veio ao Salão de São Paulo.

A montadora não revela quando, mas em breve o modelo deixará de ser impostado do México e passará a ser produzido no Brasil, provavelmente na planta de São Bernardo do Campo (SP), tanto na versão hatch e da sedã.

A primeira reestilização do New Fiesta tem como maior destaque a grade avantajada, rodeada por faróis discretamente atualizados e para-choques sensivelmente redesenhado.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Chef de cozinha é morto a facadas por ajudante em hotel de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 O chef de cozinha de um hotel dos Jardins, em São Paulo, foi assassinado a facadas por um ajudante de cozinha na noite desta quarta-feira (12), segundo a Polícia Militar. O crime ocorreu por volta das 20h no Quality Hotel, na Alameda Campinas.

Segundo um funcionário do estabelecimento, o ajudante esfaqueou o chef de cozinha após uma discussão. Em seguida, ele tentou fugir, mas foi preso por policiais militares que passavam pelo local. O resgate do Corpo de Bombeiros foi acionado, mas a vítima morreu antes de ser socorrida. A ocorrência será registrada no 78º Distrito Policial, nos Jardins.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Sete PMs suspeitos de executar três jovens em SP são presos (Postado por Lucas Pinheiro)

Sete policiais militares suspeitos de executar três jovens no Parque Taipas, na Zona Norte de São Paulo, em 12 de julho deste ano, foram presos nesta segunda-feira (10).

Segundo informações do boletim de ocorrência registrado na época, as mortes aconteceram na Rua Chafariz das Marrecas. Os PMs foram avisados de um roubo de veículo em andamento e localizaram o Gol vermelho ocupado por quatro suspeitos na Avenida Raimundo Pereira de Magalhães. As equipes perseguiram o veículo até a Rua Chafariz das Marrecas, onde o Gol bateu em um muro.

Ainda de acordo com o boletim de ocorrência, neste momento, o grupo desceu do veículo atirando contra os policiais. Douglas Silva de Lima, de 18 anos, e dois adolescentes de 16 anos foram baleados e socorridos ao Pronto-Socorro de Taipas, mas não resistiram. O quarto suspeito conseguiu fugir por uma viela. Com o trio, os policiais encontram uma espingarda calibre 12, duas pistolas calibre 380 e um revolver calibre 45.

 No decorrer das investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)  e da Corregedoria da Polícia Militar, as testemunhas disseram que não houve troca de tiros, e, sim, uma execução.

Os suspeitos foram levados ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) por volta das 22h desta segunda-feira para serem apresentados ao delegado. Logo depois, os policiais seguiram para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. Após o exame no IML, os policiais serão levados para o presídio da PM na capital.

Em nota, a PM informou que não compactua com qualquer tipo de irregularidade praticada por seus integrantes e que a Corregedoria acompanhou o cumprimento dos mandados, "demonstrando a seriedade e a lisura da PM no tratamento desses casos.”

Fim de semana
Neste fim de semana, outros policiais militares foram presos em São Paulo. No sábado (8), Maurício Penny Ribeiro foi detido suspeito de atear fogo no jovem Washington Ramalho da Silva. Ele teve 60% do corpo queimados durante uma abordagem policial na Zona Sul. Até a tarde desta segunda-feira (10), Silva seguia internado em estado grave e estável no Hospital do Servidor Público Estadual. Ele não corre risco de morte.

No domingo (9), seis policiais militares foram presos suspeitos de matar um jovem e atirar em outro na região do Parque Edu Chaves, na Zona Norte de São Paulo. Os PMs afirmam que os rapazes reagiram a uma abordagem policial.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Trio faz arrastão em restaurante de bairro nobre em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

Três homens armados realizaram um arrastão em um restaurante especializado em comida japonesa localizado em bairro nobre de São Paulo, na madrugada desta sexta-feira (7). Ao menos 10 clientes e cinco funcionários foram assaltados dentro do estabelecimento.

O arrastão ocorreu pouco depois da meia-noite, em um restaurante localizado na Avenida Lavandisca, em Moema, na Zona Sul da capital. O trio invadiu o imóvel e forçou clientes e funcionários a se deitarem no chão.

Cinco minutos depois, os três fugiram levando dinheiro do caixa além de carteiras, bolsas, relógios e celulares dos clientes.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Policial militar morre após ser baleado por policiais civis, diz PM (Postado por Lucas Pinheiro)

O policial militar ferido por tiros no Grajaú, na Zona Sul de São Paulo, na noite desta segunda-feira (3), não resistiu aos ferimentos e morreu por volta de 21h50. Segundo a Polícia Militar, o soldado foi baleado por policiais civis. O caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil, que não se manifestou sobre o caso ao longo da madrugada desta terça-feira (4).

 Segundo versão do 27º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o cabo Geraldo Alves da Cruz, que estava de folga e sem farda, foi baleado ao presumir que estava sendo atacado e reagir à abordagem de policiais civis que investigavam um caso de roubo de cargas na região.

O caso ocorreu na Rua Jequirituba, no Grajaú. O soldado foi atingido três vezes: no crânio, na face e no peito, segundo a Secretaria Estadual de Saúde. Ele foi levado ao Hospital do Grajaú às 21h27, mas morreu pouco mais de 20 minutos após ser internado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.

De acordo com o 27º BPM, o policial militar tinha 19 anos de corporação e prestava serviços na Força Tática do 50º BPM.

O Centro de Operação da Polícia Militar registrou o caso inicialmente como homicídio culposo, quando se entende que não houve a intenção de matar. Porém, não havia até 5h30 desta terça menção ao confronto com policiais civis. Até o mesmo horário, o caso não havia sido registrado no Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) tampouco na Central de Flagrantes do 101º DP e permanecia sob os cuidados da Corregedoria da Polícia Civil.

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Haddad vai anunciar nesta quarta nomes de novos secretários (Postado por Lucas Pinheiro)

 O prefeito eleito de São Paulo Fernando Haddad (PT) vai anunciar, nesta quarta-feira (28), mais sete nomes que irão compor seu secretariado durante o governo. O petista já tinha divulgado o nome de outros sete secretários.

A estimativa é que o novo governo mantenha a mesma quantidade de secretarias existentes, que hoje são 27. No entanto, as pastas sofrerão modificações com a exclusão ou criação de pastas, como ocorreu com a secretaria de Promoção da Igualdade Racial, que foi recém-criada.

Novos nomes
O anúncio dos novos sete secretários ocorrerá nesta tarde em evento comandado pelo prefeito eleito. Segundo o G1 apurou, a equipe de transição de Haddad escolheu o ex-vereador Chico Macena (PT) para ocupar a Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, uma das pastas mais problemáticas da prefeitura.

O deputado estadual João Antônio (PT) vai assumir a secretaria de Relações Internacionais. A secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, que hoje é coordenada pela vice-prefeita Alda Marco Antônio, será chefiada pela advogada Luciana Temer, filha do vice-presidente Michel Temer (PMDB), que apoiou Haddad no segundo turno das eleições municipais.

A vice de Gabriel Chalita à prefeitura paulista, Marianne Pinotti (PMDB), também vai ganhar um cargo no novo governo e ficará com a secretaria da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida.

O presidente municipal do PT, o vereador Eliseu Gabriel, será o novo secretário de Desenvolvimento Econômico. O também petista João Antônio deixa o seu cargo de deputado estadual para assumir a pasta de Relações Institucionais.

Os vereadores reeleitos Netinho de Paula (PC do B) e Roberto Tripoli (PV) assumem as secretarias da Promoção da Igualdade Racial e do Verde e Meio Ambiente, respectivamente. Tripoli é o atual líder do prefeito Gilberto Kassab (PSB) na Câmara Municipal.

Outras secretarias
Haddad já havia divulgado o nome de outros sete secretários escolhidos neste mês. O deputado federal Jilmar Tatto (PT) será secretário dos Transportes. O ex-prefeito de Diadema, José de Filippi Jr. (PT), irá administrar a pasta da Saúde.

O vereador Antonio Donato, que foi coordenador da campanha de Haddad, assumirá a secretaria de governo. A economista Leda Maria Paulani foi anunciada como secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão. O arquiteto Fernando de Mello Franco é o novo secretário de Desenvolvimento Urbano. O advogado Luís Fernando Massonetto foi escolhido como secretário de Negócios Jurídicos. E o engenheiro elétrico Marcos de Barros Cruz foi nomeado secretário de Finanças.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Polícia prende suspeitos da morte de italiano durante assalto em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 Policiais do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) prenderam, na manhã desta terça-feira (27), seis suspeitos de roubos em cruzamentos de bairros nobres da capital paulista. Entre as vítimas do grupo, segundo a polícia, pode estar o bancário italiano Tomasso Lotto, de 26 anos, que morreu em julho em uma tentativa de assalto no Itaim Bibi, na Zona Sul de São Paulo. Eles também são suspeitos de envolvimento na morte de policiais militares.

Lotto foi atingido em 21 de julho por um tiro no tórax em um cruzamento da Avenida Nove de Julho. Ele havia se mudado para o Brasil no dia anterior. Ele e um amigo, um advogado espanhol, seguiam em um Honda Civic pela avenida quando, no cruzamento com a Avenida São Gabriel, foram abordados por dois homens armados em uma moto. Lotto, que estava ao volante, achou que os criminosos queriam o carro e tentou descer. Quando abriu a porta foi baleado e morreu.

 Os policiais da Delegacia de Investigações sobre Roubo a Bancos chegaram aos seis suspeitos de integrar a quadrilha durante investigação de roubos violentos em vias públicas de bairros nobres, com o objetivo de levar relógios valiosos. Mas a polícia acabou descobrindo outras atividades criminosas dos suspeitos, como o assassinato de policiais.

Dos seis presos, dois estão envolvidos em roubos, três na receptação dos objetos e um na produção de documentos falsos para o grupo, segundo a polícia. As prisões ocorreram nesta manhã nos bairros de Campo Limpo, na Zona Sul, no Centro da capital paulista, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e em Taubaté, no interior do estado.

Os policiais descobriram que os criminosos usavam um compartimento secreto dentro do capacete de motociclistas para guardar as armas utilizadas nos crimes. Com isso, a arma passava despercebida durante a revista policial. Foram apreendidos com os suspeitos duas pistolas, dois capacetes e documentos falsos.

Outras prisões
A operação desta terça-feira, denominada Ponta de Lança, é desdobramento da prisão, há duas semanas, de dois suspeitos do assassinato de PMs. Um dos homens presos é apontado pela polícia como "disciplina", uma espécie de liderança de uma facção criminosa. A polícia diz que o homem saiu da prisão com a incumbência de determinar aos seus cinco subordinados o assassinato de cinco policiais, em um prazo de dez dias. Dois desses assassinatos acabaram consumados.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Suspeito é morto em tentativa de assalto na Zona Leste de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

Um suspeito de invadir uma casa morreu na troca de tiros com a polícia em São Mateus, na Zona Leste de São Paulo, na noite deste domingo (25). Incluindo esse caso, pelo menos 22 pessoas foram assassinadas entre a noite desta sexta (23) e a madrugada desta segunda-feira (26) na capital e na região metropolitana.

O número de mortes nesta madrugada é inferior à média diária de assassinatos no mesmo mês do ano passado, que foi de 6,6 vítimas. Em meio à onda de violência que atinge o estado de São Paulo, tomou posse na quinta-feira (22) o novo secretário Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira. Ele substitui Antonio Ferreira Pinto, que foi exonerado do cargo.

 A tentativa de assalto aconteceu na Rua Ursa Maior, em São Mateus. Apesar do muro alto e dos cães de guarda, cinco criminosos invadiram uma casa, ameaçaram e agrediram os moradores, que foram feitos reféns.

Policiais militares que faziam patrulhamento da região observaram a movimentação estranha e cercaram a residência. Ao notarem a chegada dos PMs, os criminosos fugiram pulando os muros das casas vizinhas. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, foi mobilizado para ajudar nas buscas. Houve troca de tiros. Dois suspeitos foram baleados - um deles morreu. Outros dois suspeitos se machucaram ao cair enquanto tentavam escapar. Um quinto suspeito conseguiu fugir.

Fim de semana
Segundo a Polícia Civil, que investiga os casos, a maioria das mortes registrada entre a noite de sábado (24) e a madrugada de domingo teve características de execução, com homens em motos passando atirando contra pessoas que estavam em bares ou nas ruas.

Em São Bernardo do Campo, no ABC, cinco pessoas foram mortas. Entre as vítimas fatais, quatro acabaram baleadas e uma foi esfaqueada entre sábado e domingo. Por volta das 22h de sábado, quatro homens em duas motos passaram atirando contra pessoas num bar na Estrada do Alvarenga. Sete pessoas foram baleadas, sendo que duas delas morreram.

Perto das 23h10, quatro homens em duas motos também atiraram contra pessoas num bar na Rua Pedroso Horta. Três vítimas foram baleadas e uma delas morreu. O corpo foi encontrado na Estrada Eiji Kikuti. Quase no mesmo horário do caso acima, outras três pessoas foram baleadas em frente a um prédio na Rua Minas Gerais por quatro homens em duas motos. Já na madrugada deste domingo, por volta da 0h30, cinco pessoas foram baleadas na Rua Jânio Quadros. Um homem com capacete chegou a pé e atirou nas vítimas que conversavam na via.

 Osasco
Em Osasco, na Grande SP, 11 pessoas foram baleadas e quatro delas morreram numa chacina. Entre as vítimas estão pai e filho, um menino de 5 anos. Eles foram atingidos por volta das 4h deste domingo (25) no bairro Rochdale. As vítimas estavam em um bar, na esquina das ruas Manaus e Fortaleza. Quatro homens que estavam em duas motos pararam no local e efetuaram os disparos.

Diadema
Em Diadema, no ABC, três pessoas foram mortas a tiros depois da 0h deste domingo, no bairro de Vila Nogueira. Segundo a PM, dois homens armados que estavam a pé se aproximaram das vítimas e atiraram diversas vezes. O caso foi registrado no 3º Distrito Policial da cidade.

Perto das 19h de sábado (24), um bombeiro foi baleado em uma suposta tentativa de assalto num supermercado. Ele teria reagido contra dois criminosos que tentavam roubar o estabelecimento.

Capital
Na cidade de São Paulo, dois suspeitos foram baleados e mortos por policiais militares por volta das 21h de sábado, na região de Aricanduva, Zona Leste. Um comparsa da dupla fugiu. O trio havia invadido uma casa disfarçado com roupas de funcionários de uma companhia elétrica onde anunciaram o assalto. A PM foi ao local e matou os suspeitos após suposta troca de tiros.

No Grajaú, Zona Sul da capital paulista, uma pessoa foi baleada perto das 22h de sábado. A PM foi acionada por moradores que ouviram disparos de arma de fogo. A vítima foi encaminhada ao Hospital Geral do Grajaú.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Novo secretário de Segurança de SP toma posse nesta quinta-feira (Postado por Lucas Pinheiro)

 O novo secretário de Segurança Pública de São Paulo, Fernando Grella Vieira,  tomará posse na manhã desta quinta-feira (22). Grella, que é ex-procurador-geral de Justiça, foi anunciado nesta quarta (21) após o governador Geraldo Alckmin decidir pela demissão do ex-secretário Antônio Ferreira Pinto. Grella disse ao G1 que o plano de combate à onda de violência no estado precisa de "aprimoramento". "Essa onda de violência é um grande problema. Vai ser preciso muito trabalho e empenho para reverter esse quadro", disse o novo secretário.

Após o anúncio da mudança de secretário de segurança, o delegado-geral, Marcos Carneiro, colocou o cargo à disposição do governador, segundo o Bom Dia São Paulo.

A mudança no gabinete de Segurança ocorre no momento em que o estado passa por uma alta em índices de criminalidade. Desde o início do ano, 93 policiais foram mortos em São Paulo. Além disso, a região metropolitana vem registrando média de assassinatos por dia maior que no ano passado.

 Segundo Grella, as parcerias com o governo federal e o relacionamento com a União serão mantidos. Ele ressaltou, entretanto, que tem ideias para o enfrentar a crise, mas que precisa se informar sobre a situação da pasta. "O plano de segurança está em andamento, mas deve ter alterações em novas versões, requer um aprimoramento", disse.

O novo secretário, entretanto, não especificou se eventuais mudanças devem afetar diretamento os planos de ação conjunta firmados com o governo federal. "Eu assumi um compromisso em relação ao colega (Ferreira Pinto) e só falarei de detalhes do que pretendo fazer após a posse", disse Grella. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a cerimônia deve ocorrer às 10h desta quinta-feira, na sede do governo paulista, o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, na Zona Sul.

O ex-procurador disse ter sido convidado na semana passada pelo governador e ter aceitado o convite durante o fim de semana. "Da minha parte, vai ter muito trabalho e profissionalismo", afirmou.

O secretário adjunto de Segurança Pública, Jair Burgue Manzano, também deixa o cargo. Manzano foi representante da SSP na agência de ação integrada, criada após acordo com a União. O substituto não foi anunciado, segundo a assessoria da pasta.

 Dificuldades
Ao realizar o anúncio, o governador afirmou que o governo enfrenta dificuldades com a onda de violência. "Nós reconhecemos as dificuldades que estamos passando e vamos nos empenhar de forma redobrada neste trabalho", disse Alckmin.

Durante evento na Zona Norte, Alckmin elogiou tanto o antigo secretário quanto o sucessor. “O secretário Ferreira Pinto trabalhou conosco quase sete anos, foi um bom secretário de Administração Penitenciária e secretário da Segurança Pública, colocou o cargo à disposição”, disse.

Segundo o governador, Grella tem "grande experiência", tendo atuado por quase 30 anos como promotor e procurador. "Está preparado para a gente dar mais um avanço e São Paulo continuar sendo um dos estados mais seguros em termos de segurança do Brasil", disse.

Perfil
O ex-procurador-geral de Justiça Fernando Grella Vieira, de 54 anos, foi secretário da Procuradoria de Justiça Cível do MP e vice-presidente da Associação Paulista do Ministério Público.

Ele já foi secretário-geral da Confederação Nacional do Ministério Público e atuou no Congresso Nacional no acompanhamento de reformas constitucionais (administrativa, previdenciária e judiciária).

O procurador foi presidente do Conselho Nacional dos Procuradores Gerais de Justiça dos Estado e da União nos anos de 2010 e 2011, membro do Conselho Superior do Ministério Público de São Paulo, e representou o MP brasileiro no Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da Presidência da República.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Inquérito conclui que PM executou homem filmado por cinegrafista amador em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

O Fantástico traz uma análise detalhada da cena de violência que chocou o Brasil.

Um homem ferido, desarmado, com medo de morrer e em volta dele seis policiais militares. Um tiro e em seguida outro. Depois a surpresa de quem filmou a ação policial. “Matou o cara”, disse o cinegrafista amador.

A imagem chocou o Brasil, e o homem morreu no hospital. Sobre o assunto, o comandante da PM disse: “Esses policiais militares deverão ser processados, demitidos ou expulsos da corporação”. O governador Geraldo Alckmin criticou: “Isso é intolerável”.

O homem executado era Paulo Batista do Nascimento, de 25 anos. Ele era um servente de pedreiro que já tinha frequentado delegacias e presídios. Sua ficha criminal incluía condenações por roubo, receptação e falsificação de documentos.

O Fantástico teve acesso exclusivo à investigação do departamento de homicídios, um inquérito com mais de 400 páginas com os relatos de todos os policiais envolvidos e testemunhas do caso.

Uma equipe do programa voltou ao cenário do crime, o bairro do Campo Limpo, na periferia da Zona Sul. Tudo começou com uma troca de tiros, às 8h do dia 10 de novembro, um sábado. Dois policiais circulavam de moto. O soldado Marcelo de Oliveira, 32 anos, e Diógenes de Melo, 37 anos.

Os policiais de moto desconfiaram de três rapazes que seguiam por uma rua de carro. Os PMs disseram que deram ordem para eles pararem, mas que os suspeitos teriam tentado fugir. Com isso, começou uma perseguição.

O soldado Marcelo conta que durante a perseguição os ocupantes do carro efetuavam disparos contra as motos, e que ele e Diógenes revidavam. Um dos suspeitos foi atingido e morreu, enquanto Paulo, que ficou ferido, e o outro ocupante do carro conseguiram fugir a pé.

Paulo correu por uma viela de 60 metros de comprimento para escapar. Ferido, ele acabou deixando um rastro de sangue. Os policiais disseram que seguiram este rastro para encontrá-lo.

Então, chegou o carro da polícia com o tenente Hasltons Kay Tin Chen e seu motorista, Francisco Anderson Henrique, de 32 anos. O advogado, José Miguel da Silva Júnior, falou pelo tenente. “Ele escutou pelo rádio que havia troca de tiros e encostou para dar o apoio”.

Nessa parte, aparece uma contradição na versão dos policiais: o tenente Chen disse que correu atrás de Paulo, junto com o soldado Marcelo, até a rua onde foi gravado o vídeo. Mas Marcelo nega. Afirma que chegou só até a viela e que nunca esteve no local da prisão de Paulo.

Mas os policiais do mesmo batalhão de Marcelo reconheceram o soldado nas imagens. Ele aparece sem colete e em posição de tiro.

Paulo escapou pela rua e invadiu uma casa. Contudo, foi encontrado pelos PMs e, no vídeo, aparece de camisa clara, implorando para não ser preso. “Pelo amor de Deus, senhor. Eu não
tenho nada a ver, não, senhor”, disse ele ao ser achado.

Depois, Paulo é retirado da casa por PMs. Ele já estava dominado e ferido, mesmo assim, leva um tapa no rosto. Então, um policial dá um chute em um portão.

Paulo tenta justificar o ferimento à bala que tem no corpo.

“Eu não tenho nada a ver, não, senhor. Eu fui baleado ali no beco”, disse Paulo. Ao ver o vídeo, o tenente Chen se reconheceu. Ele segura Paulo pelo braço. Outro identificado é o motorista do tenente, o soldado Henrique.

Esta é foi a cena mais impactante do vídeo, o momento do tiro. O soldado Marcelo se preparava para atirar e erguia os dois braços, em posição de tiro. Na frente dele, Paulo aparecia completamente dominado, com uma das mãos na cabeça. As imagens não mostraram o exato momento do tiro, mas o som é claro. Assustada, a pessoa que filmava se abaixou.

No depoimento, Chen contou o que a câmera não registrou: Ele disse que Paulo foi atingido no seu lado direito, pois ele já tinha se voltado para poder se ajeitar e entrar no compartimento de presos. Apesar de ter aparecido na imagem, Marcelo negou e disse que não estava no local naquele momento.

Após ter levado o tiro, Paulo escapou dos policiais. Ele conseguiu sair correndo por uma rua, mas os policiais o alcançaram. Ele foi novamente baleado, outra vez pelo soldado Marcelo. O vídeo registrou o som do segundo tiro.

Testemunhas protegidas contaram o que aconteceu a partir desse momento.

Segundo elas, Paulo foi colocado ainda vivo no carro da polícia, o mesmo que aparece nas imagens. Dentro dele, estavam o soldado Henrique, o tenente Chen e o soldado Jailson Pimentel de Almeida, de 39 anos.

O soldado Pimentel teria sido chamado por Chen para ajudar a levar Paulo até o hospital. Contudo, o soldado negou que tenha acompanhado o tenente e diz que não entrou no carro.

Mas as testemunhas foram categóricas: partiu de Pimentel o último tiro.

“O Paulo começou a se bater, gritar e tentar quebrar o vidro da viatura. O tenente escutou outro disparo”, disse o advogado.

O inquérito concluiu que Pimentel mandou que o carro da polícia parasse em uma rua com pouco movimento, abriu o porta-malas e atirou em Paulo. No boletim de ocorrência, os policiais alegam que o corpo de Paulo foi encontrado na viela, logo após a troca de tiros. Mas foram as imagens divulgadas pelo Fantástico no domingo passado que mostraram a verdade.

Até agora, seis PMs foram presos: os soldados Marcelo, Pimentel, Henrique, Diógenes, o tenente Chen e o sargento Ataliba Soares, de 50 anos, que chegou à cena do crime com o soldado Pimentel. Após a divulgação das imagens, os soldados Marcelo e Pimentel tentaram combinar uma versão, segundo uma pessoa que ouviu a conversa na segunda-feira.

Em depoimento, ela contou que ouviu Marcelo dizer “Só dá pra ouvir o tiro, não dá pra identificar quem atirou! Fecha a história como se só tivesse sido confronto lá em cima”.

"Lá em cima" seria uma referência à rua onde aconteceu a troca de tiros entre os policiais de moto e os suspeitos no carro, inclusive Paulo. Ainda de acordo com o relato, Pimentel teria afirmado “Quando socorreu, eu não estava lá, entendeu?”.

O tenente Chen disse ter sido intimidado pelos colegas. “Foram olhares intimidatórios”, disse o advogado de Chen.

Por proteção, Chen está isolado dos outros PMs no presídio militar Romão Gomes, segundo o advogado.

No depoimento, o tenente afirmou que esta teria sido "a primeira vez que viu alguém baleado, que inclusive ficou muito assustado, entrando quase em pânico". Contou ainda que não deu voz de prisão aos soldados em razão de ter ficado com medo de morrer. “Ele teme morrer, claro”, afirma o advogado de Chen.

O tenente Chen tem 24 anos, ele começou a trabalhar nas ruas há quatro meses, pouco depois de se formar na academia da Polícia Militar, em São Paulo.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Polícia capta telefonema, evita morte de PM da Rota e prende dois em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Civil descobriu, por meio de escutas telefônicas, o plano de execução de um soldado da Rota e conseguiu avisar a potencial vítima antes que ela fosse atacada, na Zona Sul de São Paulo. O caso foi revelado nesta quarta-feira (14), após a prisão de dois suspeitos do assassinato de dois policiais militares em outubro na capital.

Segundo o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), as prisões aconteceram na região do Campo Limpo, na Zona Sul. Os dois policiais foram mortos nos dias 4 e 13 do último mês. No primeiro caso, o PM foi assassinado dentro de uma funilaria, no Jardim Arpoador. No segundo, o crime aconteceu na Rua José Barros Magaldi, no Capão Redondo.

A polícia chegou aos suspeitos enquanto investigava uma quadrilha de roubo a caixas eletrônicos. Os policiais da Delegacia de Roubo a Bancos pediram à Justiça e obtiveram autorização para realização de escutas telefônicas. O delegado Celso Marchiori, do Deic, contou que, por meio delas, os policiais ouviram a descrição do local onde o assassinato do soldado da Rota seria cometido.

Com os dados, os policiais pesquisaram o endereço no Google Street View, descobriram o telefone e avisaram a vítima, que a princípio não acreditou. A ligação ocorreu cinco minutos antes de os criminosos chegarem ao endereço. O policial foi resgatado a tempo pelos investigadores e ficou surpreso ao ouvir as escutas sobre o plano para assassiná-lo. Mais tarde, os criminosos discutiram ao telefone, em outra ligação interceptada, sobre os motivos de o plano não ter dado certo.

 Liderança
Um dos homens presos é apontado pela polícia como "disciplina", uma espécie de liderança de uma facção criminosa. A polícia diz que o homem saiu da prisão com a incumbência de determinar aos seus cinco subordinados o assassinato de cinco policiais, em um prazo de dez dias. Dois desses assassinatos acabaram consumados. Como a quadrilha tinha dificuldade em cumprir as metas, o prazo foi estendido até 30 de outubro.

"Bem no final de setembro, entrou um indivíduo que era estranho pra gente no áudio e que se autodenominava Leo Gordão, convocando esses indivíduos para uma reunião. Descobrimos que ele era o denominado disciplina, ou seja, o gerente regional, no Campo Limpo, dos assuntos relacionados ao crime organizado. Posteriormente ficamos sabendo que o moivo da reunião eram ordens para execução de PMs", disse o delegado.  "Conseguimos nesta semana identificar quem é o Leo e onde ele morava", complementou Marchiori.

Nas escutas, o suspeito chamava os demais interceptados para uma reunião, demonstrando poder de liderança. Com o aprofundamento das investigações sobre esse chefe, foi possível descobrir os planos de assassinatos de policiais. Agora, a polícia acredita que identificar e prender os demais suspeitos é apenas questão de tempo. Outra meta é quebrar as finanças do grupo. "Vamos fazer o levantamento financeiro deles, obter a quebra de sigilo e a apreensão de bens e valores", disse Marchiori.

O delegado afirma que o suspeito alegou que os motivos dos crimes seriam "injustiças cometidas pela Rota", mas Marchiori não acredita. "Acredito que o crime está querendo mostrar que é mais forte que o Estado", afirmou.

O delegado Marchiori diz acreditar ter descoberto a mecânica dos assassinatos de policiais. Segundo ele, cada região da cidade tem de cumprir uma meta de mortes com prazo determinado. Os criminosos executam crimes sempre em outras regiões para dificultar a identificação. A polícia exibiu um vídeo feito por policiais no qual o suspeito dá detalhes sobre o planejamento das mortes. Os crimes envolvem sempre dois executores e dois  encarregados da retaguarda.

As duas prisões aconteceram na Rua Paulo Gomiero, momentos depois que o principal suspeito participou de uma audiência no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste, onde responde a processo por corrupção. O motorista dele tentou fugir, mas também acabou preso. Segundo a polícia, os dois suspeitos confessaram a participação nas ações criminosas. Com a dupla, os policiais apreenderam uma pistola 9 mm, um revólver calibre 38 e um colete à prova de balas. Eles tiveram a prisão temporária decretada por 30 dias.

Crimes
A primeira das duas mortes de policiais, em 4 de outubro, aconteceu na Rua Inácio Cervantes. O policial militar estava de folga e sem farda. Ele estava lavando o carro em frente a uma funilaria acompanhado de dois amigos. De acordo com a PM, a vítima tentou sacar a arma, mas foi baleada no tórax.

Os dois colegas conseguiram desarmar o criminoso, mas ele fugiu. O comparsa que o aguardava do lado de fora também escapou. O cabo atingido foi socorrido e levado ao pronto-socorro do Hospital Universitário, onde morreu.

No segundo caso, o soldado da Polícia Militar Flavio Adriano do Carmo, de 45 anos, foi morto na noite do dia 13 no Jardim São Luís, região do Capão Redondo. Ele também estava de folga. Segundo a Polícia Civil, o PM estava em frente a uma padaria na Rua José Barros Magaldi, altura do número 1.180, quando foi cercado e baleado no tórax e na cabeça.

Ele chegou a ser levado para o Pronto-Socorro Campo Limpo, mas morreu. O soldado era casado e estava na Polícia Militar desde 1996. Desde o início deste ano, 92 policiais militares foram assassinados em São Paulo.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Polícia identifica PMs que atiraram contra servente na Zona Sul de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Civil identificou os policiais militares que atiraram três vezes contra o servente Paulo Batista do Nascimento, na Zona Sul de São Paulo. O crime ocorreu no sábado (10) e parte da ação foi filmada por uma testemunha.

De acordo com as investigações, o soldado Marcelo de Oliveira Silva atirou duas vezes. A primeira foi quando o servente já estava detido e estava atrás do carro da polícia. O segundo tiro foi dado na sequência, quando o jovem de 25 anos tentou correr. Após ser colocado no carro, o servente foi atingido pelo terceiro disparo, feito por Jailson Pimentel de Almeida.

Cinco PMs estão detidos disciplinarmente na Corregedoria da PM por suspeita de execução. Além de Silva e Almeida, também estão envolvidos o tenente Halstons Kay Yin Chen e os soldados Francisco Anderson Henrique e Diógenes Marcelino de Melo. Eles passaram a ser investigados após a divulgação das imagens de parte da operação que terminou com dois mortos e um preso.

 No vídeo, a testemunha flagra o momento em que o jovem é retirado de dentro de uma casa. Um tiro é ouvido no momento em que ele é colocado em um carro da polícia. Ao registrar a ocorrência, os policiais alegaram que abordaram suspeitos em um carro roubado, houve troca de tiros e o corpo do servente foi encontrado depois em uma viela.

As duas vítimas já tinham sido ameaçadas de morte por policiais militares semanas antes do crime, segundo parentes das vítimas.

Indiciamento e prisão
O advogado José Miguel da Silva Júnior disse que o tenente Halston Kay Yin Chen e o soldado Francisco Anderson Henrique foram indiciados nesta terça por homicídio doloso.

O diretor do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) disse no fim da tarde que o pedido de prisão preventiva deve ser realizado somente após as investigações apontarem a individualização das condutas de cada um dos PMs. "As imagens falam por si sós. Nós vamos pedir a preventiva. Ainda estamos investigando", afirmou.

 O advogado de Chen disse que o tenente não disparou contra o servente. "O que posso afirmar é que o tenente disse que esse disparo em nenhum momento saiu da arma dele", afirmou.

Segundo o advogado, o tenente foi chamado pelo rádio para dar apoio a outra equipe envolvida em troca de tiro. "Ele relata os fatos com muita tranquilidade agora. Ele está mais calmo. Foi o primeiro evento envolvendo o tenente em troca de tiro", afirmou o defensor.

"Ele ficou em choque. Houve uma luta, uma resistência por parte da vítima e depois essa vítima foi dominada, foi colocada ferida dentro do guarda-preso e foi socorrida. Infelizmente ouve-se outro disparo que o Chen não sabe quem deu esse outro disparo. A viatura estava com problema no luminoso e ele (Chen) estava a todo momento abrindo o trânsito. Então ele ouviu, mas chegou até o final tentando socorrer", disse o advogado.

Testemunha sem proteção
O delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro de Lima, disse nesta terça que a testemunha que filmou a ação não pediu proteção policial. De acordo com Carneiro, o homem que fez as imagens poderá solicitar a qualquer momento a proteção caso se sinta ameaçado.

 O delegado-geral recriminou o uso da força excessiva em abordagens policiais. "Quando um agente da lei comete um crime, a reação da sociedade é muito negativa porque a sociedade espera que o agente da lei cumpra a lei e não que cometa crime."

Carneiro comemorou o fato de a madrugada desta terça (13) ter apresentado uma interrupção na sequência de mortes. "Essa é a tendência. São Paulo vive um momento muito bom", afirmou. Segundo levantamento da TV Globo, 256 pessoas foram assassinadas na Grande São Paulo desde 8 de outubro.

Na segunda-feira (12), o delegado havia afirmado que a alta no total de assassinatos quebrou uma tendência. “Esse alto índice foi porque houve essa quebra de um padrão. No estado de São Paulo, são 42 milhões de habitantes. Em média, nós estávamos com 10 a 12 mortes por dia. Infelizmente, houve essa mudança brutal e essa mudança brutal a polícia está investigando”, disse.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Provas mostram que PMs tiveram intenção de matar, diz delegado (Postado por Lucas Pinheiro)

 A investigação da Polícia Civil tem provas de que policiais militares tiveram intenção de matar o servente Paulo Batista do Nascimento, segundo o delegado Jorge Carrasco, diretor do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

O crime aconteceu no Campo Limpo, na Zona Sul de São Paulo, no sábado (10). Parte da ação da PM foi filmada por um morador da região. Os cinco policiais suspeitos estão presos administrativamente desde domingo (11) no prédio da Corregedoria da PM.

Ao registrar a ocorrência, os policiais alegaram que abordaram suspeitos em um carro roubado,  houve troca de tiros e o corpo do servente foi encontrado depois em uma viela. Entretanto, um cinegrafista amador registrou os policiais prendendo o servente em uma casa e o levando para o carro da corporação. Neste momento, o vídeo registra o barulho de um disparo.

 Em entrevista nesta terça-feira (13) ao Bom Dia Brasil, Carrasco disse que os fatos contradizem a versão dos policiais.  “Nós temos um inquérito aqui que se iniciou como uma resistência [à prisão seguida de morte], e, posteriormente, dadas as provas já colhidas nos autos, depreendeu-se que se trata um homicídio doloso [quando há intenção de matar] contra a vida. Ou seja: homicídio", disse Carrasco.

Os cinco PMs envolvidos são o tenente Halstons Kay Yin Chen e os soldados Francisco Anderson Henrique, Marcelo de Oliveira Silva, Jailson Pimentel de Almeida e Diógenes Marcelino de Melo.

"Os autores são essa guarnição. Todos tomaram conhecimento daquela imagem", disse o delegado. Segundo o diretor do DHPP, um dos suspeitos foi ouvido pela Polícia Civil na segunda-feira. Nesta terça, outros integrantes da equipe serão ouvidos. "Posteriormente, será pedida a prisão preventiva de todos”, disse Carrasco.

"As provas estão nos autos já dão, inconteste, que houve um crime doloso contra a vida, homicídio”, argumentou. “Todos os casos de resistência são investigados no DHPP e já tivemos casos em que houve uma simulação de resistência e os seus autores foram responsabilizados perante a Justiça”, comentou.

O que diz a defesa
O advogado José Miguel da Silva Júnior, que defende o tenente Halstons Chen, afirmou nesta segunda que o servente já estava ferido quando seu cliente chegou ao local. Em seguida, de acordo com o defensor do oficial, o detido tentou retirar a arma de seu cliente durante a revista no caminho até o hospital e houve um disparo.

Para a defesa, a imagem não é clara quanto ao tiro. “Esse disparo, que ainda se carece de uma perícia, carece de uma análise mais profunda para ver o que realmente aconteceu, porque a imagem não é clara", afirmou.

O defensor alega que pode ter ocorrido uma reação do detido. "Não tive acesso ainda ao depoimento dos outros policiais, mas pode ter havido uma luta corporal e ter sido um disparo acidental. Então eu entendo que é prematuro ainda se acusar qualquer pessoa. Principalmente um oficial de polícia que está colaborando com as investigações”, disse o advogado José da Silva Júnior.

O G1 não obteve contato com os advogados dos demais policiais detidos. Quatro PMs ainda deverão prestar depoimento nesta semana no DHPP.

Governo lamenta morte
Em nota, a Polícia Militar informou, após a divulgação das imagens do caso, que o comandante geral "considera lamentável a ocorrência, que não reflete a conduta da maioria dos policiais de São Paulo".

Ainda na segunda, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) admitiu que houve crime na ação dos PMs. “Nós tivemos um caso de execução de um preso por parte de um PM [policial militar] e isso é intolerável", afirmou.

Alckmi disse que esse não é o comportamento padrão da tropa e que ações excepcionais como essa devem ser investigadas e punidas. "A Polícia Militar já prendeu toda a equipe. Poucas horas depois da descoberta do fato, cinco policiais foram presos e responderão a processo. Aqueles que forem responsabilizados, serão expulsos da polícia. Não há nenhuma tolerância.", afirmou.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Chuva complica o trânsito em SP na manhã desta segunda-feira (Postado por Lucas Pinheiro)

 A chuva intensa que atingiu a capital paulista na manhã desta segunda-feira (12) complicava o tráfego. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), às 10h30, a cidade tinha 235 km de vias congestionadas. Às 10h, o índice chegou a 245 km de filas, sendo o segundo maior congestionamento do ano no período da manhã. O recorde foi registrado no dia 23 de maio, com 249 km de tráfego lento na cidade.

(Para mais informações sobre o trânsito em São Paulo, você pode acompanhar no G1 a página do Radar São Paulo, com câmeras ao vivo e tabela com condições das principais vias.)

A Avenida 23 de Maio chegou a ficar fechada por 30 minutos, nos dois sentidos, por causa de um ponto de um ponto de alagamento na altura do Viaduto General Euclides Figueiredo. Segundo a CET, a pista foi liberada às 7h55.

O Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), da Prefeitura de São Paulo, decretou estado de atenção para as zonas Oeste, Sudeste, Leste, Norte, o Centro e as marginais Pinheiros e Tietê às 10h10. De acordo com o CGE, no horário havia 21 pontos de alagamento em São Paulo. Dois eram intransitáveis - um na Marginal Tietê, sentido Rodovia Castello Branco, próximo à Ponte Freguesia do Ó; e outro na Avenida Sumaré, perto da Praça Marrey Júnior.

Segundo a CET, a situação mais complicada era na pista expressa da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco. Às 9h30, havia 12,2 km de filas, entre a Avenida Interlagos e a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek. No sentido oposto, havia 9,3 km de lentidão entre a Castello Branco e a Ponte Cidade Jardim.

Na Marginal Tietê, sentido Castello, havia 9,8 km de lentidão na pista local entre o Hospital da Vila Maria e a Ponte do Limão. Já na pista expressa, havia 8,1 km de congestionamento entre a Ponte Júlio de Mesquita Neto e o acesso da Rodovia Castello Branco.

Na Avenida do Bandeirantes, sentido Marginal Pinheiros, o motorista reduzia a velocidade por mais de 7 km a partir do Viaduto Aliomar Baleeiro.

Estradas
A chuva causou alagamento em dois trechos da Rodovia Régis Bittencourt, no sentido capital paulista, no km 272 e no km 274 - a pista chegou a ser totalment bloqueada. Por volta das 8h, os bloqueios foram liberados.

Já na Rodovia Ayrton Senna, às 10h, havia 23 km de filas na região entre Itaquaquecetuba e São Paulo, no sentido capital, entre o km 34 e o km 11. O congestionamento era causado pelo excesso de veículos.

Na Via Anchieta, o tráfego estava lento também no sentido São Paulo, entre o km 26 e o km 10. Na Imigrantes, os motoristas que utilizavam a rodovia para chegar à capital enfrentavam filas entre o km 18 e o km 12.

Na Rodovia Castello Branco, a concessionária responsável pelo trecho registrava lentidão entre o km 41 e o km 25 no sentido São Paulo, e entre o km 19 e o km 21 no sentido interior.

Já na Via Dutra, havia quatro pontos de lentidão no sentido São Paulo por volta das 10h, todos na região de Guarulhos, na Grande São Paulo - na pista expressa, entre o km 201 e o km 212 e entre o km 227 e o km 229; na pista marginal, entre o km 216 e o km 225 e entre o km 230 e o km 231.

Aeroportos
Segundo a Infraero, o Aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, ficou fechado entre as 7h23 e as 7h48 desta segunda por causa da chuva. Às 10h20, ele era operado através de instrumentos. Entre 0h e 10h, de 62 voos, 25 tiveram atrasos e dois foram cancelados.

O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, na região metropolitana, também funcionava por instrumentos desde as 9h. Até as 10h, de 71 voos, sete apresentaram atrasos e seis foram cancelados.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Promotor recorrerá de júri que inocentou Carla Cepollina (Postado por Lucas Pinheiro)

 O promotor João Carlos Calsavara informou nesta quinta-feira (8) que pedirá um novo julgamento de Carla Cepollina, inocentada nesta quarta-feira (7) no julgamento em que ela foi acusada pela morte do coronel Ubiratan Guimarães. Na quarta, após o júri, ele havia dito que não recorreria da sentença. Nesta quinta, o advogado Vicente Cascione, que representa a família do coronel, disse também que recorrerá da decisão do júri. Segundo Cascione, o objetivo é “consertar o julgamento” realizado nesta quarta.

 “Do mesmo jeito que recorri quando o Ubiratan foi condenado, e depois ele foi absolvido, vou fazer agora”, disse o advogado. Carla Cepollina foi considerada inocente por maioria dos votos após o julgamento realizado no Fórum da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. Os jurados consideraram as provas insuficientes.

O advogado de defesa de Carla, Eugenio Malavasi, afirmou, nesta quinta-feira (8), que irá "contrarazoar" o recurso da acusação caso o pedido seja aceito pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

"Nós vamos observar a lei. Eles irão apresentar suas razões e a defesa vai contrarazoar. Caso o recurso seja aceito pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, poderá haver outro júri e isso pode de arrastar por muito tempo. Não há prazo. Posso também ir a Brasília, junto ao STJ ou STF, para reformar a decisão", disse, em entrevista na tarde desta quinta-feira (8).

Carla Cepollina havia marcado sua presença na entrevista, mas não compareceu, segundo seus advogados, porque estava muito cansada.

Assassinato
O coronel Ubiratan foi achado morto em 10 de setembro de 2006 em seu apartamento, nos Jardins, em São Paulo. Com base na investigação policial, o Ministério Público (MP) acusou Carla de ter atirado no namorado motivada por ciúmes.

Ubiratan foi o comandante da invasão do presídio do Carandiru, na Zona Norte de São Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos pela Polícia Militar. O coronel chegou a ser condenado pela Justiça a 632 anos de prisão, mas foi absolvido pelo órgão especial do TJ-SP. À época de sua morte, Ubiratan era deputado estadual.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Pelo menos 5 são mortos na madrugada desta quarta em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

Na primeira noite depois da reunião que firmou parcerias entre o governo federal e o governo paulista para combater a criminalidade no estado, novos ataques foram registrados na Grande São Paulo. Entre a noite desta terça (6) e a madrugada desta quarta-feira (7), pelo menos cinco pessoas morreram e outras três ficaram feridas em ataques em São Paulo, Guarulhos e em Cotia. A maior parte dos casos aconteceu na Zona Leste da capital paulista.

 Em Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, o jovem Leonardo da Silva, que completaria 20 anos nesta quarta, estava com um grupo de amigos na Rua Nicolino Mastrocola quando foi baleado por volta das 23h desta terça-feira. Ele foi atacado por quatro homens que estavam em duas motos. Ele e o amigo Vitor Felipe Borges Martins, de 25 anos, morreram. A irmã de Martins era ex-policial militar - ela trabalhou dois anos no setor administrativo da corporação e saiu do emprego em setembro.

Ainda na Zona Leste da capital paulista, o delegado Diogo Zamut Júnior foi atingido por um tiro no ombro direito, na Penha. Ele foi socorrido e não corre risco de morrer. A Polícia Civil vai investigar o caso.

Já no bairro Iguatemi, também na Zona Leste, um homem foi baleado na Rua Madureira Calheiros. Ele foi levado para o Pronto-Socorro de São Mateus, mas não resistiu.

Na Zona Norte, na esquina da Avenida Ministro Petrônio Portela com a Rua João Cordeiro, um homem foi morto por volta das 1h desta quarta. Ele foi levado para o hospital, mas não resistiu. A vítima estava sem documentos.

 Grande São Paulo
Um guarda civil de Cotia foi baleado no limite com Carapicuíba, na Grande São Paulo. Também em Cotia, homens que estavam em duas motos atiraram em um grupo que estava em uma rua do bairro Turiguara. Uma pessoa ficou ferida.

Em Guarulhos, na região metropolitana, uma pessoa morreu baleada na Avenida Lajedão, no bairro Cidade Soberana.

Ação integrada
Na tarde desta terça-feira, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciaram uma ação integrada de combate à violência no estado. Um dos destaques é a criação de uma agência de inteligência com atuação integrada, vai unir as inteligências dos governos estadual e federal. A primeira reunião deve acontecer na segunda-feira (12).

A parceria entre os governos federal e estadual foi firmada em torno de seis pontos: criação da agência de atuação integrada, ações relacionadas ao sistema prisional (que inclui transferência de presos), ações de contenção nos acessos ao estado, combate ao crack, possibilidade de criar um centro pericial e criação de um centro de comando de controle integrado.

A reunião na capital paulista ocorreu após a presidente Dilma Rousseff e Alckmin encerrarem, na quinta-feira (1°), a polêmica entre Cardozo e o secretário de Segurança de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto. O ministro e o secretário divergiram sobre a oferta de ajuda. Cardozo afirmava ter oferecido, desde julho, inteligência e transferência de presos. O secretário dizia não ter recebido proposta e que teve negado pedido de recursos na ordem de R$ 149 milhões para equipamentos.

Onda de violência
Segundo balanço da Secretaria da Segurança Pública, a capital paulista registra aumento no total de homicídios dolosos. Na capital, este tipo de crime teve uma alta de 27%, passando de 106 em agosto para 135 em setembro.

Levantamento feito pelo SPTV mostra que, entre 8 de outubro e a manhã desta terça-feira (6), 191 pessoas foram assassinadas na capital paulista e na região metropolitana. A Vila Brasilândia foi o bairro com mais assassinatos: 11 dos 24 casos registrados na Zona Norte. Na Zona Sul foram registradas 35 mortes violentas. A Zona Leste foi a que mais teve assassinatos em um mês: 38.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Pelo menos sete morrem na madrugada desta terça em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 Nove pessoas foram baleadas na capital paulista entre a noite desta segunda (5) e a madrugada desta terça-feira (6) - seis delas morreram. A maior parte dos ataques foi na Zona Norte de São Paulo. Também na região, dois ônibus foram incendiados. Em um dos ataques, um homem morreu atropelado após os criminosos invadirem o coletivo para incendiá-lo.

Na Rua Ventura Carneiro, no bairro Imirim, na Zona Norte, dois filhos de um ex-policial das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) foram mortos a tiros. Imagens gravadas pelas câmeras de segurança de um prédio da via mostram quando um homem desce do táxi armado, fala com o motorista de um carro preto e atira. Ele atingiu o motorista, que morreu, e o irmão dele, que estava no banco do passageiro e ficou ferido gravemente. Um outro passageiro que estava no veículo se escondeu e não foi atingido.

No Jardim Carombé, dois homens atiraram em pessoas que estavam em um bar. Quatro foram atingidas e três morreram.

 Na Vila Brasilândia, também na Zona Norte, três homens que estavam em uma esquina foram baleados - dois deles morreram. Os atiradores fugiram.

Na mesma região, criminosos pararam um ônibus lotado, obrigaram os passageiros a descer e assumiram a direção. Eles subiram em uma calçada e, na Rua Santa Cruz da Conceição, atropelaram duas pessoas - um homem morreu.

Outro grupo parou um outro ônibus e colocou fogo no coletivo a 500 metros da Rua Deputado Cantídio Sampaio. Os passageiros tiveram tempo de descer e ninguém ficou ferido. Depois de ter dois coletivos destruídos, a empresa Santa Brígida interrompeu a circulação de cinco linhas de ônibus que servem a região.

ABC
Em Santo André, no ABC, um ônibus também foi incendiado por volta das 22h de terça-feira, na Avenida Queirós Filho. Ninguém se feriu, segundo a Polícia Militar. De acordo com testemunhas, ao menos três homens forçaram os passageiros a deixar o veículo e atearam fogo. Eles fugiram em duas motocicletas.

Reunião
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, irá se reunir na tarde desta terça-feira com o secretário de segurança pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, no Palácio dos Bandeirantes, na Zona Sul da capital, para negociar apoio do governo federal ao estado paulista.

O encontro entre as cúpulas de segurança ocorrem após uma série de acusações trocadas entre o ministro e o secretário estadual. Cardozo dizia que a União tinha oferecido ajuda para o estado combater a criminalidade, mas o governo de São Paulo tinha recusado a oferta. Já Ferreira Pinto afirmava que o governo federal nunca ofereceu apoio e nem liberou a verba de R$ 148 milhões pleiteados pela secretaria paulista ao Ministério da Justiça.

Segundo balanço da Secretaria da Segurança Pública, a capital paulista registra aumento no total de homicídios dolosos. Na capital, este tipo de crime teve uma alta de 27%, passando de 106 em agosto para 135 em setembro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Quatro são mortos e pelo menos outros 11 são baleados na Grande SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 Um agente penitenciário de 47 anos foi morto a tiros na noite deste domingo (4) em Guarulhos, na Grande São Paulo, segundo a polícia. O irmão dele também foi baleado. Em outros cinco casos de violência registrados entre a noite deste domingo e a madrugada desta segunda-feira (5), três pessoas morreram e outras 10 foram baleadas na capital e região metropolitana.

O homem estava com o irmão e a cunhada no cruzamento da Rua Sarutaia com a Avenida Brigadeiro Faria Lima e teve o carro fechado por homens em duas motos por volta das 21h, de acordo com a 1º Delegacia Policial de Guarulhos. O irmão também foi atingido por disparos, mas foi socorrido e não corre risco de morte. A cunhada não foi atingida, ainda segundo a polícia.

 Baleados
Além do agente e do irmão dele, pelo menos 13 pessoas foram baleadas -  três delas morreram - em casos ocorridos entre a noite deste domingo e a madrugada desta segunda-feira (5) na capital e na região metropolitana de São Paulo.

Um policial à paisana foi ferido a tiros na noite deste domingo na Avenida Belmira Marin, no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. De acordo com policiais da 4ª Companhia do 27º Batalhão da Polícia Militar, responsável pelo policiamento da área, o policial estava de folga e teria tentado impedir um assalto quando foi atingido. Ele foi socorrido ao Hospital do Grajaú para ser submetido a cirurgia e transferido para o Hospital Militar, segundo os policiais.

De acordo com a 47ª Delegacia Policial, no Capão Redondo, três homens levaram disparos de dois suspeitos que estavam em uma moto na região do Jardim São Luiz, Zona Sul da capital, no fim da noite do domingo. As vítimas, de 17, 19 e 24 anos, não têm passagem pela polícia e foram transferidos para dois hospitais da região. A polícia ainda não sabe a motivação do crime.

Outras quatro pessoas foram baleadas na Rua General Syzeno Sarmento, no Rio Pequeno, Zona Oeste de São Paulo. Todas as vítimas foram levadas para o hospital universitário. Uma delas não resistiu.

Na Vila Medeiros, na Zona Norte, dois homens de 19 e 22 anos passavam pela Rua Igaraí quando foram baleados. O criminoso estava em um carro e fugiu. Até o início da manhã desta segunda-feira, não havia informações sobre o estado de saúde das vítimas.

Menina morre em tentativa de assalto
Na região do Ipiranga, na Zona Sul, uma menina de 10 anos e um suspeito morreram em uma tentativa de assalto na Avenida das Juntas Provisórias, na noite deste domingo. Um vigilante que passava de moto pelo local ficou ferido. A garota estava no carro com os pais quando foi atingida por uma bala perdida no tiroteio entre os criminosos e um policial militar que presenciou uma tentativa de assalto. O caso foi registrado na 26º Distrito Policial, no Sacomã, e passado para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Moradores de rua são mortos no Centro de SP, diz Polícia Civil (Postado por Lucas Pinheiro)

 Três moradores de rua foram mortos na região central de São Paulo entre a noite desta terça (30) e madrugada desta quarta-feira (31), informou a Polícia Civil. Ainda na capital, outras três pessoas morreram em supostos ataques entre a noite de terça e esta madrugada. Os crimes aconteceram nas zonas Sul, Norte e Oeste da cidade.

O primeiro caso de violência contra morador de rua ocorreu pouco depois das 23h, na Avenida do Estado, nas imediações do Mercado Municipal. Segundo a polícia, a vítima foi linchada por suspeita de roubar e furtar outros moradores de rua e viciados em drogas da região. O homem foi perseguido e morto a pauladas.

 Outro caso ocorreu por volta de 1h, na Rua Carlos de Souza Nazaré, perto da Rua 25 de Março. Um morador de rua, supostamente viciado em drogas, foi baleado enquanto dormia, e morreu no local.

O terceiro caso ocorreu na Rua Marques de Oliveira, onde o morador de rua foi morto a pauladas.

As polícias Civil e Militar não tinham pistas dos assassinos até o final desta madrugada.

Os três casos foram registrados no 8º Distrito Policial, no Belém, mas devem ser investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Ataques
As três vítimas de ataques morreram nas zonas Sul, Norte e Oeste de São Paulo. No Campo Limpo, na Zona Sul, um garçom foi assassinado quando chegava ao condomínio onde morava. Ele foi atingido dentro do carro. Um homem que estava em um veículo desceu, atirou pelo menos 12 vezes e fugiu. No Jaçanã, na Zona Norte, um homem de 31 anos foi alvo de vários disparos. Na Zona Oeste, um comerciante foi assassinado na porta do próprio bar, no Jardim Arpoador.

Ônibus queimados
Em Carapicuíba, na Grande São Paulo, um ônibus foi incendiado por homens armados no cruzamento da Estrada do Guabiroba com Avenida Inocêncio Seráficono, no Bairro Vila Silvânia, na noite desta terça-feira. Segundo a PM, uma pessoa ficou ferida.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Polícia investiga morte de atriz durante lipoaspiração em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Polícia Civil investiga a morte de uma atriz de 27 anos durante uma lipoaspiração no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Pamela Baris do Nascimento morreu na mesa de cirurgia depois do seu fígado ser perfurado. A morte aconteceu no dia 19 de outubro, mas o caso só foi registrado no 17º Distrito Policial, no Ipiranga, nesta segunda-feira (29). De acordo com um amigo, Pamela, que chegou a fazer participações nos programas do Rodrigo Faro, da Record, e Celso Portiolli, do SBT, também estudava  biomedicina em uma unidade das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). A demora no registro do caso chamou a atenção da polícia.

Segundo a polícia, depois da perfuração, ela teve uma hemorragia. Foi feita uma cirurgia para tentar conter a hemorragia. Depois do procedimento, Pamela perdeu a consciência e passou por manobras de reanimação por duas horas. A atriz, que já tinha passado por duas cirurgias em outras ocasiões, chegou a tomar duas bolsas de sangue, mas não resistiu.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Evandro Luiz de Melo Lemos, a tia veio de Santa Catarina para registrar o boletim de ocorrência. Ele afirmou que o médico, que utilizava as instalações do Hospital Green Hill para fazer cirurgias, deveria ter comunicado às autoridades policiais o ocorrido. O G1 tentou fazer contato com o médico e com o hospital, mas, até por volta das 10h, não obteve retorno.

O médico tem registro, atua há muito tempo e chegou a exercer sua profissão nos Estados Unidos, segundo a polícia. O hospital, por sua vez, é habilitado e tem os equipamentos adequados para fazer o atendimento. “Tudo levava a crer que o procedimento estava correto. Mas, em situação normal de acidente, ele deveria ter comunicado à polícia do ocorrido”, afirmou Lemos. Devido a falta de comunicação, o médico deverá responder por fraude processual.

O delegado deve pedir ainda nesta terça-feira (30) a exumação do corpo de Pamela, que foi enterrado em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. A ficha clínica será encaminhada para análise especializada para que os procedimentos empregados sejam verificados. O objetivo é identificar se houve algum problema durante a cirurgia ou se tratou de uma intercorrência comum nesse tipo de procedimento.

Segundo a polícia, Pamela já tinha morado em Curitiba e há um ano estava em São Paulo. Ela fazia participações especiais em programas de televisão. A tia que registrou o boletim de ocorrência mora em Santa Catarina e assumiu a educação da sobrinha desde que ela perdera a mãe, aos 6 anos.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Após vitória em SP, Haddad diz ser 'segundo poste' de Lula (Postado por Lucas Pinheiro)

 Após discurso da vitória em um hotel, Fernando Haddad, do PT, eleito prefeito de São Paulo para os próximos quatro anos, se juntou a militantes na Avenida Paulista neste domingo (28). "Vocês sabem que eu sou o segundo poste do Lula”, disse, tirando risos. “Tem mais algum candidato a poste aqui?", brincou, em referência a discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campinas, quando Lula lembrou que a oposição usava expressão pejorativa para ressaltar a falta de experiência política de Dilma na campanha de 2010. Assim como Dilma, Haddad foi eleito em sua primeira disputa eleitoral.

No discurso, Haddad diz ter recebido a ligação do adversário tucano, José Serra, que o parabenizou pela vitória nas urnas. Em discurso feito sobre um trio-elétrico, ele disse que Serra desejou “que nós fizéssemos um ótimo governo para a cidade de São Paulo”.

Apesar da chuva que atingia a capital paulista, Haddad falou por aproximadamente dez minutos. Ele agradeceu os votos, elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual presidente, Dilma Rousseff, e reiterou a vontade de acabar com as diferenças. “Não podemos mais conviver com tanta desigualdade.”

Além do telefonema de Serra, Haddad disse que recebeu ligações de Lula, de Dilma e de Kassab. “Ele [Kassab] disse que quer fazer uma transição de alto nível. Para São Paulo. E eu quero dizer para ele: eu aceito o desafio de fazer uma grande transição do governo para São Paulo mudar.”

Discurso da vitória
Mais cedo, em seu primeiro pronunciamento após a divulgação do resultado, ele afirmou que irá derrubar o "muro da vergonha que separa a cidade rica da cidade pobre". "São Paulo não é uma ilha, não é uma cidade murada, precisa fazer parceria", disse, referindo-se principalmente ao governo federal. O petista teve 3.387.720 votos, o que corresponde a 55,57% dos votos válidos, contra 2.708.768 de José Serra (PSDB) – 44,43%.

 A vitória marca o retorno do PT à Prefeitura da capital paulista oito anos após Marta Suplicy deixar o comando da cidade. Desde então, se seguiram as gestões de José Serra e Gilberto Kassab (PSD).

No pronunciamento, Haddad, de 49 anos, reiterou que quer "acabar com a desigualdade" na cidade e que este "objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado pela maioria do povo de São Paulo". "São Paulo tem que ser antes de tudo uma cidade-lar, um teto digno, limpo e decente, debaixo do qual toda família possa realizar seu sonho de ser feliz. São Paulo é de todos os nascidos aqui, é de todos os que vieram para cá, São Paulo é de todo o Brasil", afirmou o novo prefeito. "Somos ao mesmo tempo uma das mais ricas e das mais desiguais do planeta."

Logo no início de sua fala, no Hotel Intercontinental, na região da Avenida Paulista, Haddad agradeceu aos paulistanos pela "vontade soberana" e disse ser "uma alegria imensa, uma enorme responsabilidade" ser prefeito da maior cidade do país. "Quero agradecer em pirmeiro lugar aos milhões de homens e mulheres que me confiaram o voto. Em seguida, minha família, minha mulher Ana Estela, minha filha Carolina, meu filho Frederico, que que fizeram juntos muito sacrifício para me ajudar nessa jornada."

 Em seguida, agradeceu ao ex-presidente Lula, puxando o coro "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". "Agradeço ao presidente Lula do fundo do coração pela orientação e pelo apoio, sem os quais seria impossível eu lograr qualquer êxito nas eleições." O novo prefeito também agradeceu à presidente Dilma Rousseff. "Agradeço à presidenta Dilma pela presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno, pelo conforto nos momentos mais difíceis do primeiro turno."

Haddad elogiou os partidos coligados, a vice, Nádia Campeão, e os apoios no segundo turno. "Quero agradecer aos apoiadores, que ampliaram nossa corrente no segundo turno, os quais dedico minha homenagem na figura do querido deputado Gabriel Chalita e do vice-presidente Michel Temer. Muito obrigado, Michel Temer. E quero fazer um agradecimento super especial ao meu partido, o Partido dos Trabalhadores."

 "Quero agradecer por último, mas não menos importante, a todos os meus opositores, porque me obrigaram nessa campanha a extrair o melhor de mim para poder superá-los numa disputa limpa e democrática."

Já José Serra desejou boa sorte a Haddad e disse que sai "revigorado" da disputa. "Termino a campanha com mais energia, mais vigor e mais disposição e com ideias renovadas e vamos em frente”, disse.

Perfil
Haddad foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, quando licenciou-se para disputar a Prefeitura de São Paulo. O convite partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a escolha de Haddad em detrimento de nomes tradicionais do PT, entre os quais a ex-prefeita Marta Suplicy.

 Filho de comerciantes do Bom Retiro, na região central de São Paulo, aos 18 anos Haddad entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco. Formou-se bacharel em 1985. Também pela USP, tornou-se mestre em economia com especialização em economia política em 1990 e doutor em filosofia em 1996. Foi professor de teoria política contemporânea no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP, analista de investimento do Unibanco e consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Haddad também foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo na gestão Marta e secretário executivo do Ministério da Educação. Haddad escreveu os livros "O Sistema Soviético", "Em Defesa do Socialismo", "Desorganizando o consenso", "Sindicatos, cooperativas e socialismo" e "Trabalho e linguagem."

Em 2001, ele assumiu a chefia de gabinete da secretaria municipal de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy. Dois anos depois, tornou-se assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega. Leia o perfil completo de Haddad

Campanha
O resultado mostrou uma variação significativa para o candidato petista em relação ao primeiro turno. Serra havia ficado em primeiro com 30,75% dos votos válidos, e Haddad, em segundo, com 28,98%. É a primeira vez que um candidato que termina em segundo no 1º turno consegue a virada no 2º turno na história das eleições municipais em São Paulo.

Foi devido à migração de boa parte dos votos dos outros concorrentes que Haddad levou o pleito. Ele teve o apoio de Gabriel Chalita (PMDB). Já Serra contou com o apoio de Soninha Francine (PPS) e de Paulinho da Força (PDT). Celso Russomanno (PRB) ficou neutro no segundo turno.

No primeiro turno, Russomanno foi o alvo principal dos concorrentes por liderar as pesquisas. Já no segundo turno, o tucano e o petista levantaram diferentes temas para tentar mostrar suas qualidades e a desvantagem de se votar no adversário.

 A primeira grande polêmica do segundo turno foi o chamado “kit gay”. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, declarou apoio a Serra e criticou a elaboração do kit pelo Ministério da Educação para combater a homofobia nas escolas. Serra também criticou o material produzido. O assunto ganhou ainda mais repercussão após vir a público que Serra também havia produzido um kit contra a homofobia em escolas durante sua gestão no governo do estado, em 2009.

Serra então passou a se mostrar como o candidato que apostou em parcerias com organizações sociais (OSs) para a gestão de hospitais públicos. E afirmou diversas vezes que a saúde cairia de qualidade com Haddad e que as parcerias iriam acabar. O petista negou.

Serra citou ainda as falhas na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e repetiu por diversas vezes em seu programa que era o mais experiente e capaz de tirar propostas do papel.

Haddad
O petista insistiu no fato de Serra ter deixado a Prefeitura em 2006 para disputar o governo do estado, dois anos antes do fim do mandato. Bateu na tecla de que só o PT tinha um plano de governo bem elaborado, pensado desde janeiro e publicado em agosto. Já o plano de Serra, publicado no meio do segundo turno, segundo Haddad, era uma “carta de intenções” sem metas.

 O candidato do PT criticou duramente a gestão Kassab, que chegou ao poder como vice de Serra. Uma das áreas mais atacadas foi a da habitação. Na TV, Haddad afirmou que as 28 mil unidades feitas por Serra e Kassab representam número bem menor que as gestões petistas - Luiza Erundina (1988-1992) construiu 36 mil moradias populares em quatro anos, e Marta, cerca de 23 mil.

O tema foi um dos usados por Haddad para afirmar que vai “desbloquear” a cidade. Segundo ele, por motivos políticos, a Prefeitura não usava a verba federal. Entre as promessas é trazer o programa Minha Casa Minha Vida e o uso de verba federal para a construção de 172 creches.

Haddad rebateu as críticas feitas por Serra a sua gestão à frente do Ministério da Educação. Ele citou a criação do ProUni, que concede bolsas em faculdades particulares a alunos da rede pública, como um dos programas que criou.

Entre as propostas que Haddad destacou está a criação do Arco do Futuro, proposta de descentralização da cidade levando o crescimento para regiões como a Avenida Cupecê, na Zona Sul. Haddad propôs também concluir três hospitais prometidos por Kassab, criar a Rede Hora Certa para concentrar atendimentos, exames e cirurgias em postos de saúde, e a criação do Bilhete Único Mensal.

Leia a íntegra do discurso:

"Boa noite a todos os cidadãos paulistanos, aos moradores da cidade de São Paulo. Minhas amigas e meus amigos, pela vontade soberana dos paulistanos, sou agora o prefeito eleito de São Paulo. Uma alegria imensa e uma enorme responsabilidade dividem espaço no meu peito. O sentimento mais forte, porém, é de gratidão. Eu quero agradecer em primeiro lugar aos milhões de homens e mulheres que me confiaram o voto. Muito obrigado aos moradores de São Paulo. Em seguida, à minha família, minha mulher Ana Estela, minha filha Carolina, meu filho Frederico, que fizeram juntos muito sacrifício para me ajudar nessa jornada.

Quero agradecer do fundo do coração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Viva o presidente Lula. Agradeço ao presidente Lula do fundo do coração pela confiança, pela orientação e apoio, sem os quais seria impossível eu lograr qualquer êxito nas eleições. Quero agradecer fortemente a uma outra grande liderança nacional, a presidenta Dilma Rousseff. Agradeço à presidenta Dilma pela presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno, pelo estímulo pessoal e o conforto nos momentos mais difíceis dessa campanha. Quero agradecer aos partidos coligados no primeiro turno, nos quais sintetizo minha homenagem na figura da valorosa companheira, minha vice, Nádia Campeão.

 Quero agradecer aos apoiadores que ampliaram nossa corrente no segundo turno, nos quais sintetizo minha homenagem e meu agradecimento nas figuras do querido deputado Gabriel Chalita e do vice-presidente Michel Temer. Muito obrigado, Michel Temer.

E quero fazer um agradecimento super especial ao meu grande partido, o Partido dos Trabalhadores, partido que se lançou de corpo e alma nessa luta pacífica em favor do povo de São Paulo. Como seria impossível enumerar os milhares de batalhadores diretos, sintetizo o meu agradecimento e homenagem na figura decisiva e equilibrada do coordenador da minha campanha, vereador Antonio Donato.

Quero agradecer por último, mas não menos importante, a todos os meus opositores, porque me obrigaram nessa campanha a extrair o melhor de mim para poder superá-los numa disputa limpa e democrática. A todos, indistintamente, o meu muito obrigado.

Minhas amigas e meus amigos, fui eleito por um sentimento de mudança que domina a alma do povo de São Paulo e sei da enorme responsabilidade de todos que são eleitos pela força deste signo, o signo da mudança. Ser prefeito pela força da mudança significa não ter tempo a perder, não ter medo de enfrentar, nem ter justificativas a dar para tornar esse sonho realidade. Significa não ter paciência nem pedir paciência, mas significa, antes de tudo, traçar prioridades e unir a cidade em torno de um projeto coletivo, de todos os paulistanos, de todos os moradores de São Paulo.

Meu objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado pela maioria do povo de São Paulo: é diminuir a grande desigualdade existente em nossa cidade, é derrubar o muro da vergonha que separa a cidade rica e a cidade pobre.

Somos uma das mais ricas e ao mesmo tempo uma das mais desiguais do planeta. Não podemos deixar que isso siga assim por tempo indeterminado, exatamente num período que o Brasil vem passando por umas das mudanças sociais mais vigorosas do mundo. A prefeitura tem um papel importante nisso, pois é ela que cuida da oferta e da qualidade de alguns dos serviços públicos mais essenciais, como a saúde, o transporte, a educação, a habitação, entre outros. Melhorar esses serviços é também uma forma concreta de distribuir renda, diminuir os desequilíbrios, aumentar e garantir a paz social.

Sei que esta não é uma tarefa fácil, dada a complexidade dos problemas que vêm se acumulando ao longo dos últimos anos, Mas se São Paulo não conseguir resolver seus problemas, que cidade no Brasil e no mundo conseguirá fazê-lo?

 O fracasso de São Paulo seria o fracasso desse genial modelo de convivência que a humanidade desenhou ao longo dos séculos para sobreviver e ser feliz. Esta invenção insuperável do gênero humano, que se chama cidade. E as cidades foram inventadas para unir, e não para desunir, para proteger, e não para fragilizar, para acarinhar, e não para violentar, para dar conforto e não sofrimento. São Paulo tem seus grandes problemas, mas tem e terá as suas próprias soluções.

O Brasil moderno nasceu aqui, e o surpreendente Brasil do novo milênio também nascerá aqui, se corrigirmos os nossos erros, se superarmos a inércia, se quebrarmos o imobilismo, e se recuperarmos a alma criativa e o espírito de empreendedorismo que sempre foram a marca de São Paulo. O mais fundamental, porém, é agregarmos a tudo isso uma profunda consciência social. É hora, repito, de fazer nascer uma nova São Paulo, capaz não apenas de se autocriticar, ou de se lamentar, mas de se reconstruir.

O primeiro passo que quero dar a partir de hoje é fazer com que a prefeitura recupere seu papel de liderar as forças criativas e produtivas e sociais da cidade. Nossa intelectualidade nunca perdeu sua capacidade de pensar, mas a prefeitura por vezes perdeu o interesse de atraí-las para um trabalho parceiro. Nossas forças produtivas nunca deixaram de crescer e progredir, mas a prefeitura por vezes se inibiu no papel de desenhar políticas urbanas de desenvolvimento, capazes de corrigir as distorções urbanísticas e abrir novas perspectivas para a cidade. Nossos movimentos sociais nunca deixaram de pensar, defender e expressar as ideias e sentimentos dos setores mais desprotegidos, porém a prefeitura por vezes deixou de ouvi-los com a constância e sinceridade necessárias.

É hora, portanto, de atrair, unir e estimular as forças vivas o pensamento paulistano para um trabalho acima de interesses individuais ou partidários. São Paulo é nossa, São Paulo é de todos nós.

Para esta ação convido todas as mulheres e todos os homens de São Paulo, jovens e velhos, de todas as classes sociais, e de todas as colorações partidárias. Mas não conseguiremos essa meta se também não nos abrirmos cada vez mais para o Brasil e para o mundo. São Paulo não é uma ilha política, tampouco uma cidade de muralhas. São Paulo precisa firmar parcerias vigorosas, na esfera pública com o governo federal, com o governo estadual, e na esfera privada, com o que exista de mais avançado em pensamento e tecnologia no mundo.

Sei que contarei com o apoio decisivo do governo da presidenta Dilma, mas potencializarei esse apoio apresentando propostas e projetos criativos e irrecusáveis. Não adianta o governo federal se dispor a ajudar se nós, moradores de São Paulo, não fizermos nossa parte, apresentando a contrapartida da criação e da execução.

São Paulo tem que voltar a ser farol e antena. Farol pra iluminar seus passos e os passos do Brasil. Antena para captar o que existe de mais moderno, e para transmitir o que crie de mais diferenciado para nosso país e para o mundo.

Mas, como já disse, São Paulo tem que ser antes de tudo uma cidade-lar, um teto digno, limpo e decente, debaixo do qual toda família possa realizar seu sonho de ser feliz.

São Paulo é de todos os nascidos aqui, é de todos os que vieram para cá, São Paulo é de todo o Brasil. Muito obrigado."

sábado, 27 de outubro de 2012

Candidatos à Prefeitura de São Paulo debatem propostas na TV Globo (Postado por Lucas Pinheiro)

 Os dois candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo participaram na noite desta sexta-feira (26) do último debate do segundo turno das eleições municipais. José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) debateram propostas sobre temas como saúde, transporte, educação, urbanização, medicamentos, creches e violência.

Temas como o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal e a gestão do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), também foram lembrados.

Divididos em três blocos, os candidatos puderam fazer perguntas entre si em todos eles. O primeiro bloco teve temas livres. Os candidatos fizeram perguntas entre si, com direito a réplica e a tréplica. Haddad foi sorteado para dar início ao debate e questionou Serra sobre a administração da atual prefeitura. Seguindo a regra, depois foi a vez de Serra, que perguntou sobre as propostas ligadas à saúde da mulher. Em seguida, Haddad fez a segunda pergunta a Serra sobre segurança pública. Fechando o primeiro bloco, Serra questionou Haddad sobre transporte público.

O segundo bloco foi de temas determinados, sorteados na hora pelo mediador César Tralli. No início do segundo bloco, Serra fez uma pergunta a Haddad sobre corrupção. Logo depois, Haddad questionou sobre transporte. Educação foi o terceiro tema sorteado para a pergunta de Serra a Haddad, que, em seguida, fechando o bloco, perguntou sobre habitação para Serra.

No terceiro bloco, os temas voltaram a ser livres. Serra questionou Haddad sobre a distribuição de medicamentos. Na sua vez, Haddad escolheu o tema parcerias públicas para Serra responder. Em seguida, Serra perguntou para Haddad sobre leitos hospitalares, que depois o questionou sobre política social. Ao final deste bloco, cada candidato fez suas considerações finais em um minuto e 30 segundos. Por sorteio, Haddad foi o primeiro a fazer seu encerramento, e depois foi a vez de José Serra.

 Considerações finais
Em suas considerações finais, o petista voltou a dizer que apresentou seu programa de governo no início da campanha e reforçou as parcerias com governos e setor privado.

“Eu apresentei um programa sério no dia 13 de agosto. Ele não foi remendado, desde então ao sabor das pesquisas de opinião. Programa sério feito por especialistas. Programa da mudança”, disse.

"Nada de renúncia, nada de meio expediente. Trabalhar quatro anos duro e trabalhar em parceria. Com o setor privado, com o setor comunitário, com o governo estadual, mas muito com o governo federal. O que falta é ideia, o que falta é projeto. É isso que está faltando a cidade de São Paulo, uma visão de futuro ", completou.

José Serra aproveitou o minuto e meio para reforçar sua "ficha limpa" e mencionou o mensalão. Ele também reconheceu que a cidade tem problemas e falou de suas propostas.

"Nós vamos fazer bilhete único de seis horas para todos que andam de ônibus, vamos fazer bolsa para mãe que está na fila da creche, de R$ 200. Vamos expandir o ensino técnico e profssional e vamos perseguir todos os objetivos para melhorar a condição de vida do paulistano", disse.

"A população leva em conta questões de honra. Se diz que a população de São Paulo não está ligando para o mensalão. Isso não é verdade. Esses procedimentos do mensalão indignam a população. E é com meu passado limpo , minha ficha limpa, minha folha de realizações, que quero ser de novo prefeito de São Paulo", completou.

Importância do debate
Depois, os dois candidatos foram questionados sobre a importância do debate para o segundo turno das eleições.

José Serra disse que as propostas debatidas devem ajudar o eleitor indeciso a se decidir.

“Espero que ajude aqueles que estão indecisos a fazer sua cabeça. Foram levantadas questões importantes aqui, como a minha proposta de dobrar a duração do bilhete único, de três para seis horas. A proposta de continuar as parcerias com entidades filantrópicas, como Santa Marcelina, Albert Einsten, Sírio-Libanês, questões da saúde, questões da educação. Tudo muito importante para que as pessoas façam sua cabeça”, disse o tucano.

Já Haddad disse que o debate ajudou a mostrar para a população que é "preciso mudança".

"Por ser o último, pela a audiência da Globo, por ter permitido confrontar ideias e sobretudo se colocar perguntas. Tiveram oito anos para fazer e não fizerem. É hora de mudar. Acho que a população de São Paulo vai se convencer de que está na hora de dar um novo rumo para a cidade de São Paulo", disse o petista.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Polícia registra pelo menos 7 mortes na Grande SP desde a noite de quinta (Postado por Lucas Pinheiro)

 A polícia registrou pelo menos sete assassinatos na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo entre a noite de quinta (25) e a madrugada desta sexta-feira (26).

Em um dos casos, um policial militar estava de folga quando foi atingido no trânsito, na Zona Leste. Fábio João Tosta, de 33 anos, estava em uma motocicleta na Avenida Flamingo, na região de Itaquera, por volta das 20h desta quinta-feira, quando foi alvejado por dois homens que estavam em outra moto. Em seguida, a dupla fugiu.

 Ainda na Zona Leste, no bairro Parada 15 de Novembro, na região de Guaianases, criminosos atiraram várias vezes contra um grupo de amigos que comemorava um aniversário em um bar. Três pessoas foram atingidas por disparos dados por quatro homens que estavam em duas motos. Uma morreu. Os outros baleados foram socorridos e passam bem.

No bairro do Lajeado, uma pessoa também morreu depois de ser baleada.

Na Zona Sul, no bairro da Saúde, um homem foi encontrado morto em uma praça. A polícia foi chamada por vizinhos que escutaram os disparos. O homem não foi identificado.

Na Zona Oeste de São Paulo, a polícia registrou um assassinato na Avenida Engenheiro Heitor Antônio Eiras Garcia, na região da Rodovia Raposo Tavares.

Em Mauá, no ABC, criminosos de carro tentaram assaltar duas pessoas na porta de casa no Jardim Sônia Maria, mas as vítimas eram policiais - um rodoviário e um da Rota. Eles reagiram. Segundo a polícia, na troca de tiros duas mulheres foram atingidas pelos criminosos.

Em Carapicuíba, também na Grande São Paulo, outras duas pessoas foram assassinadas.

Entre a noite de quarta (24) e madrugada de quinta-feira, pelo menos 14 pessoas foram baleadas na capital e Grande São Paulo. Pelo menos seis vítimas morreram. Uma delas era policial militar.

Dados da violência no estado
Nesta quinta, foi divulgado mais um balanço da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que apontou uma alta significativa nos índices dos chamados crimes contra a vida em setembro em comparação com o mês de agosto. Em confrontos entre policiais militares e criminosos, nos primeiros nove meses, os confrontos resultaram em 382 vítimas, sendo 13 delas policiais militares, em todo o estado. Na capital, 240 pessoas, sendo oito PMs, morreram nestes confrontos.

E, a cada trimestre de 2012, o número de mortos, tanto de suspeitos quanto de policiais, nos embates aumentou progressivamente. No primeiro trimestre, foram mortos 64 suspeitos na capital e 112 em todo o estado; um PM morreu na capital e dois, no estado. No segundo trimestre, as vítimas subiram para 76 na capital e 117 no estado; contra três PMs mortos na capital e seis no estado. E, por fim, no terceiro trimestre, 92 mortos na cidade de São Paulo e 140 no estado; e quatro policiais mortos na capital e cinco em todo o estado.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Polícia registra pelo menos 10 casos de pessoas baleadas na Grande SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 A polícia registrou dez casos de pessoas baleadas em São Paulo e nas cidades da região metropolitana entre a noite desta quarta (24) e a madrugada desta quinta-feira (25). Cinco morreram. Na capital, os crimes aconteceram nas zonas Leste, Norte e Sul.

O policial militar Gilmar Gabriel dos Santos, de 42 anos, morava perto de um bar, na região de Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. Os vizinhos disseram que ele tinha saído do trabalho por volta das 21h desta quarta, quando parou no estabelecimento para tomar um refrigerante. A polícia contou que dois homens chegaram de moto, desceram, entraram no bar e renderam o PM. Os criminosos, que não estavam armados, pegaram as duas armas do policial e atiraram nele.

 Na madrugada desta quinta, mais três pessoas foram baleadas. Os crimes aconteceram na Zona Norte da capital. Segundo a polícia, um homem e uma jovem passavam pela Estrada do Corredor, no bairro do Jaraguá, pouco depois da meia-noite, quando um grupo de pessoas atirou contra os dois. A jovem foi levada para o hospital com ferimentos no abdômen. Os policiais encontraram o homem no quintal de uma casa também no Jaraguá, com ferimento na perna.

O outro baleado da Zona Norte, um rapaz de 28 anos, estava em frente de casa em Pirituba quando dois homens chegaram de moto atiraram oito vezes. Ele não resistiu aos ferimentos.

No fim da noite de quarta-feira, a polícia registrou outras quatro ocorrências na Zona Sul. No bairro do Campo Limpo, três pessoas foram baleadas. Uma delas morreu e as outras duas permaneciam internadas na manhã desta quinta. Em um outro caso, no Jardim São Luís, uma pessoa morreu.

A nona vítima baleada na capital, estava em Cidade Líder, na região de Itaquera. O homem ferido foi internado em estado grave.

Já em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, um policial militar, que estava à paisana, chegava em casa com a mulher quando foi atacado por dois criminosos. O PM reagiu e teve troca de tiros. Um criminoso morreu e o outro ficou ferido, mas conseguiu fugir.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Adolescente morta em Higienópolis é velada em Taboão da Serra (Postado por Lucas Pinheiro)

 A estudante Caroline Silva Lee, de 15 anos, assassinada durante um assalto em Higienópolis, em São Paulo, era velada no Cemitério Valle dos Reis, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, desde este domingo (21). O enterro estava previsto para às 9h desta segunda-feira (22), mas até as 9h30, ainda não havia ocorrido.

O crime aconteceu na madrugada deste domingo. A jovem era estudante do 2º ano do Colégio São Luís, na região da Avenida Paulista. Nesta segunda, alguns colegas de escola não foram à aula para participar do sepultamento.

A mãe de Caroline disse que ela era uma menina esforçada e estudiosa. A recepcionista Maria Lee, de 40 anos, contou que Caroline sempre tirou boas notas e, por isso, conseguiu uma bolsa de estudos no colégio.  “Ela sempre tirou notas boas. Ela tinha vários planos: de fazer Fatec, corria atrás de curso de inglês. Ela fazia curso de violão, de karatê. De tudo isso, ela corria atrás, com o próprio esforço”, disse Maria Lee.

Crime
Por volta das 2h deste domingo, Caroline tinha deixado a festa de uma amiga de infância, na região da Rua Augusta, na companhia do namorado. De acordo com a Polícia Civil, o jovem disse que eles foram abordados por dois criminosos armados ao passar pela Rua Sabará. Segundo o depoimento, eles entregaram mochila e celulares, mas, mesmo assim, um dos ladrões atirou duas vezes contra a adolescente.

Três suspeitos foram presos pelo crime após baterem o carro na fuga. No boletim de ocorrência registrado no 26° Distrito Policial, os suspeitos Marcos Vinícios Correia Gomes, de 19 anos, Alex Rodrigues Venâncio, de 18, e Claudinei Avelino Modesto, de 18, confessaram o crime e alegaram que a vítima reagiu.

“O delegado falou que o homem [que atirou] tem sangue frio. Eu quero que eles fiquem 40 anos na cadeia”, afirmou a mãe, que estava sob efeito de traquilizantes.

A adolescente que perdeu o pai, vítima de um câncer, há 6 anos, morava com a mãe e um irmão, de 17 anos, em uma apartamento na região da Bela Vista. “O menino ficou em casa, em estado de choque e vai me dando força aos poucos.”

Revoltada, a mãe pede justiça. “Esse mundo tem que mudar. São muitas pessoas morrendo. Como uma mãe que perde a única filha por causa de um celular, de uma máquina, que um bandido vem, chega na esquina e troca por R$ 10 ou por maconha. Para quê [matar]?”, indagou.

sábado, 20 de outubro de 2012

Pai de atirador de SP desconhecia tentativa de internação, diz advogado (Postado por Lucas Pinheiro)

 O pai do administrador de empresas preso após atirar em três pessoas na quinta-feira (18), em São Paulo, afirma que desconhecia a tentativa de internação do filho, segundo o advogado Ricardo Martins Junior. O crime aconteceu após um grupo composto por profissionais de enfermagem, um advogado e um oficial de Justiça ir até a casa onde Fernando Behmer Cesar de Gouveia Buffolo, de 33 anos, estava, na Aclimação, região central.

A dona da residência, a psicóloga Sylvia Helena Gomes Cardim Moreira Guerra, de 45 anos, o auxiliar de enfermagem Márcio Teles Lima, de 27, e o oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49, foram baleados e levados a hospitais. A Polícia Militar foi acionada e negociou por cerca de nove horas a rendição de Fernando. Após entregar as armas que possuía, ele foi levado a uma delegacia e aguardava desde a tarde de sexta a Justiça decidir sobre sua transferência para um hospital psiquiátrico. Para a polícia, ele corre risco de sofrer um novo surto psicótico na cadeia.

 Segundo o defensor Martins Junior, o pai do atirador, Luiz Fernando de Gouveia Buffolo, sabia que o filho precisava de tratamento psiquiátrico, mas não concordava com uma internação forçada. “Ele alertou a ex-mulher sobre os riscos. Se porventura tomasse uma medida como a que foi tomada, isolada, sem comum acordo, poderia resultar num problema como o que aconteceu”, disse Martins Junior, acrescentando que o pai de Fernando não foi avisado sobre a internação.

A mãe do suspeito, Leni Behmer Pinto Cesar, porém, acreditava que a internação era indispensável. “Ele [Fernando] esteve em tratamento psicológico e psiquiátrico durante a infância e sua juventude. Nunca foi internado, mas precisa continuar o tratamento contra a esquizofrenia que foi diagnosticada”, disse o advogado José Cocioloto, defensor de Leni. Ele acompanhou o grupo que tentava internar o administrador na manhã de quinta.

 Como o processo de interdição de Fernando corre em segredo de Justiça na 3ª Vara da Família e Sucessões do Fórum Central João Mendes, o defensor dos interesses da mãe do administrador não pôde falar do teor do mandado que determinou a internação compulsória. “O que posso dizer é que a mãe dele quis a proteção do filho."

Comportamento estranho
A equipe de reportagem apurou que o pedido de interdição de Fernando, feito pela mãe dele, ocorreu após Leni notar que o administrador estava tendo comportamento estranho, com falas desconexas. Ela chegou a gravar algumas das conversas que teve com o rapaz por telefone. Ele teria dito que não chegaria vivo aos 33 anos porque seres com chifres colocaram chips nele e na psicóloga e perseguiam os dois.

A mãe do suspeito teria dito também que a psicóloga Sylvia a impedia de ver o filho. Numa visita que tentou fazer a ele, Leni alega ter sido recebida pela outra mulher com fogos de festa junina disparados contra ela. Vizinhos também teriam relatado que Fernando e Sylvia ficavam na janela da casa dela apontando lanternas em direção à rua durante a noite.

O G1 teve acesso às informações do documento do juiz que determinou o recolhimento forçado a uma unidade psiquiátrica. Nele, está escrito que a mãe do administrador alegou que o filho “apresenta características psíquicas e comportamentais de esquizofrenia, inclusive com risco à própria vida”, e tem “comportamento suicida e que está residindo, atualmente, em companhia de pessoa desconhecida, necessitando de internação involuntária”. O Ministério Público se manifestou favorável à “internação compulsória.”

Em seu despacho, o juiz escreveu que, depois da retirada compulsória, ele deveria ser submetido a “avaliação no nosocômio [hospital] indicado na inicial”, que fica em Itapira, interior do estado de São Paulo. O magistrado ainda determinou que “fica desde já autorizada a internação involuntária do requerido até regular alta médica”.

Armas
De acordo com o advogado José Cocioloto, a mãe do administrador disse que não sabia que seu filho tinha armas. “A dona Leni só soube disso na quinta, quando foi chamada pela PM para ajudar nas negociações para que ele se entregasse. Entendo que, diante do acontecido, Fernando não poderia ter armas, porque seu quadro de saúde mental é grave.”

Além da pistola cujas balas atingiram o rosto do auxiliar de enfermagem, o pulmão do oficial de Justiça e o maxilar da psicóloga, Fernando tinha uma espingarda calibre 12, um revólver 38, facas, duas espadas, munição, e uma besta (espécie de arco com cabo e gatilho para disparar flechas). Ele também tinha registrado em seu nome uma espingarda calibre 44 e um revólver 32, que não foram encontrados pela polícia.

Os homens feridos permaneciam, até a noite de sexta, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de dois centros médicos diferentes. O estado de saúde deles era estável. A família de Sylvia pediu para que o Hospital São Camilo não divulgasse para a imprensa seus boletins médicos.

Psicóloga
Leni afirmou que o filho morava sozinho num apartamento bancado por ela em São Paulo antes de se mudar, em agosto deste ano, para o sobrado da psicóloga Sylvia. “Apesar de alguns jornais terem informado que a mulher é namorada dele, ainda não temos essa confirmação. Os dois seriam apenas amigos”, afirmou o advogado Cocioloto.

Questionado sobre o relacionamento entre Fernando e Sylvia, o defensor da mãe da psicóloga afirmou que a mulher conheceu o administrador há alguns anos, no Parque da Aclimação. “Mas a mãe dela [Leni Lacerda Gomes Cardim Moreira Guerra] nunca soube dizer se eles eram só amigos ou namorados", afirmou o advogado Eduardo Carnelos, contratado para acompanhar o depoimento que a psicóloga ainda dará à polícia.

"O rapaz chegou a frequentar a casa da minha cliente, mas ela pediu para ele não ir mais lá por conta de seu comportamento estranho. Desde então, a filha dela [Sylvia] deixou a casa onde morava com a mãe e se mudou para o consultório onde clinicava para poder continuar a encontrar o administrador”, afirmou.

O advogado da família da psicóloga ainda negou que Sylvia tivesse impedido Buffolo de sair da casa. “Como um homem que tem tantas armas e conversava na rua com vizinhos não podia deixar o imóvel?”, questionou.