quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Pai diz que andou de jet ski para satisfazer filho (Postado por Lucas Pinheiro)

O pai do menino de 9 anos que morreu em um acidente envolvendo um jet ski no domingo (26) em uma represa em Ribeirão Pires, no ABC, disse em entrevista ao jornalista César Tralli que só pilotou o equipamento para satisfazer o filho. O menino estava em uma boia que era puxada pelo pai no jet ski. A criança morreu depois que o bote bateu em uma pilastra de uma ponte na represa. A entrevista foi exibida no Bom Dia São Paulo desta quarta-feira (29).

“Ele queria ir de qualquer maneira. Alguma coisa pedia que eu não fosse, mas eu atendi o pedido dele”, afirmou Antonio Edvan Moreira de Carvalho, pai de Mitchill Guilherme Pereira de Carvalho, que morreu no acidente. “Eu não queria fazer aquilo, não queria puxar ele, mas ele insistiu. Às vezes você vai fazer o gosto do filho e acaba fazendo uma besteira sem saber.”

“Se pudesse retroceder no tempo, ou ainda que pudesse avançar, eu avançaria pra passar essa fase”, disse o pai. Ele e a mulher estão hospedados na casa de parentes em Praia Grande, na Baixada Santista. Uma alternativa para tentar superar a perda do filho.

Segundo o casal, o menino adorava água, e insistiu pelo passeio. Carvalho arranjou um bote e um jet ski emprestados. Ele contou que tinha andado no equipamento apenas uma vez antes, e admitiu que tinha noção de que era necessário ter habilitação para pilotar o equipamento em praias. “Se eu falar que eu sabia que tinha que usar em represa, essas coisas assim, eu estou mentindo.”

No jet ski, Carvalho amarrou uma corda para puxar o bote inflável com o filho e um primo a bordo. Ele contou que não estava em alta velocidade, e que tinha bebido meia lata de cerveja.

A diversão durou menos de dez minutos. O acidente aconteceu quando a família passava sob uma ponte que corta a represa. “Eu acredito que tenha sido a marola do outro jet, que tinha passado no sentido contrário. eu acredito que tenha sido isso”, afirmou o pai.

O bote bateu em uma das pilastras. “Eu vi bater, o meu sobrinho caiu para fora da boia e ele [o filho] ficou caído dentro do bote. Eu liguei o jet ski de novo, voltei, puxei ele para cima do jet ski e o meu sobrinho, tomei rumo à margem, coloquei ele no carro e nós fomos pro hospital. O coração dele batia, mas ele não resistiu”, contou o pai, emocionado.

Antonio foi iniciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, mas disse que não haverá punição maior do que já se sentir em um cárcere de remorso e culpa. Ele chegou a ser preso, mas pagou fiança. Carvalho não tinha habilitação para guiar o equipamento.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Justiça manda Paulistano incluir gay como dependente de parceiro (Postado por Lucas Pinheiro)

O juiz Dimitrios Zarvos Varellis, da 11ª Vara Cível, determinou que o Club Athletico Paulistano, nos Jardins, inclua o parceiro do médico patologista Ricardo Tapajós, Mário Warde, e a filha dele, como dependentes em seu título familiar. A decisão ocorreu em 15 de fevereiro deste ano, mas só foi revelada nesta terça-feira (28) em reportagem do jornal "Folha de S.Paulo". O G1 procurou a assessoria do clube e não havia recebido retorno até as 12h40.

O caso começou em 2009, quando o médico patologista solicitou a inclusão do parceiro dele como sócio do tradicional clube. Os conselheiros analisaram a solicitação em janeiro de 2010, mas a votação ocorreu somente no dia 26 de agosto do mesmo ano. Na ocasião, o Paulistano confirmou que “por ampla maioria de votos, indeferiu o pedido do associado”. Com isso, Tapajós decidiu entrar na Justiça para conseguir incluí-lo como dependente.

Segundo o juiz, a união estável entre os dois “foi plenamente comprovada pelo autor”. O magistrado ressalta que o sexo das pessoas “não se presta como fator de desigualação jurídica” e cita recentes decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema.

Em um comunicado enviado em 2010, a assessoria do Paulistano informou que o posicionamento levou em conta o Estatuto Social do clube, o Código Civil e a Constituição Federal para chegar à conclusão de que “é reconhecida como entidade familiar a união estável mantida entre homem e mulher”.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012


Palmeiras vence o Guará e retoma a liderança

Palmeiras saiu perdendo, mas conseguiu a virada

Scolari - Avai x Palmeiras (site oficial AvaiFC)
Com Valdivia e Luan lesionados e Cicinho suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o Verdão foi a Guaratinguetá, pela 8ª rodada do Campeonato Paulista, enfrentar o Guará, no estádio Dario Rodrigues Leite. Com gols de Artur, Barcos e João Vitor, o time alviverde garantiu os 3 pontos necessários para a retomada da liderança.
Nos primeiros minutos de jogo, as duas equipes exploraram o campo em ritmo acelerado. Aos 4 min, após receber um cruzamento pela esquerda, Maikon Leite bateu com força e a bola desviou na mão do goleiro Jailson. No contra-ataque, o time adversário fez boa jogada, Lúcio Flávio recebeu, arriscou e carimbou Artur.
Aos 10 min, Pio driblou Juninho, arriscou um forte chute da intermediária e fez um belíssimo gol, inaugurando o placar. Como reação, um minuto depois, Maikon Leite arrancou pela direita, cruzou, mas Patrik bateu fraco, facilitando a defesa do goleiro adversário.
A partir dos 12 min, o Palmeiras levou forte pressão à defesa da casa. No minuto seguinte, Barcos recebeu uma bola cruzada de Artur e tocou para Maikon Leite, que teve seu chute prensado pelo zagueiro Baggio. Dois minutos depois, Pio voltou a levar perigo ao gol do Palmeiras arriscando um chute de longe, porém a bola passou por cima da trave.
Aos 18 min, Marcos Assunção cobrou escanteio, Jailson deu rebote para a área, Barcos chutou e, no segundo rebote do goleiro, Artur chutou, fazendo com que a bola desviasse e tocasse nas redes para o empate palmeirense.
Artur saiu machucado aos 32 min e João Vitor entrou em seu lugar. Após 4 min, o atacante levou cartão amarelo por falta em Djavan. Aos 36 min, Maikon Leite carregou a bola, bateu em diagonal e a bola explodiu no zagueiro Fernando.
Aos 46 min, o volante Daniel fez falta dura em Maikon Leite dentro da área e foi expulso. Na cobrança, Barcos escolheu o canto esquerdo e virou para o Palmeiras. Um minuto depois, o juiz apitou o fim da primeira etapa.
O primeiro tempo foi praticamente dominado pelo verdão, que explorou as laterais e os jogadores velozes para a criação de jogadas eficazes. Após o empate, o time da casa caiu de rendimento.
O segundo tempo iniciou num ritmo mais calmo, com menos chances e jogadas de criação. As duas equipes ficaram recuadas aguardando chances de contra-ataque.
A primeira boa chance do Verdão surgiu aos 11 min, quando Maikon Leite arrancou pela direita e cruzou para o domínio de Barcos na área, porém a finalização saiu pela meta adversária. Em seguida, Juninho e Marcos Assunção receberam cartões amarelos. Juninho devido a uma falta e o camisa 20, a reclamações.
Em jogada aérea de Marcos Assunção aos 17 min, Daniel Carvalho mergulhou de cabeça para o gol, mas teve sua bola desviada. Aos 30 min, Maikon Leite recebeu uma bola alta de cara a cara com o goleiro e não conseguiu dominá-la. Um minuto depois, Baggio foi expulso por puxar Maikon Leite pela camisa. Assunção cobrou a falta e o goleiro se esticou todo para realizar a defesa.
Após ser lançado, aos 39 min, Barcos fez boa jogada individual, mas chutou para fora. No contra-ataque, Pedro arrancou e chutou sobre a trave de Deola. Aos 41 min, João Vitor chutou de longe, teve sua bola prensada com o Pio e fez um golaço. No último lance do jogo, Pio cobrou falta e diminuiu a vantagem do Verdão.
O próximo compromisso do Verdão será nesta quinta-feira (23), às 19h30, contra o Oeste, no Pacaembu.
Escalação:  Deola; Artur (João Vitor), L. Amaro, Henrique e Juninho (Gerley); M. Araújo,.Assunção, Patrik e Daniel Carvalho (Vinícius); Maikon Leite e Barcos.
Gols:
Guaratinguetá: Pio (10’ – 1º tempo; 48' – 2º tempo)
Palmeiras: Artur (18’ – 1º tempo); Barcos (46' – 1º tempo); João Vitor (41' – 2º tempo).

Justiça condena Lindemberg Alves a 98 anos e 10 meses de prisão (Postado por Erick Oliveira)

Ao final do quarto dia de julgamento, Lindemberg Alves, de 25 anos, foi condenado a 98 anos e 10 meses de reclusão pela morte de Eloá e pelos outros 11 crimes cometidos durante o sequestro ocorrido em 2008 em Santo André, no ABC. Além disso, terá de pagar 1.320 dias-multa. A sentença começou a ser lida por volta das 19h35 desta quinta-feira (16) no Fórum de Santo André O júri composto por seis homens e uma mulher considerou que houve dolo (intenção) por parte de Lindemberg de matar Eloá - a defesa tentava convencê-los de que Lindemberg gostava da garota e não tinha a intenção de matá-la.
A decisão saiu pouco mais de três anos após Lindemberg sequestrar e matar Eloá, após mais de 100 horas de cativeiro. Para chegar a conclusão de que ele foi culpado pela morte, os jurados ouviram os depoimentos dos jovens que também foram sequestrados por Lindemberg, dos policiais que atuaram no caso e do próprio Lindemberg, o último a depor na quarta-feira (15). Foi a primeira vez que Lindemerg falou sobre o sequestro.
Pouco antes da leitura da sentença, a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, apareceu na janela do fórum e causou alvoroço do lado de fora. Muitas pessoas ficaram comovidas.
"Além de eliminar a vida de uma jovem de 15 anos e quase matar Nayara e o bravo policial militar Atos Valeriano, causou enorme transtorno para a sociedade e para o estado", afirmou a juiza, na sentença. Ela afirmou também que as circunstâncias dos fatos que constam do processo "demonstram que o réu agiu com frieza, premeditadamente, em razão de orgulho e egoísmo, sob a premissa de que Eloá não poderia, por vontade própria, terminar o relacionamento amoroso".
A juíza afirmou ainda que requisitou ao Ministério Público que apure a declaração dada pela advogada de defesa, Ana Lúcia Assad, que disse à magistrada: "Você precisa voltar a estudar". A juíza considerou que houve crime contra a honra.
Ao final da leitura, a juíza foi bastante aplaudida pelas pessoas que foram ao fórum acompanhar a decisão. A mãe de Eloá também aplaudiu e depois abraçou um dos filhos dela, irmão da vítima.
Lindemberg ouviu a sentença de cabeça baixa. Ele não poderá recorrer em liberdade. Logo depois do término do júri, ele foi levado para o presídio de Tremembé.
O réu respondeu pela morte de Eloá, por duas tentativas de homicídio (contra Nayara Rodrigues da Silva, baleada no rosto, e o sargento da Polícia Militar Atos Antonio Valeriano, que escapou de um tiro); cárcere privado (de Eloá, Victor Lopes de Campos, Iago Vilera de Oliveira e duas vezes de Nayara) e disparo de arma de fogo (foram quatro) praticados entre os dias 13 e 17 de outubro de 2008 dentro do apartamento onde a ex morava, no segundo andar de um bloco da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) no Jardim Santo André.
Desfecho
Na manhã desta quinta, a advogada de Lindemberg, Ana Lúcia Assad, disse durante a fase de debates do julgamento que seu cliente ainda era apaixonado pela vítima e que não premeditou o crime. A defensora falou por cerca de uma hora e meia. A juíza Milena Dias determinou em seguida o intervalo.
“Ele não é marginal ou um criminoso. Os senhores [jurados] são pessoas de bem, assim como Lindemberg. Peço que o enxerguem como um irmão, pai dos senhores, um amigo. Ele não é bandido. Ele confessou que atirou em Eloá. Lindemberg é apaixonado por Eloá. Foi o grande e único amor da vida dele. Tanto é que ele não recebe visita íntima porque ele não quer ter outra mulher”, disse. “Lindemberg sofre pela morte de Eloá.”
"Não vou pedir a absolvição dele. Ele errou, tomou as decisões erradas e deve pagar por isso, mas na medida do que ele efetivamente fez", disse a advogada. "Peço que os senhores [jurados] condenem o Lindemberg pelo homicídio culposo, pois ele não desejou o resultado. Ele sofre pela morte dela."
Ela falou que a polícia e a mídia também eram responsáveis pela  morte de Eloá.
Já a promotora Daniela Hashimoto disse que Lindemberg é “mentiroso, manipulador e dissimulado”. Daniela falou por uma hora e meia. A assistente da acusação dispensou os 30 minutos a que tinha direito.
“É esse rapazinho, bonzinho, coitadinho, arrependido, que veio aqui pedir perdão, ele fez um pedido sincero em frente à mídia, mas ele é uma pessoa que simula e é dissimuladora”, disse a promotora em relação ao pedido de perdão feito por Lindemberg durante seu depoimento. “Se fosse um pouco mais esperto ou orientado poderia ter dito que foi ao apartamento armado porque temia a reação dos pais de Eloá porque Eloá teria dito que apanhou dele [Lindemberg] dias antes”, completou.
Lindemberg
Durante o interrogatório, o réu falou pela primeira vez sobre o crime e admitiu ter atirado na ex. Ele contou detalhes do momento da invasão da PM ao apartamento. "Estávamos conversando os três no sofá. Infelizmente aconteceram algumas reações. A polícia estourou a porta e eu tomei um susto. Ela ameaçou um movimento e eu infelizmente atirei", disse. "Pensei que ela pudesse vir para cima de mim. Eu vi o movimento e atirei. Foi tudo muito rápido."
Questionado se atirou em Nayara, ele disse não se lembrar do fato: "Não me recordo". "Quando fui ver, já estava sendo agredido pelos policiais. Foi tudo muito rápido. Não tinha intenção." Ele disse também que não teve tempo de pensar. Lindemberg negou também ter atirado em um PM durante o sequestro. "É ficção." Ele também pediu perdão à mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Termina o terceiro dia de julgamento do caso Eloá (Postado por Erick Oliveira)

Terminou por volta das 19h40 desta quarta-feira (15) o terceiro dia de julgamento do caso Eloá. Lindemberg Alves, acusado de matar a garota, admitiu pela primeira vez durante o júri ter atirado nela dentro do apartamento em Santo André, no ABC, em 2008. Ele falou por mais de cinco horas, contando os intervalos determinados pela juíza Milena Dias. Foi a primeira vez que se pronunciou desde o crime.
O julgamento será retomado nesta quinta (16) com os debates de acusação e defesa. Os jurados, então, se reunirão para decidir pela absolvição ou condenação. Passado esse ponto, a juíza vai ler a sentença e definir a pena dada ao réu.
Durante o interrogatório, o réu contou detalhes do momento da invasão da PM ao apartamento. "Estávamos conversando os três no sofá. Infelizmente aconteceram algumas reações. A polícia estourou a porta e eu tomei um susto. Ela ameaçou um movimento e eu infelizmente atirei", disse. "Pensei que ela pudesse vir para cima de mim. Eu vi o movimento e atirei. Foi tudo muito rápido."
Questionado se atirou em Nayara, ele disse não se lembrar do fato: "Não me recordo". "Quando fui ver, já estava sendo agredido pelos policiais. Foi tudo muito rápido. Não tinha intenção." Ele disse também que não teve tempo de pensar.
Lindemberg negou também ter atirado em um PM durante o sequestro. "É ficção." O acusado disse que se sentiu "traído" pela polícia. "Tiraram o contato com a minha irmã e começaram a tirar as pessoas do local. Foi uma quebra de confiança. Eu fiquei na dúvida com a polícia."
Lindemberg disse que foi procurado por advogados várias vezes e que eles o orientaram a negar a autoria dos disparos. "Eu nunca quis isso. Eu quis dizer a verdade. A doutora Ana [Lúcia Assad] colaborou para que eu dissesse a verdade."
Logo no início do julgamento, ele pediu perdão à mãe da vítima, Ana Cristina Pimentel. Lindemberg começou a ser ouvido pouco depois das 14h, no Fórum de Santo André, no ABC. O depoimento foi encerrado pouco antes das 19h45.
"Quero pedir perdão para a mãe dela em público, pois eu entendo a sua dor", disse o réu. "Estou aqui para falar a verdade, afinal, tenho uma dívida muito grande com a família dela." "Pela perda da família, eles são as vítimas. Se estou encarcerado, estou pagando por algo que eu fiz", disse.
De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, a juíza Milena Dias leu a denúncia para o réu e iniciou as perguntas. Segundo o acusado, ele e Eloá mantiveram relacionamento amoroso por dois anos e três meses. "Eu era muito amigo da família", disse.
Lindemberg se disse surpreso ao ver que a ex-namorada estava acompanhada quando chegou a apartamento onde ela foi mantida refém. "Fiquei surpreso com a presença do Iago, do Victor e da Nayara. A Eloá ficou assustada ao me ver", disse. O réu afirmou que estava armado porque havia recebido ameaças dias antes do crime. "Era para garantir minha segurança."
Lindemberg disse que sacou a arma após perguntar a Eloá se ela havia ficado com Victor e ela negar. "Puxei a arma para Eloá quando ela começou a gritar comigo, mentindo que ela não tinha ficado com o Victor. Mandei os três saírem do apartamento, pois eu queria conversar com ela sozinha. Mas eles se recusaram."
"Quando a polícia chegou, fiquei apavorado. Não sabia o que fazer", relatou Lindemberg. Ele afirmou que as ameaças que fez nas ligações telefônicas antes para os policiais eram "um blefe" para afastá-los do local. Pelas transcrições, ele disse ao capitão Adriano Giovanini, do Gate, que ia "matar as duas e se matar".
Lindemberg contou que namorou com Eloá por dois anos e três meses, a partir de julho de 2006. Nesse período, havia rompido quatro vezes, a última delas, na primeira semana de setembro. O motivo, segundo ele, era ciúme de ambas as partes. Neste momento, a mãe de Eloá fez sinal contrário com a cabeça, negativamente.
O réu garantiu que havia reatado o relacionamento com Eloá dias antes do sequestro. “A gente se separava, mas se reconciliava”, disse, ao ser perguntado se a relação era conturbada. Segundo ele, Eloá estava lhe “dando canseira". "Fui tocar a minha vida com outra garota”, disse.
Ele contou que Eloá o viu com Letícia, uma garota que ele conheceu “no samba” e se relacionou por dois dias. O fato rendeu uma conversa com a ex-namorada. “Eloá chorou e teve uma recaída”, afirmou Lindemberg. Isso ocorreu cinco ou seis dias antes do início do seqüestro. Segundo Lindemberg, o relacionamento pouco significou porque amava Eloá. Chegou a comprar cesta de flores e bombons para a garota. “Eu senti que ela deu uma de difícil, mas tinha certeza absoluta que ela ia ter uma recaída, porque gostava de mim. Tive certeza porque sabia do sentimento dela por mim”, disse.
Lindemberg contou que frequentava normalmente a casa de Eloá pelo contato que tinha com a família, especialmente com a mãe e o irmão Douglas. No relacionamento, Eloá reclamava de falta de atenção, segundo Lindemberg. Isso porque ele gostava de jogar bola três vezes por semana e não estava ao lado dela em momentos de crises familiares. “A gente sabe que mulher tem crises.”
O réu contou que no dia 13 de outubro foi a casa de Eloá e lá encontrou Victor, Nayara e Iago. “Eu conhecia o Iago e a Nayara, mas o Vitor eu não conhecia”, disse. Eloá se assustou com ele por ele não ter ido trabalhar. Questionou, então, a garota sobre o porquê daquela reunião e afirmou que ela sempre o informava sobre trabalhos da escola e que havia uma relação de confiança.
Os dois foram conversar na cozinha, e Eloá lhe disse que não davam mais certo. Lindemberg foi atrás de Victor então e o pressionou para que contasse se havia ficado com Eloá. Segundo o réu, ele admitiu que havia “dados uns beijos nela.” Ainda de acordo com Lindemberg, Victor beijou Eloá porque não sabia que ela havia reatado com o motoboy. Quis saber por que Eloá contou aquela mentira. A garota começou a gritar, segundo ele, o que o fez sacar a arma da cintura. “Ela gritava alto e fazia barraco”, disse Lindemberg, que teve de repetir o gesto simulando tirar a arma da cintura no Fórum de Santo André nesta quarta, a pedido da juíza.
A mãe de Eloá decidiu sair do plenário às 15h08. Ela retornou às 15h12, não concordando com o que estava sendo dito.“Puxei da cintura e mostrei para ela parar de gritar. E depois coloquei na cintura”, prosseguiu Lindemberg. Ele contou que pediu para os outros três descerem, e eles não quiseram. "Eles não saíram da casa por medo de que eu e Eloá ficássemos sozinhos. Eles temiam uma atitude extrema."
Ele disse que todos ouviam música e conversavam no apartamento e que em alguns momentos levavam a siutação como se fosse uma "brincadeira". "A Eloá chegou a fazer uma sobremesa para nós." Afirmou também que sentiu-se mais traído pelos policiais que pela Eloá. "Não tinha necessidade de invadir o apartamento naquele momento". Disse que a história do beijo já estava "totalmente resolvida.”
A juíza disse seguidas vezes que não estava entendendo o relato de Lindemberg, e pedia para ele ser mais claro. Lindemberg relatou que falou pela janela com o pai de Eloá, e que disse que resolvia um problema com a adolescente. Em seguida, chegou a polícia. “Eu estava num processo de como contornar essa situação, eu estava perdido.”
Ele disse que durante o cárcere fez apenas um disparo, e no computador. Segundo ele, Victor passou mal e quis descer. “O Victor ficou até onde ele aguentou“, disse. Ele negou ter agredido os reféns.
Arma
Lindemberg afirmou que recebeu ameaças de morte de um número de telefone desconhecido e de outro que não atendia quando ele retornou a ligação. Por isso, segundo ele, comprou a arma de um "senhor" que precisava voltar para sua terra natal. O réu afirmou não recordar o nome dele. Disse apenas que o homem tinha oferecido uma bicicleta e uma arma. A compra ocorreu 20 dias antes do sequestro, quando, segundo ele, estava separado de Eloá. Ele disse ter dado R$ 700 por ela. Por conta das ameaças, Lindemberg disse ter ido ao apartamento armado. “Eu tinha mais medo de morrer do que andar com arma ou responder por porte (ilegal) de arma.”
O acusado também disse que fez algo "impensado". "Eu estava muito nervoso e tomei atitudes impensadas. Atirei para o chão para manter a polícia longe do apartamento."
"O ambiente no apartamento não era favorável para que nós descêssemos. Eu aguardava esse momento", afirmou. "Estou aqui para ser o mais transparente e autêntico possível", afirmou à promotora, que mostrou uma arma calibre 32 a ele perguntando se era igual à dele. "Se não for ela, é parecidíssima."
Questionado por que não se emociona ao lembrar de Eloá, ele respondeu: "Eu não vim aqui para dar show, para comover ninguém".
Depoimentos
Pela manhã, o tenente Paulo Sérgio Squiavo, que comandava a equipe do Gate que invadiu o apartamento onde Lindemberg mantinha Eloá refém, disse durante seu depoimento que o réu estava eufórico após os disparos feitos. Segundo Squiavo, Lindemberg gritou: “Tô vivo e a matei”.
Squiavo foi o primeiro a depor no Tribunal do Júri, no Fórum de Santo André, no ABC, nesta quarta. Ele foi ouvido das 10h50 às 12h20.
O comandante da Polícia Militar disse ainda que só invadiu o apartamento porque já havia recebido ordens de seus superiores que poderia fazê-lo caso “estivesse insustentável a situação dos reféns”.
Squiavo afirmou também que só entrou no apartamento após ouvir um disparo, juntamente com outros quatro policiais. Segundo ele, foi detonada uma bomba. Pelo vão da fresta, ele disse ter visto Lindemberg atirar mais duas vezes. O policial disse que se quisesse poderia ter matado o réu. O Gate, segundo ele, disparou um tiro de bala de borracha contra Lindemberg, que jogou a arma no chão e foi rendido.
Crítica
Ao término do terceiro dia de julgamento, o advogado assistente da acusação, José Beraldo, que representa a família de Eloá, afirmou que Lindemberg mostrou–se "calculista" e "frio" e disse que ele riu em muitos momentos do depoimento. "Eu acredito que ele será condenado por todos os crimes. Não tem como ele não ser condenado", disse.

Lindemberg trabalha e joga futebol em cadeia no interior de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

O comportamento de Lindemberg Alves, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel em 2008, chamou a atenção de quem acompanha o julgamento, realizado desde segunda-feira (13) em Santo André, no ABC. Acusação e defesa apresentam dois perfis bem diferentes – um assassino frio ou um jovem que perdeu a cabeça, respectivamente.

Lindemberg vive desde o crime na Penitenciária II de Tremembé, no interior de São Paulo. Lá dentro, ele monta peças para box de banheiro, lê, participa de cultos religiosos e joga futebol. Nunca teve problemas disciplinares, e só saiu três vezes – todas para ir ao Fórum de Santo André.

No banco dos réus, durante o julgamento, mostrou até agora poucas reações – uma delas um sorriso ao ficar frente a frente com Ronickson Pimentel, irmão de Eloá, que descreveu uma conversa com o réu durante o cárcere.

“Ele disse frequentemente que ia matar a Eloá e depois se matar. Ele ficava calmo, mas de repente nervoso. Ele mudava bastante de humor”, disse o irmão da vítima em seu depoimento.

A defesa e a acusação vêem o réu de maneiras muito diferentes. “É um rapaz de paz, calmo, sensato, focado”, disse Ana Lúcia Assad, defensora de Lindemberg. “A postura de Lindemberg é uma postura fria, calculista, como se nada tivesse acontecido”, afirmou José Beraldo, assistente de acusação.

Antes nervoso e agressivo; agora apático dentro do tribunal. A psiquiatra Fabiana Assaf, que atende detentos há sete anos, diz que isso pode acontecer. “Pode ser uma orientação da advogada dele, de dizer que ele tem que ficar mais tranquilo, mais quieto, para que convença os jurados que ele não é culpado”, afirmou. “Outra coisa que pode acontecer é que o encarceramento por si só pode desencadear uma doença mental. Ele pode estar um pouco deprimido por ter sido preso.”

Grupo assalta cerca de 60 clientes de restaurante em SP, diz Polícia Civil (Postado por Erick Oliveira)

Ao menos quatro criminosos renderam e assaltaram cerca de 60 clientes de um restaurante na noite desta terça-feira (14), em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, de acordo com informações da Polícia Civil.
Segundo a polícia, o grupo obrigou as vítimas a deitar no chão e entregar todos os pertences de valor, como bolsas, relógios, carteiras e celulares. A Polícia Civil terá acesso na manhã desta quarta-feira (15) às imagens das câmeras de segurança do estabelecimento.
Por volta das 3h, quase todos os clientes há haviam comparecido ao 14º Distrito Policial para registrar boletim de ocorrência. Ninguém ficou ferido no arrastão, de acordo com o polícia. Nenhum suspeito havia sido preso durante a madrugada.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Engavetamento causa lentidão na Marginal Tietê (Postado por Erick OLiveira)

Um engavetamento envolvendo três carros complicava o trânsito na pista expressa da Marginal Tietê, no sentido Rodovia Ayrton Senna, por volta das 6h45 desta quarta-feira (8), em São Paulo.
O acidente aconteceu próximo à Ponte da Freguesia do Ó. O airbag de um dos carros foi acionado com o impacto. No horário, a faixa da esquerda da pista expressa estava interditada. O motorista enfrentava lentidão na Marginal Tietê desde a saída da Rodovia dos Bandeirantes até o local do acidente.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Documentos de prédio que desabou no ABC estavam em dia, diz prefeito (Postado por Lucas Pinheiro)

O prefeito de São Bernardo do Campo, Luiz Marinho, disse na manhã desta terça-feira (7) que o prédio cuja parte da laje desabou na noite desta segunda (6) estava com toda sua documentação em ordem e, a princípio, não apresentava alterações estruturais. Uma criança morreu, uma mulher de 25 anos está desaparecida e seis pessoas ficaram feridas. Um buraco de cerca de 10 metros de diâmetro se abriu na laje, atingindo todos os 14 andares.

“A documentação está toda em ordem. Tem licenciamento dos bombeiros, laudo de segurança e estabilidade do prédio, validade até julho desse ano. Do ponto de vista documental, está em ordem. O que precisa ser analisado é o que ocorreu de fato”, afirmou Marinho em visita ao local.

“Só a partir daí é possível dizer o que aconteceu, só um laudo técnico das áreas competentes, a própria Polícia Civil está trabalhando nesse sentido, nós também vamos trabalhar. Enquanto isso, o prédio está interditado totalmente, até para uma análise, para saber se está comprometido ou não está comprometido, para na eventualidade haver uma liberação para a recuperação.”

Segundo Marinho, o prédio era comercial, e começou a ser construído em 1972. A data da entrega do imóvel consta na Prefeitura como 1978. “Tudo com a documentação desde a sua origem e a manutenção das certificações, tudo em dia. Não há histórico de problemas.”


O prefeito de São Bernardo do Campo disse que ainda não é possível dizer se o prédio havia sofrido alguma alteração. “Se houve alguma construção irregular, não dá para se dizer, internamente. Segundo o síndico não havia nenhuma movimentação, a não ser de pintura. Mas nada de mexer em paredes ou infraestrutura do prédio”, afirmou Marinho.

O fornecimento de luz foi suspenso na região do prédio para o trabalho dos bombeiros. O corte também atingiu o prédio da Prefeitura, que fica próximo, e estava trabalhando com geradores. “A Eletropaulo prometeu trabalhar nesta terça-feira para poder isolar o problema do prédio do restante, mas por enquanto não foi restabelecida a energia aqui na região”, disse Marinho, que afirmou que o atendimento na prefeitura foi comprometido. “A não ser que tenha alguma coisa que não dê para adiar - se der para adiar, por favor. Não dá para fazer muita coisa, só ações emergenciais.”

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Operação apreende adolescentes em baile funk na Zona Sul de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

Vinte e sete pessoas foram detidas em um baile funk que acontecia no meio da Rua José Manoel Camisa Nova, no Jardim São Luiz, na Zona Sul de São Paulo, na madrugada deste sábado (4). Entre os detidos estão 22 adolescentes. A Operação Pancadão contou com o apoio da Polícia Militar, da Guarda Civil Metropolitana, de agentes do Programa de Silêncio Urbano (Psiu) e de funcionários da Subprefeitura do M’Boi Mirim.

Todos os detidos foram levados para o 92º Distrito Policial, no Parque Santo Antônio. Os menores foram encaminhados em seguida para o Conselho Tutelar.

Segundo a Subprefeitura do M'Boi Mirim, a PM apreendeu 11 carros por desrespeitar a lei do silêncio. Outros cinco veículos foram apreendidos pelos agentes da Prefeitura por comércio ambulante irregular.

Em um bar, máquinas de caça-níquel foram encontradas. Por causa disso, o estabelecimento foi multado em R$ 32.598. O bar levou outra multa no mesmo valor por causa da lei do silêncio.

Na segunda-feira (30), 42 adolescentes foram apreendidos na Operação Pancadão também na região do M’Boi Mirim.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Famílias deixam prédio e prometem acampar em ruas centrais de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

As cerca de 230 famílias que ocupavam um prédio na esquina das avenidas São João e Ipiranga, no Centro de São Paulo, deixaram o edifício nesta manhã e informaram que pretendem acampar nas ruas centrais da cidade caso não haja encaminhamento delas por parte da Prefeitura após o cumprimento da reintegração de posse no imóvel. A ordem judicial deve ser realizada nesta quinta-feira (2).

Os trabalhos estavam programados para iniciar às 7h. Voluntariamente, as famílias desceram e ocuparam a calçada. Entretanto, lideranças dos moradores pediram à Polícia Militar que aguardasse a chegada de um representante da Prefeitura para negociar o encaminhamento das famílias. Por volta das 8h30, segundo a PM, o representante já havia chegado ao imóvel. A retirada dos tapumes e dos pertences das famílias começou por volta das 8h50.

De acordo com a PM, a situação era pacífica no local, no horário. Segundo o major Marcos Félix, será feita uma varredura no imóvel e os tapumes que faziam a divisão das famílias e seus pertences mais pesados serão retirados. Caminhões foram disponibilizados para levar os itens para um depósito judicial.

A autora da ação de reintegração de posse é a empresa Afim Brasil que havia locado o prédio havia cerca de um ano para montar um negócio. Segundo seus advogados Cléber Marega Perroni e Gerson Miguel, o edifício estava sendo reformado quando houve a invasão há cerca de três meses. Eles afirmaram que a reforma estava na fase estrutural e que a empresa continua pagando o aluguel. Por isso, foi necessário entrar com a ação de reintegração de posse.

De acordo com Osmar Silva Borges, um dos líderes da Frente de Luta por Moradia, a maior parte das famílias não tem para onde ir. “Não dá mais para fazer favela na periferia. As que tem, o Kassab vem removendo e essa não é a luta das famílias. Estamos discutindo com as famílias que é preciso ocupar o Centro. Essa luta dos movimentos é para fazer com que os prédios vazios sejam transferidos para moradia e atendam a essas famílias que hoje não têm acesos às linhas de financiamento imobiliário”, disse Borges.

Segundo ele, a reintegração de posse deverá ocorrer de forma tranquila, pois não há interesse do movimento em entrar em confronto com a polícia.

A auxiliar de limpeza Miriam Alves Moreira, de 45 anos, é uma das pessoas que ficará sem ter onde morar após a reintegração de posse. Ela ficou cerca de um mês em outro prédio antes de passar dois meses no imóvel alvo da reintegração nesta quinta. “A gente pagava aluguel em Parelheiros. Eram dez pessoas em uma casa e estava todo mundo desempregado. Não tinha condições de pagar R$ 250 por mês. Ou a gente comia mal ou pagava aluguel. Agora, vamos ficar no meio da rua. Esperar [pra ver] o que a Prefeitura vai fazer. Estamos na luta. É doloroso, mas é o que podemos fazer”

No início desta manhã, Miriam recolhia seus pertences para levá-los consigo. Entretanto, ela ainda não sabia o que faria com o seu fogão. “Quero levar ele comigo, nem que seja para ficar na calçada”, comentou.

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, José Police Neto, esteve no local da reintegração nesta manhã. Segundo ele, a cidade vem tentando solucionar o problema de falta de moradia. “Estamos tentando dar cabo naquilo que a legislação federal determinou: a função social da propriedade. Ano passado, mais de 3 milhões de m² foram notificados para que o proprietário faça cumprir a função social. O que a gente quer é o acompanhamento para que esses proprietários coloquem esse imóveis no mercado, especialmente para a população de baixa renda”, disse o vereador.