terça-feira, 20 de setembro de 2016

Butantan espera testar vacina de zika em humanos em dois meses


Projeto é resultado de parceria com instituto americano.
Vacina de DNA usa tecnologia nova que não deve trazer risco a grávidas.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
Imagem é representação da superfície do vírus da zika; equipe de cientistas conseguiu determinar a estrutura do vírus pela primeira vez  (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)Imagem é representação da superfície do vírus da zika (Foto: Universidade Purdue/Cortesia)
O Instituto Butantan pode começar, em dois meses, a testar em humanos uma vacina contra o vírus da zika. Esta é a expectativa do diretor da instituição, Jorge Kalil, que fez o anúncio em um evento nesta segunda-feira (19).
O projeto, que é resultado de uma parceria com um instituto americano, é de uma vacina de DNA, que usa um pequeno fragmento de DNA produzido sinteticamente em laboratório que codifica uma proteína do vírus da zika e por isso desperta a resposta imunológica contra o vírus no organismo.
“É uma tecnologia absolutamente revolucionária, mas a gente sabe que não tem nada de infeccioso e que não causa problemas para a grávida. Porque nós temos que proteger a mulher grávida”, disse Kalil. Uma das principais precupações em relação ao vírus da zika é o risco de ele provocar microcefalia em bebês cujas mães foram infectadas.
Segundo Kalil, o instituto tem uma reunião com a Anvisa ainda esta semana para discutir a aprovação dos testes clínicos. “A Anvisa e a Conep (Conselho Nacional de Ética em Pesquisa) estão muito sensibilizadas para a questão, então acho que vai ser uma questão de um ou dois meses para a aprovação”, afirmou o diretor do instituto.
As vacinas de DNA são vistas como uma tendência para o futuro, mas, até o momento, ainda não existe nenhum produto desse tipo aprovado para uso comercial.
O instituto também trabalha no desenvolvimento de um soro contra zika e de anticorpos monoclonais para combater o vírus, ambos com a função de neutralizar o vírus já presente no organismo da pessoa infectada.
Vacina de vírus inativado
Outra iniciativa em andamento no Instituto Butantan é um projeto de vacina de zika com vírus inativado para o qual centro de pesquisa recebeu US$ 3 milhões da Autoridade de Desenvolvimento e Pesquisa Biomédica Avançada (Barda, na sigla em inglês), órgão ligado ao Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano (HHS).
Pesquisadores do centro já trabalharam no processo de cultura, purificação e inativação do vírus em laboratório.
Vacinas em teste nos EUA
Nos EUA, existem pelo menos duas vacinas de zika em desenvolvimento. O Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), já está fazendo testes em humanos com uma vacina de DNA. Também já recebeu autorização para realizar testes clínicos a vacina GLS-5700, dos laboratórios farmacêuticos Inovio, dos Estados Unidos, e do GeneOne Life Sciences, da Coreia do Sul.

Postado por Carlos PAIM

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Novo estudo anglo-brasileiro reforça relação entre Zika e microcefalia


Trabalho inédito de caso-controle feito a pedido do Ministério da Saúde examinou nascimentos de crianças com microcefalia em Pernambuco e revela também que nem sempre as más-formações cerebrais puderam ser detectadas por imagem.

Issaac MumenaBBC Africa, Kampala
Um bebê com menos de 3 meses que nasceu com microcefalia é examinado por um neurologista do hospital Pedro I, em Campina Grande, na Paraíba (Foto: Felipe Dana/AP)Um bebê com menos de 3 meses que nasceu com microcefalia é examinado por um neurologista do hospital Pedro I, em Campina Grande, na Paraíba (Foto: Felipe Dana/AP)
Pesquisadores brasileiros e britânicos conseguiram confirmar a relação de causalidade entre o vírus da Zika e a microcefalia em recém-nascidos e recomendam que as autoridades de saúde em todo mundo se preparem para uma epidemia global de casos de microcefalia e outras complicações ligadas ao vírus.
Pedem ainda que o Zika seja oficialmente adicionado a uma lista de infecções que podem ser transmitidas para gestantes e seus bebês, como a toxoplasmose, a rubéola e o herpes. O Zika já foi detectado em 61 países, a maioria deles nas Américas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que em fevereiro declarou a epidemia uma emergência internacional e reiterou o status no último dia 2.
Em abril, a agência de saúde do governo dos Estados Unidos (CDC) já havia anunciado a comprovação de que o vírus da Zika causa microcefalia e outras graves más-formações em bebês, em estudo publicado no New England Journal of Medicine que analisou diversas pesquisas sobre o tema.
Agora, a BBC Brasil obteve os resultados preliminares de um inédito estudo de caso-controle, feito a pedido do Ministério da Saúde e que será publicado nesta sexta-feira pela revista médica americana The Lancet. Os cientistas analisaram o nascimento de crianças com microcefalia em oito hospitais públicos de Pernambuco, um dos Estados brasileiros mais afetados pelo surto da doença, e compararam com bebês cuja circunferência craniana estava dentro dos padrões.
Os pesquisadores colheram amostras de sangue e fluido cérebro-espinhal dos bebês, além de amostras de sangue das mães dos dos grupos. De 32 casos de bebês nascidos com microcefalia, 24 apresentaram a presença do vírus no organismo das mães (81%), em comparação com 61% das mães do grupo controle (39 de 61).
Treze dos 32 bebês nascidos com microcefalia (40%) apresentaram o vírus no sangue ou no fluido cérebro-espinhal, ao passo que nenhum dos bebês do grupo de controle apresentou infecção. Os pesquisadores também analisaram as amostras de sangue das mães para a presença de outras infecções, e uma grande proporção delas teve resultados positivos para dengue e infecções como o citomegalovírus (uma espécie de herpes), a rubéola e a toxoplasmose - esta última também associada à ocorrência de microcefalia.
Dos 32 bebês nascidos com microcefalia, 40% tinha o vírus; dos 61 bebês sem microcefalia, nenhum apresentava Zika
Mas não houve grande diferença de resultados entre os dois grupos, ou seja, houve pouca alteração na incidência dessas demais doenças.
Outro ponto interessante do estudo foi a análise dos cérebros dos bebês com microcefalia. Apenas em sete de 27 casos que foram submetidos a tomografias computadorizadas foi possível identificar anomalias cerebrais nos bebês com perímetro encefálico menor.
"Existe uma grande diversidade de casos, e a verificação disso dependerá de um acompanhamento (por estudos posteriores) do desenvolvimento cognitivo desses bebês", explica à BBC Brasil a médica Thália Velho Barreto de Araújo, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma das autoras do estudo.
"Mas é possível que mulheres que se infectem tardiamente (com a Zika) tenham bebês com um dano cerebral menor (e invisível nas tomografias). Só mais pesquisas vão confirmar isso."
O estudo incluiu todos os bebês nascidos em oitos hospitais entre 15 de janeiro e 2 de maio deste ano. Para cada caso de microcefalia, dois casos de controle foram escolhidos
Barreto explica também que "uma grande proporção de mães de bebês nascidos com ou sem microcefalia tinha sido infectada com o Zika, o que reflete o rápido alastramento do vírus na região. Mas quando comparamos os casos confirmados de infecção em recém-nascidos, descobrimos que mais de 40% dos bebês com microcefalia testaram positivo para o Zika, e nenhum no grupo de controle. A presença de anticorpos para o vírus no líquido cérebro-espinhal indica infecções no sistema nervoso, mas nem todo os casos de microcefalia apresentaram anomalias no cérebro", explica
Há a suspeita de que o percentual de infecção congênita possa ser ainda maior. Os pesquisadores explicam que o exame de sangue e fluido cérebro-espinal, o único método vigente de detectção do Zika em recém-nascidos, tem precisão limitada, sobretudo no caso de infecções ocorridas nos primeiros estágios da gravidez.
Isso sugere que pode haver casos positivos entre os 19 bebês com diagnóstico negativo, apesar da microcefalia. Segundo os pesquisadores, é improvável que a microcefalia tenha sido causada pela ação de outras infecções como a toxoplasmose porque nem as mães e nem os bebês em questão apresentaram anticorpos específicos dessas mazelas.
Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika, em laboratório de São Paulo (Foto: AP Photo/Andre Penner, File)Mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika, em laboratório de São Paulo (Foto: AP Photo/Andre Penner, File)
"Os resultados preliminares sugerem que o Zika deveria ser oficialmente adicionado à lista de infecções congênitas como a toxoplasmose e o herpes, por exemplo", explica Thália.
O estudo incluiu todos os bebês nascidos em oitos hospitais entre 15 de janeiro e 2 de maio deste ano. Para cada caso de microcefalia, dois casos de controle foram escolhidos - os dois primeiros bebês nascidos sem microcefalia na manhã seguinte em qualquer um dos hospitais.
Todos os casos foram agrupados em função da região de nascimento e data esperada do parto. Participaram cientistas da UFPE, da Universidade Estadual de Pernambuco, da Organização Pan-Americana de Saúde e da London School of Hygiene & Tropical Medicine.
No total, serão analisados 200 casos de bebês com microcefalia e 400 de bebês sem a má-formação em Pernambuco.
"Há um forte consenso científico de que a Zika causa microcefalia, mas os resultados preliminares desse estudo são as peças que faltavam em um quebra-cabeças para provar essa ligação", explica Laura Rodrigues, professora de epidemologia da London School.
Postado por: Carlos PAIM

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Epidemia de zika na América Latina pode acabar em 3 anos, diz estudo

Fenômeno chamado de imunidade de rebanho deve reduzir contágio.

Segundo cientistas, vírus não pode ser contido com medidas já existentes.

Do G1, em São Paulo

 Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia  (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)















Um estudo que será publicado na revista “Science” nesta sexta-feira (15) conclui que a epidemia do vírus da zika pode ter atingido seu pico e pode acabar por si só dentro de dois a três anos na América Latina.

Os cientistas do Imperial College de Londres, no Reino Unido, defendem que a epidemia não pode ser controlada com as medidas existentes. A equipe de pesquisadores prevê que a próxima epidemia em larga escala deve surgir só daqui a 10 anos, embora possam ocorrer surtos pequenos ao logo do tempo.
Neil Ferguson, professor e autor da pesquisa, explica: "Este estudo utiliza todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desenrolar -- e nos permite avaliar a ameaça no futuro iminente. Nossa análise sugere que a propagação do vírus da zika não é controlável, mas que a epidemia vai se reduzir por si mesma dentro de 2 a 3 anos.”
No estudo, Ferguson e seus colegas juntaram os dados existentes sobre a transmissão do vírus da zika na América Latina. A equipe usou essas informações e analisou com outros números e detalhes relativos a vírus semelhantes, como a dengue.
Eles construíram, então, um modelo matemático para representar a atual epidemia e prever as ondas futuras de transmissão. Os cientistas calcularam que a atual epidemia terminaria dentro de dois a três anos, devido ao fato de as pessoas não serem suscetíveis à infecção do vírus da zika mais de uma vez.

"A epidemia explosiva atual acabará devido a um fenômeno chamado efeito rebanho. Como o vírus é incapaz de infectar a mesma pessoa duas vezes -- graças ao sistema imunológico, que gera anticorpos para matá-lo -- a epidemia atinge um estágio em que há muito poucas pessoas para infectar e sustentar a transmissão”, disse Ferguson.

A pesquisa prevê, utilizando a mesma base de cálculos, que a alta escala a transmissão não deverá reiniciar por pelo menos mais 10 anos. Isso depende de que surja uma nova geração na população que não tenha sido exposta ao vírus da zika. Isso deve se repetir com outras epidemias, como a chikungunya.
Suporte acomoda amostras de zika vírus na empresa de biotecnologia alemã Genekam (Foto: Ina Fassbender/Reuters)Suporte acomoda amostras de zika em empresa
de biotecnologia (Foto: Ina Fassbender/Reuters)
Vacinas   
"Enquanto o potencial fim da epidemia é, sem dúvida, positivo, ele também levanta questões para o desenvolvimento de vacinas”, disse o professor Ferguson. "Se nossas projeções estiverem corretas, os casos terão caído substancialmente até o final do próximo ano. Isso significa que, pelo tempo em que teremos vacinas prontas a serem testadas, poderão não haver casos suficientes de zika na comunidade para testar se elas funcionam”, completou.

A pesquisa destacou que há ainda muitas perguntas a serem respondidas sobre o vírus da zika e, portanto, muitas advertências para fazer previsões. Os estudiosos apontaram que não é possível entender ainda o motivo de o vírus da zika ter afetado a América Latina de uma forma tão explosiva.
Outra questão levantada, é a possibilidade de o clima ter de alguma forma ajudado na propagação do vírus, coincidindo com o evento El Niño. A mutação genética do vírus também pode ter desempenhado um papel, segundo o texto publicado pela “Science”, mas as informações iniciais atuais são limitadas com relação a essa hipótese.
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Epidemia de zika na América Latina pode acabar em 3 anos, diz estudo

Fenômeno chamado de imunidade de rebanho deve reduzir contágio.

Segundo cientistas, vírus não pode ser contido com medidas já existentes.

Do G1, em São Paulo

 Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia  (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)Mosquitos Aedes aegyti são vistos em laboratório da Colômbia (Foto: AP Photo/Ricardo Mazalan)


Um estudo que será publicado na revista “Science” nesta sexta-feira (15) conclui que a epidemia do vírus da zika pode ter atingido seu pico e pode acabar por si só dentro de dois a três anos na América Latina.

Os cientistas do Imperial College de Londres, no Reino Unido, defendem que a epidemia não pode ser controlada com as medidas existentes. A equipe de pesquisadores prevê que a próxima epidemia em larga escala deve surgir só daqui a 10 anos, embora possam ocorrer surtos pequenos ao logo do tempo.
Neil Ferguson, professor e autor da pesquisa, explica: "Este estudo utiliza todos os dados disponíveis para fornecer uma compreensão de como a doença vai se desenrolar -- e nos permite avaliar a ameaça no futuro iminente. Nossa análise sugere que a propagação do vírus da zika não é controlável, mas que a epidemia vai se reduzir por si mesma dentro de 2 a 3 anos.”
No estudo, Ferguson e seus colegas juntaram os dados existentes sobre a transmissão do vírus da zika na América Latina. A equipe usou essas informações e analisou com outros números e detalhes relativos a vírus semelhantes, como a dengue.
Eles construíram, então, um modelo matemático para representar a atual epidemia e prever as ondas futuras de transmissão. Os cientistas calcularam que a atual epidemia terminaria dentro de dois a três anos, devido ao fato de as pessoas não serem suscetíveis à infecção do vírus da zika mais de uma vez.
 
"A epidemia explosiva atual acabará devido a um fenômeno chamado efeito rebanho. Como o vírus é incapaz de infectar a mesma pessoa duas vezes -- graças ao sistema imunológico, que gera anticorpos para matá-lo -- a epidemia atinge um estágio em que há muito poucas pessoas para infectar e sustentar a transmissão”, disse Ferguson.
 
A pesquisa prevê, utilizando a mesma base de cálculos, que a alta escala a transmissão não deverá reiniciar por pelo menos mais 10 anos. Isso depende de que surja uma nova geração na população que não tenha sido exposta ao vírus da zika. Isso deve se repetir com outras epidemias, como a chikungunya.
Suporte acomoda amostras de zika vírus na empresa de biotecnologia alemã Genekam (Foto: Ina Fassbender/Reuters)Suporte acomoda amostras de zika em empresa
de biotecnologia (Foto: Ina Fassbender/Reuters)
Vacinas   
"Enquanto o potencial fim da epidemia é, sem dúvida, positivo, ele também levanta questões para o desenvolvimento de vacinas”, disse o professor Ferguson. "Se nossas projeções estiverem corretas, os casos terão caído substancialmente até o final do próximo ano. Isso significa que, pelo tempo em que teremos vacinas prontas a serem testadas, poderão não haver casos suficientes de zika na comunidade para testar se elas funcionam”, completou.

A pesquisa destacou que há ainda muitas perguntas a serem respondidas sobre o vírus da zika e, portanto, muitas advertências para fazer previsões. Os estudiosos apontaram que não é possível entender ainda o motivo de o vírus da zika ter afetado a América Latina de uma forma tão explosiva.
Outra questão levantada, é a possibilidade de o clima ter de alguma forma ajudado na propagação do vírus, coincidindo com o evento El Niño. A mutação genética do vírus também pode ter desempenhado um papel, segundo o texto publicado pela “Science”, mas as informações iniciais atuais são limitadas com relação a essa hipótese.
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sexta-feira, 1 de julho de 2016

Mais da metade dos bebês com zika nascem saudáveis, diz estudo no RS

Um dos autores da pesquisa é professor de universidade de Pelotas.

Porém, 40% nasceram com doenças cerebrais graves, com ou sem doença. 

Do G1 RS

Uma pesquisa realizada por um professor gaúcho com 1,5 mil bebês infectados com zika vírus apontou que 60% deles nasceram saudáveis. Entretanto, outros 40% nasceram com doenças cerebrais graves, com ou sem microcefalia. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (29) pela revista britânica The Lancet, como mostrou o RBS Notícias (veja vídeo acima).
Um dos autores do estudo é o epidemiologista e professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Fernando Barros. Segundo o pesquisador, a ciência está a um passo de diagnosticar com mais exatidão os casos de crianças vítimas do vírus da zika.

"Ao todo, 20% dessas crianças com lesão cerebral  provocada pelo vírus da Zika tem perímetro cefálico normal, não tem microcefalia. Possivelmente porque essa infecção ocorreu no final da gravidez, quando o crescimento cerebral do feto já tinha se realizado em grande parte."

A pesquisa também teve a participação da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. O estudo é considerado o maior realizado no mundo sobre o tema. A partir desses resultados, o Ministério da Saúde informou que vai definir novos critérios para identificação dos bebês com problemas relacionados à infecção do vírus, independente, da presença ou não da microcefalia.

"Eu enquanto pesquisador, fico pensando, e enquanto cidadão; que nós temos que tomar medidas muito urgentes, porque é uma infecção muito grave. A lesão cerebral é muito importante, existe uma destruição de estruturas do cérebro e essas lesões são irreversíveis", disse o professor gaúcho.

RS registra mais de 50 casos confirmados
No Rio Grande do Sul, foram notificados 612 casos suspeitos de febre pelo zika vírus, conformeúltimo boletim epidemiológico, divulgado no dia 24. Do total, 51 casos foram confirmados sendo 23 autóctones (contraído dentro do estado). Eles são moradores Frederico Westphalen, Santa Maria, Ivoti, Rondinha, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre, Ijuí e Santo Ângelo. Quatro casos foram em gestantes, duas infectadas no 1º trimestre de gestação, uma no 2º trimestre e a outra no 3º trimestre.
No mesmo boletim divulgado nesta sexta (24), a Secretaria Estadual da Saúde detalhou também os números sobre a gripe no estado. A pasta informou que já são 143 óbitos por Influenza neste ano. Somente em Porto Alegre são 24 mortes.

Outras cidades gaúchas que já registraram óbitos são Caxias do SulMontenegroCanoasSão GabrielSanta Maria, Santa Rosa, Sapiranga do Sul. Já em relação a febre Chikungunya o boletim aponta o registro 383 casos de suspeitos da doença neste ano. Destes 32 casos foram confirmados, sendo um deles autóctone, de um morador de Ibirubá.

http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2016/06/mais-da-metade-dos-bebes-com-zika-nascem-saudaveis-diz-estudo-no-rs.html

Postado por: Enrique de Mello Albuquerque