sexta-feira, 15 de julho de 2016

Epidemia de zika na América Latina pode acabar em 3 anos, diz estudo

Fenômeno chamado de imunidade de rebanho deve reduzir contágio.

Segundo cientistas, vírus não pode ser contido com medidas já existentes.

Do G1, em São Paulo

 Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia  (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)















Um estudo que será publicado na revista “Science” nesta sexta-feira (15) conclui que a epidemia do vírus da zika pode ter atingido seu pico e pode acabar por si só dentro de dois a três anos na América Latina.

Os cientistas do Imperial College de Londres, no Reino Unido, defendem que a epidemia não pode ser controlada com as medidas existentes. A equipe de pesquisadores prevê que a próxima epidemia em larga escala deve surgir só daqui a 10 anos, embora possam ocorrer surtos pequenos ao logo do tempo.
Neil Ferguson, professor e autor da pesquisa, explica: "Este estudo utiliza todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desenrolar -- e nos permite avaliar a ameaça no futuro iminente. Nossa análise sugere que a propagação do vírus da zika não é controlável, mas que a epidemia vai se reduzir por si mesma dentro de 2 a 3 anos.”
No estudo, Ferguson e seus colegas juntaram os dados existentes sobre a transmissão do vírus da zika na América Latina. A equipe usou essas informações e analisou com outros números e detalhes relativos a vírus semelhantes, como a dengue.
Eles construíram, então, um modelo matemático para representar a atual epidemia e prever as ondas futuras de transmissão. Os cientistas calcularam que a atual epidemia terminaria dentro de dois a três anos, devido ao fato de as pessoas não serem suscetíveis à infecção do vírus da zika mais de uma vez.

"A epidemia explosiva atual acabará devido a um fenômeno chamado efeito rebanho. Como o vírus é incapaz de infectar a mesma pessoa duas vezes -- graças ao sistema imunológico, que gera anticorpos para matá-lo -- a epidemia atinge um estágio em que há muito poucas pessoas para infectar e sustentar a transmissão”, disse Ferguson.

A pesquisa prevê, utilizando a mesma base de cálculos, que a alta escala a transmissão não deverá reiniciar por pelo menos mais 10 anos. Isso depende de que surja uma nova geração na população que não tenha sido exposta ao vírus da zika. Isso deve se repetir com outras epidemias, como a chikungunya.
Suporte acomoda amostras de zika vírus na empresa de biotecnologia alemã Genekam (Foto: Ina Fassbender/Reuters)Suporte acomoda amostras de zika em empresa
de biotecnologia (Foto: Ina Fassbender/Reuters)
Vacinas   
"Enquanto o potencial fim da epidemia é, sem dúvida, positivo, ele também levanta questões para o desenvolvimento de vacinas”, disse o professor Ferguson. "Se nossas projeções estiverem corretas, os casos terão caído substancialmente até o final do próximo ano. Isso significa que, pelo tempo em que teremos vacinas prontas a serem testadas, poderão não haver casos suficientes de zika na comunidade para testar se elas funcionam”, completou.

A pesquisa destacou que há ainda muitas perguntas a serem respondidas sobre o vírus da zika e, portanto, muitas advertências para fazer previsões. Os estudiosos apontaram que não é possível entender ainda o motivo de o vírus da zika ter afetado a América Latina de uma forma tão explosiva.
Outra questão levantada, é a possibilidade de o clima ter de alguma forma ajudado na propagação do vírus, coincidindo com o evento El Niño. A mutação genética do vírus também pode ter desempenhado um papel, segundo o texto publicado pela “Science”, mas as informações iniciais atuais são limitadas com relação a essa hipótese.
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Epidemia de zika na América Latina pode acabar em 3 anos, diz estudo

Fenômeno chamado de imunidade de rebanho deve reduzir contágio.

Segundo cientistas, vírus não pode ser contido com medidas já existentes.

Do G1, em São Paulo

 Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia  (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)


Um estudo que será publicado na revista “Science” nesta sexta-feira (15) conclui que a epidemia do vírus da zika pode ter atingido seu pico e pode acabar por si só dentro de dois a três anos na América Latina.

Os cientistas do Imperial College de Londres, no Reino Unido, defendem que a epidemia não pode ser controlada com as medidas existentes. A equipe de pesquisadores prevê que a próxima epidemia em larga escala deve surgir só daqui a 10 anos, embora possam ocorrer surtos pequenos ao logo do tempo.
Neil Ferguson, professor e autor da pesquisa, explica: "Este estudo utiliza todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desenrolar -- e nos permite avaliar a ameaça no futuro iminente. Nossa análise sugere que a propagação do vírus da zika não é controlável, mas que a epidemia vai se reduzir por si mesma dentro de 2 a 3 anos.”
No estudo, Ferguson e seus colegas juntaram os dados existentes sobre a transmissão do vírus da zika na América Latina. A equipe usou essas informações e analisou com outros números e detalhes relativos a vírus semelhantes, como a dengue.
Eles construíram, então, um modelo matemático para representar a atual epidemia e prever as ondas futuras de transmissão. Os cientistas calcularam que a atual epidemia terminaria dentro de dois a três anos, devido ao fato de as pessoas não serem suscetíveis à infecção do vírus da zika mais de uma vez.
 
"A epidemia explosiva atual acabará devido a um fenômeno chamado efeito rebanho. Como o vírus é incapaz de infectar a mesma pessoa duas vezes -- graças ao sistema imunológico, que gera anticorpos para matá-lo -- a epidemia atinge um estágio em que há muito poucas pessoas para infectar e sustentar a transmissão”, disse Ferguson.
 
A pesquisa prevê, utilizando a mesma base de cálculos, que a alta escala a transmissão não deverá reiniciar por pelo menos mais 10 anos. Isso depende de que surja uma nova geração na população que não tenha sido exposta ao vírus da zika. Isso deve se repetir com outras epidemias, como a chikungunya.
Suporte acomoda amostras de zika vírus na empresa de biotecnologia alemã Genekam (Foto: Ina Fassbender/Reuters)Suporte acomoda amostras de zika em empresa
de biotecnologia (Foto: Ina Fassbender/Reuters)
Vacinas   
"Enquanto o potencial fim da epidemia é, sem dúvida, positivo, ele também levanta questões para o desenvolvimento de vacinas”, disse o professor Ferguson. "Se nossas projeções estiverem corretas, os casos terão caído substancialmente até o final do próximo ano. Isso significa que, pelo tempo em que teremos vacinas prontas a serem testadas, poderão não haver casos suficientes de zika na comunidade para testar se elas funcionam”, completou.

A pesquisa destacou que há ainda muitas perguntas a serem respondidas sobre o vírus da zika e, portanto, muitas advertências para fazer previsões. Os estudiosos apontaram que não é possível entender ainda o motivo de o vírus da zika ter afetado a América Latina de uma forma tão explosiva.
Outra questão levantada, é a possibilidade de o clima ter de alguma forma ajudado na propagação do vírus, coincidindo com o evento El Niño. A mutação genética do vírus também pode ter desempenhado um papel, segundo o texto publicado pela “Science”, mas as informações iniciais atuais são limitadas com relação a essa hipótese.
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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Mais da metade dos bebês com zika nascem saudáveis, diz estudo no RS

Um dos autores da pesquisa é professor de universidade de Pelotas.

Porém, 40% nasceram com doenças cerebrais graves, com ou sem doença. 

Do G1 RS

Uma pesquisa realizada por um professor gaúcho com 1,5 mil bebês infectados com zika vírus apontou que 60% deles nasceram saudáveis. Entretanto, outros 40% nasceram com doenças cerebrais graves, com ou sem microcefalia. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (29) pela revista britânica The Lancet, como mostrou o RBS Notícias (veja vídeo acima).
Um dos autores do estudo é o epidemiologista e professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Fernando Barros. Segundo o pesquisador, a ciência está a um passo de diagnosticar com mais exatidão os casos de crianças vítimas do vírus da zika.

"Ao todo, 20% dessas crianças com lesão cerebral  provocada pelo vírus da Zika tem perímetro cefálico normal, não tem microcefalia. Possivelmente porque essa infecção ocorreu no final da gravidez, quando o crescimento cerebral do feto já tinha se realizado em grande parte."

A pesquisa também teve a participação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O estudo é considerado o maior realizado no mundo sobre o tema. A partir desses resultados, o Ministério da Saúde informou que vai definir novos critérios para identificação dos bebês com problemas relacionados à infecção do vírus, independente, da presença ou não da microcefalia.

"Eu enquanto pesquisador, fico pensando, e enquanto cidadão; que nós temos que tomar medidas muito urgentes, porque é uma infecção muito grave. A lesão cerebral é muito importante, existe uma destruição de estruturas do cérebro e essas lesões são irreversíveis", disse o professor gaúcho.

RS registra mais de 50 casos confirmados
No Rio Grande do Sul, foram notificados 612 casos suspeitos de febre pelo zika vírus, conformeúltimo boletim epidemiológico, divulgado no dia 24. Do total, 51 casos foram confirmados sendo 23 autóctones (contraído dentro do estado). Eles são moradores Frederico Westphalen, Santa Maria, Ivoti, Rondinha, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Ijuí e Santo Ângelo. Quatro casos foram em gestantes, duas infectadas no 1º trimestre de gestação, uma no 2º trimestre e a outra no 3º trimestre.
No mesmo boletim divulgado nesta sexta (24), a Secretaria Estadual da Saúde detalhou também os números sobre a gripe no estado. A pasta informou que já são 143 óbitos por Influenza neste ano. Somente em Porto Alegre são 24 mortes.

Outras cidades gaúchas que já registraram óbitos são Caxias do SulMontenegroCanoasSão GabrielSanta Maria, Santa Rosa, Sapiranga do Sul. Já em relação a febre Chikungunya o boletim aponta o registro 383 casos de suspeitos da doença neste ano. Destes 32 casos foram confirmados, sendo um deles autóctone, de um morador de Ibirubá.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/06/mais-da-metade-dos-bebes-com-zika-nascem-saudaveis-diz-estudo-no-rs.html

Postado por: Enrique de Mello Albuquerque