terça-feira, 29 de maio de 2012

Policiais Militares da Rota são presos suspeitos de execução em São Paulo (Postado por Lucas Pinheiro)

Policiais militares de uma equipe das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota) foram presos em flagrante pela Corregedoria da Polícia Militar e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, após uma testemunha relatar indícios de execução na ação que terminou com seis mortos na Zona Leste de São Paulo na segunda-feira (28).

A informação foi confirmada nesta terça-feira (29) pelo delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima, e pela assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública no estado de SP (SSP). O número de policiais detidos não foi informado até as 13h50.

Os seis suspeitos de pertencerem a uma facção criminosa que atua a partir dos presídios paulistas morreram após uma troca de tiros com a Rota no estacionamento ao lado de um bar, na Rua Osvaldo Sobreira, na Penha, na noite de segunda. Quatorze criminosos estariam reunidos para discutir como seria o resgate de um preso ligado à quadrilha de dentro de uma unidade prisional na capital paulista.

Os PMs alegaram inicialmente aos seus superiores que todos os seis suspeitos haviam sido mortos em uma troca de tiros. O homem que teria sido executado pelos policiais teria sido detido ainda com vida no estacionamento onde estava com mais um homem e duas mulheres que sobreviveram ao suposto tiroteio. Outros cinco suspeitos conseguiram fugir num carro.

A testemunha telefonou no mesmo dia para o número 190 do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) para dizer que viu policiais da Rota pegarem um dos suspeitos vivo e o levarem para a região do Parque Ecológico do Tietê, também na Zona Leste, onde o teriam torturado e matado a tiros. Depois, segundo a testemunha, levaram o corpo de volta para o local onde teria ocorrido a troca de tiros, na Penha.

Testemunha protegida
Após a denúncia feita por telefone para a PM, a Corregedoria da corporação e o DHPP foram acionados e ouviram a testemunha, que voltou a confirmar as informações, e passou a ser protegida.

A SSP convocou uma entrevista coletiva com a imprensa na tarde desta terça no DHPP para esclarecer o caso. Além do diretor do departamento, Jorge Carlos Carrasco, também estará presente o corregedor da Polícia Militar, coronel Rui Conegundes de Souza.

“Já está determinado. Houve essa falha de conduta no meio da ocorrência. O próprio DHPP vai fazer a prisão flagrante de quem for considerado suspeito desse crime", disse o delegado Marcos Lima ao G1. "Ainda não sei ao certo quantos policiais militares participaram da ação e quantos serão presos".

Segundo o delegado-geral, todos os policiais que participaram da ação foram detidos e estavam no DHPP no começo da tarde, onde prestavam depoimento. Os PMs devem ser levados para o Presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, na Zona Norte.

Desde o ano passado, após uma outra testemunha ter ligado para o Copom para falar sobre policiais militares que executavam um suspeito dentro de um cemitério na capital paulista, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) determinou que ações policiais que resultassem em  resistência à prisão seguidas de morte fossem investigadas pelo DHPP e não somente pela Corregedoria da PM.

O caso
Pela manhã, a corporação havia informado que o caso envolvendo os policiais da Rota na morte dos seis suspeitos teve início na noite de segunda. Segundo a asssessoria da PM, 14 pessoas supostamente ligadas à quadrilha estavam reunidas no bar para combinar a libertação de um preso. Os suspeitos estavam na parte de trás do bar, onde fica o estacionamento. Eles não desconfiaram, entretanto, que policiais da Rota sabiam dos planos – os PMs foram avisados por uma denúncia anônima.

O preso que seria alvo do plano de resgate está no Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, a 6 quilômetros de distância do bar. Os policiais foram avisados e cercaram a área - eles disseram que foram recebidos a tiros e revidaram.

Cinco homens conseguiram fugir, um homem e duas mulheres foram presos e seis foram baleados. Os feridos morreram durante atendimento médico em um hospital da região.

Com o grupo, a PM apreendeu três carros, quatro coletes à prova de balas, sete tijolos de maconha e outros seis tijolos de cocaína, R$ 3 mil em dinheiro e oito armas - das quais quatro de uso restrito.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

MP e SPTrans apuram venda na web de linhas de ônibus e concessões (Postado por Lucas Pinheiro)

O Ministério Público Estadual (MPE) e a SPTrans vão investigar a venda ilegal de concessões e permissões para explorar linhas de transporte público em São Paulo. O G1 flagrou, nesta semana, anúncios em site de leilões que ofereciam cinco ônibus de um consórcio e dois micro-ônibus de cooperativas, todos ativos no serviço municipal.

Representantes das empresas e cooperativas afirmam que a prática é ilegal e que não tinham conhecimento da venda. Segundo eles, os responsáveis vão ser investigados e, se comprovada a fraude, punidos. A Prefeitura de São Paulo afirma que negociar a exploração das linhas de ônibus é estritamente proibido, pois elas são “concedidas pelo poder público às empresas operadoras do sistema municipal de transporte”.

Os anúncios encontrados na internet divulgavam coletivos vendidos por até R$ 296 mil, mediante pagamento parcelado. Além do veículo, o vendedor prometia entregar a credencial para operar a linha através de um documento de doação e desistência feito pelo atual cooperado.

Dois anúncios prometiam a venda de micro-ônibus em operação em linhas nas zonas Leste e Norte. Em outro, eram oferecidos cinco ônibus do Consórcio Leste 4.

A empresa Novo Horizonte, integrante do consórcio, afirmou que "tal prática não é permitida nem realizada" e que "não teve qualquer ciência prévia" dos anúncios, segundo e-mail enviado pelo advogado Alexandre de Moraes. Ex-secretário municipal dos Transportes, Moraes ficou à frente da pasta por três anos, entre 2007 e 2010. Hoje, ele defende empresas de transporte público.

O Consórcio Leste 4 é responsável por ônibus de médio e grande porte que circulam em bairros como Tatuapé, Belém, Vila Carrão e Cidade Tiradentes. O anúncio de venda oferece cinco coletivos da linha 374T-10, que faz o percurso entre Cidade Tiradentes e a estação de Metrô Vergueiro. Procurado pelo G1, o consórcio não retornou as ligações até o final da noite desta quinta-feira (24).

Dois veículos anunciados são de 2003, dois são de 2007 e um deles é de 2011, segundo a SPTrans. A idade dos ônibus anunciados permite que eles sejam explorados por um ou até nove anos, já que uma norma da Prefeitura determina que coletivos em circulação na capital paulista podem ter, no máximo, dez anos de idade.

O anunciante promete ceder o ônibus com a concessão para a linha, e afirma que o "retorno sobre o investimento" se dará em "aproximadamente 36 meses" após a compra. Os números de registro dos coletivos anunciados confirmam que eles pertencem ao Consórcio Leste 4, segundo a assessoria da SPTrans. O preço não é citado neste anúncio em específico.

Os vendedores citados no anúncio são ligados à empresa WFabrill, que presta serviços de limpeza de ônibus em São Paulo. Entre eles estão dois diretores da companhia, os irmãos Fabrício e Giuliano Rainatto.

O G1 tentou contato várias vezes por telefone com ambos, mas não foi atendido. Por e-mail, Giuliano afirmou que o anúncio foi um "equívoco de propaganda" e atribuiu a culpa à equipe de marketing que contratou. Ele diz que a proposta de venda corresponde a um "tipo de serviço a ser usado, como no caso dos veículos a serem negociados servirem para linhas rurais, autônomas e particulares" e ressalta que "não possui nenhum tipo de linha". Ele disse ainda que os coletivos no anúncio tem mais de dez anos de uso e, por isso, não estariam em operação. A SPTrans afirma que todos os coletivos anunciados tem menos de uma década e estão em funcionamento.

Moraes afirma que os irmãos são ligados a uma cooperativa de ônibus, que os veículos no anúncio estão "financiados" e não pertencem aos dois. Ele diz que, apesar do desmentido, ambos podem "estar querendo prejudicar a Novo Horizonte ou a Transcooper". "[O ônibus] não pode ser vendido, a permissão é da concessionária, não dos permissionários. Isso é ilegalidade de um permissionário, e se eles insistirem vão responder civil e penalmente por isso."

Lotações, 'um bom negócio'
Responsável pelo anúncio da venda de um micro-ônibus, Leandro José dos Reis conversou com o G1 por telefone. A lotação, de linha 9191, opera na Zona Norte e vai até a Estação Barra Funda e o Hospital Cachoeirinha. Segundo o vendedor, o coletivo está em operação e a compra "é um bom negócio", já que permitiria um retorno mensal de cerca de R$ 8 mil.

"[O micro-ônibus] é de cooperativa, é da Transcooper. O veículo é de 2007, você pode rodar com ele por mais três anos ainda", disse Reis. O preço é de R$ 160 mil, sendo este o custo do coletivo e da transferência da documentação para que ele rode pela cidade.

Ao ser questionado sobre a ilegalidade da negociação, Reis em um primeiro momento citou a venda de alvarás de táxi, também proibida por lei. "Sempre que sai um [cooperado], é que nem táxi, sai um e entra outro. A gente assina uma desistência, entendeu? Aí entra outra pessoa que esteja interessada."

Em seguida, o vendedor alegou desconhecer a lei. "Não sabia, não [que é ilegal]. Eu nunca fiz isso. Está no nome do meu irmão, está certinho no nome dele", disse, alegando ter o micro-ônibus em sociedade com o parente. Uma hora após a equipe de reportagem falar com Reis, o anúncio virtual foi encerrado.

A Transcooper, cooperativa de micro-ônibus em São Paulo, disse desconhecer o esquema de venda. Moraes, que defende a empresa, afirmou que os responsáveis vão ser investigados e punidos. "O que é possível legalmente é não querer mais ser cooperado, sair, devolver [o veículo]. A pessoa não pode vender o micro-ônibus. A doação [da permissão] é gratuita, é a mesma ilegalidade que ocorre em relação aos táxis. Se a direção da cooperativa comprovar [a venda], vai expulsar o cooperado", ressaltou.

Outro micro-ônibus anunciado na internet informava que o veículo pode transportar até 750 passageiros por dia em uma linha municipal na Zona Leste. O anunciante diz que a lotação tem "linha e cadastro Transcooper" e que o negócio sai por até R$ 296 mil, sendo dividido em uma entrada de R$ 140 mil mais 60 parcelas de R$ 2,6 mil.

Em resposta a uma das perguntas feitas pelos interessados, o vendedor informa que "está em dia" com a cooperativa, que o ponto é na Estação Itaquera do Metrô e que o percurso é pela Cidade Tiradentes, com "mais ou menos 50 minutos de ida e 50 minutos de volta". O lucro, aponta ele, é de R$ 8,5 mil por mês explorando a lotação.

Procurado pelo G1, o anunciante não atendeu às ligações e não respondeu às mensagens deixadas em seu celular. O anúncio também foi encerrado após a equipe de reportagem tentar contato com o vendedor.

Tanto a placa quanto o número de registro dos micro-ônibus anunciados foram borrados da imagem pelos vendedores. "Quem for comprar, vai comprar gato por lebre, porque não vai conseguir nenhum veículo", afirma o advogado da Transcooper.

Negociação proibida
A SPTrans afirma que são proibidas as negociações envolvendo linhas de ônibus em São Paulo, pois elas são concedidas pela Prefeitura. No caso das cooperativas, o poder público permite que os cooperados operem o sistema, o que não significa que as permissões e linhas possam ser vendidas.

"Não há proibição quanto à venda de veículos, desde que sejam descaracterizados como ônibus integrantes do sistema de transportes da capital", afirma a SPTrans, em nota. A empresa diz que irá apurar as negociações e que, se for constatada ilegalidade, serão tomadas as medidas cabíveis.

Leilão de linhas
Os anúncios alarmaram o promotor Saad Mazloum, do Ministério Público. Ele pediu esclarecimentos à SPTrans e anexou dados sobre a venda a um inquérito aberto para investigar irregularidades no transporte municipal de São Paulo. "Isso é ilegal. Esse caso é recente, veio ao meu conhecimento agora. É algo que apenas confirma que os ônibus, que essa questão das linhas, elas estão sendo leiloadas, o que não pode acontecer", disse.

Especialista em concessões e contratos, o advogado Ariosto Peixoto disse que a venda de linhas de ônibus e micro-ônibus é ilegal. "A autorização no caso de lotações é personalíssima. Não teria como fazer isso. Para abrir uma nova vaga, precisa de uma lista avaliada pela Prefeitura, tempo para abrir uma nova concessão", analisa.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

PM usa bomba de efeito para liberar via fechada por manifestantes em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

A Polícia Militar de São Paulo usou bombas de efeito moral por volta das 7h50 desta quarta-feira (23) para dispersar os manifestantes que bloqueavam a Radial Leste nos dois sentidos da via, na altura da Estação Corinthians-Itaquera. Somente após a ação da PM é que a pista foi liberada para o tráfego de veículos. Apesar disso, ainda há congestionamento no trânsito na região.

O protesto na estação é por conta da greve dos funcionários do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que paralisa a maioria do funcionamento dos transportes por trilhos nas suas principais linhas na capital paulista.

Apesar da liberação da via, que havia sido bloqueada desde as 7h30, os usuários descontentes com a greve estavam se dirigindo para outros pontos perto da estação no intuito de realizarem mais bloqueios. Segundo o coronel Marcos Roberto Chaves da Silva, comandante do Comando de Policiamento da PM na capital, o número de manifestantes está sendo levantado.


Ele afirmou ao G1 que a ação da PM para liberar a Radial Leste ocorreu após tentativas frustradas de negociação para saída dos manifestantes da pista. "Quando os policiais conversavam com os manifestantes, um grupo mais radical furou os pneus de ônibus municipais, o que é um crime de dano ao patrimônio público. Diante disso, não restou outra alternativa a PM senão a de agir. Foram disparadas bombas de gás, de efeito moral. Elas explodem e soltam uma cortina de fumaça para dispersar os manifestantes", disse o coronel Marcos Chaves.

Manifestantes filmados
Segundo o coronel, nenhum manifestante havia sido detido até as 8h. Mesmo assim, ele afirmou que "os vândalos que depredaram os ônibus e furaram os pneus dos veículos foram filmados e fotografados. Posteriormente, a PM irá fazer uma representação no Ministério Público contra essas pessoas, assim que forem identificadas. Elas terão de responder por dano ao patrimônio público".

Policiais do 39º Batalhão da Polícia Militar participam da ação contra os manifestantes. São 24 policiais, sendo 18 da Força Tática e seis responsáveis pelo trânsito. "Também foi mandado o reforço de mais 12 policiais para a região para garantir a segurança da população", afirmou Chaves.

Devido ao bloqueio que ocorreu na Radial Leste, o trânsito ficou congestionado na região. Em função da greve, a São Paulo Transporte (SPTrans) acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese). As linhas que operam com destino às estações de Metrô serão estendidas até a região central da Cidade.

Desde as 4h, a PM reforça  o policiamento nas estações da CPTM e em todas as estações do Metrô, inclusive as estações da Linha 4-Amarela, em função da greve.


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Explosão destrói casas após vazamento de gás em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

Três casas ficaram destruídas após uma explosão causada por um vazamento de gás na Vila Prudente, Zona Leste de São Paulo, no início da madrugada desta segunda-feira (21). Duas pessoas que dormiam no imóvel onde aconteceu a explosão tiveram ferimentos leves.

A estudante Thaís Fernandes de Almeida ia dormir quando aconteceu a explosão. “Foi desesperador, o impacto, a pressão, a força que foi”, contou.

O acidente aconteceu na Rua Mata Machado. Na casa onde ocorreu o vazamento, não sobrou quase nada. O teto e uma parede vieram abaixo.

Um casal que dormia em um quarto ficou ferido e foi socorrido. Para os bombeiros, havia um vazamento de gás no local, em algum botijão, e alguma fonte de calor motivou a explosão. Outras duas casas no mesmo terreno foram atingidas e destruídas.

sábado, 19 de maio de 2012

Vítimas de acidente irão processar Metrô de SP, diz advogado (Postado por Lucas Pinheiro)

Ao menos 46 vítimas do acidente ocorrido na Linha 3 – Vermelha do Metrô, na Zona Leste de São Paulo, nesta quarta-feira (16), deverão entrar na Justiça contra a companhia para pedir indenização por danos morais e materiais, segundo o advogado Ademar Gomes, da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp). Ele diz que o valor dos pedidos poderá chegar a R$ 50 mil.

Uma das vítimas, um homem de 34 anos, que trabalha com rodeios, disse ao G1 que fraturou um dedo do pé e, por isso, perdeu a semana de trabalho. “Agora vou ter que voltar para Laranjal Paulista e não vou poder mais trabalhar no rodeio em Carapicuíba”, disse ele, que pediu para não ser identificado. “Se não trabalhar, não ganho. Espero que me paguem pelo menos uns R$ 20 mil ou R$ 30 mil.”

De acordo com Ademar Gomes, na tarde desta sexta-feira (18) algumas vítimas ainda chegavam ao escritório. “Vamos ver o número máximo de pessoas que conseguimos reunir”, disse ele, que afirmou ter sido contatado para assessorar na formação de uma associação de vítimas. “Vai demorar pelo menos mais uma semana até começarmos com os processos.”

Os processos poderão ser movidos por danos materiais, lesões corporais e até danos morais, segundo o advogado. “Teve uma vítima, por exemplo, que precisou remarcar o casamento que estava agendado para esta quinta [17]. Tem gente com medo, muita gente machucada. Agora nós vamos avaliar os casos e as indenizações deverão ficar entre R$ 5 mil e R$ 50 mil”, explicou Gomes.

Uma professora da rede municipal de ensino, de 49 anos, que também pediu para não ser identificada, esteve no escritório da associação nesta sexta. Segundo ela, no momento do acidente ela estava indo para o INSS, com o objetivo de fazer uma perícia agendada há cerca de 90 dias. “Por causa disso, não consegui ir e eles remarcaram para novembro. Agora vou ter que esperar mais quase seis meses para fazer essa perícia”, disse ela, que afirmou ter machucado o joelho, o braço e a cabeça. “Fora o trauma que ficou em mim. Hoje peguei o metrô e fiquei morrendo de medo.”

Em nota, o Metrô informou que já constituiu um núcleo de atendimento e assistência às pessoas envolvidas. Os interessados deverão entrar em contato com a companhia pelo telefone 0800-7707722.

O acidente
A colisão aconteceu na manhã de quarta-feira na Linha 3 - Vermelha do Metrô. Uma composição bateu em outra entre as estações Penha e Carrão, na Zona Leste. O acidente ocorreu após uma falha em uma placa de controle de velocidade. Cada uma controla um trecho da linha. A placa que teve defeito ficava na estação Tatuapé e, por algum motivo, não identificou que havia um trem parado. Por isso o sistema de controle mandou a outra composição que vinha atrás acelerar, quando na verdade ela deveria frear. Foi quando o maquinista acionou o freio de emergência, mas não houve tempo para a parada total.

Entre os feridos no acidente, 33 pessoas foram socorrridas pelos bombeiros e outras 16 atendidas pelo Samu. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) informou que 103 pessoas passaram por atendimento em hospitais municipais. Segundo a pasta, nenhum caso foi grave e todas as pessoas já tiveram alta. A Secretaria de Estado da Saúde informou que foram atendidas três pessoas em hospitais estaduais.

O sistema de sinalização da Linha 3 deveria ter sido substituído por outro mais moderno no ano passado, segundo informou o Metrô. A companhia contratou a empresa Alstom em 2008 para implantar o novo sistema nas linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, com prazo de finalização em julho de 2011. Entretanto, houve um atraso, e a Alstom foi multada em R$ 10 milhões, segundo o Metrô.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Acusados de matar Celso Daniel alegam inocência em júri (Postado por Lucas Pinheiro)

Os três réus que são julgados nesta quinta-feira (10) em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, acusados de matar o então prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, afirmaram no tribunal do júri que são inocentes e alegaram que anteriormente confessaram o crime à polícia porque estavam sob tortura.

O interrogatório começou por volta das 11h30 e durou até cerca de 13h20. Foram ouvidos Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como “Monstro” e que seria o chefe do bando,  José Edson da Silva e Rodolfo dos Santos Oliveira. "Não tenho nada a ver. Vocês estão querendo culpar pessoas inocentes”, disse Monstro em seu depoimento.

Sete pessoas respondem pelo assassinato de Celso Daniel. Nesta quinta, três serão julgados. Também estava previsto o julgamento de outros dois réus nesta tarde, mas ele foi adiado para agosto.

 O Ministério Público afirma que os réus foram contratados para cometer o crime após Celso Daniel descobrir que dinheiro de um esquema de corrupção montado na prefeitura para financiar a campanha eleitoral do PT para a presidência da República estava sendo desviado. À época, a Polícia Civil concluiu que a morte foi um crime comum.

Conhecido como “Sombra”, Sérgio Gomes da Silva, é apontado como o mandante. Ele trabalhava como segurança de Celso Daniel. Atualmente, ele responde pelo em liberdade devido a um habeas corpus concedido pelo STF. Em novembro de 2010, Marcos Roberto Bispo dos Santos, que continua foragido, foi condenado a 18 anos de prisão por participar do crime.

O julgamento
Monstro e José Edson da Silva, segundo a acusação do Ministério Público, estavam em um veículo Santana e, Rodolfo, conhecido como Bozinho, em uma Blazer – ambos os veículos foram usados no sequestro de Celso Daniel.

O juiz Antonio Augusto Hristov ouviu primeiro Monstro, que disse não ter relação com o crime. Em seguida, José Edson falou que conheceu os outros réus na prisão. Disse ainda que, logo após o crime, sofreu agressões no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e tortura, como choques na boca e nos pés.

Já Rodolfo disse que conhecia Ivan apenas de vista, e que, na noite dos fatos, provavelmente estaria trabalhando em sua função, de borracheiro. Questionado pelo advogado de defesa, ele explorou a versão de que foi pendurado por policiais e que recebeu choques na região genital e no ânus.

Alegação de inocência
Durante o depoimento, Ivan Rodrigues da Silva admitiu ter realizado outro homicídio, pelo qual foi condenado a 12 anos de prisão, sequestro e ainda roubos. Entretanto, negou veementemente a participação no caso Celso Daniel.

Quando questionado pelo juiz Antonio Augusto Hristoz sobre depoimentos anteriores a juízes e promotores em Taubaté, no interior de São Paulo, nos quais admitiu a participação no sequestro de Celso Daniel após uma tentativa frustrada de sequestrar um empresário, disse que não tinha nada a declarar e que haviam trocado suas declarações.

Ao ser questionado pela promotoria, Ivan Rodrigues da Silva disse que se manteria em silêncio. O interrogatório começou às 11h35 e acabou às 12h19.

No início dos trabalhos, foram sorteados os jurados: quatro homens e três mulheres. A defesa dos réus José Edson da Silva, Rodolfo dos Santos Oliveira e Ivan Rodrigues da Silva dispensou as testemunhas arroladas (ao todo eram 13). Com isso, o julgamento se iniciou com os interrogatórios dos réus.

Julgamento adiado para 16 de agosto
Outros dois réus deveriam ser julgados nesta quinta – entretanto, os advogados de Elcyd Oliveira Brito e Itamar Messias Silva dos Santos saíram da sala do Tribunal do Júri. Eles haviam feito um pedido formal de adiamento, alegando que as duas horas e meia para argumento da defesa teriam que ser divididas entre os cinco réus.

Com isso, segundo os advogados de Brito e Santos, sobraria pouco tempo para que a defesa fosse apresentada em condições semelhantes às que serão dadas para a acusação, que terá duas horas e meia para se pronunciar. Com a saída dos advogados dos dois réus da sala do júri, o juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov acabou por remarcar o julgamento para 16 de agosto, já que este não poderia ocorrer sem a presença da defesa dos réus.

“Não tinha como defender o réu num curto espaço de tempo para um volume muito grande de processo”, afirmou Ana Lúcia dos Santos, advogado de Elcyd. Segundo ela, são 36 volumes com cerca de 10 mil folhas.

Questionada se Elcyd é culpado da morte de Celso Daniel e se teria recebido dinheiro para isso, o advogado Adriano Lopes, que também representa Elcyd, afirmou que essa discussão será feita no júri. O Ministério Público argumenta que Elcyd já admitiu durante o processo judicial que se tratava de um crime encomendado.

Airton Jacob, advogado de Itamar, afirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus estendendo o benefício já dado a Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, para aguardar o julgamento em liberdade. “Entretanto, Itamar ainda está preso. Esse é um dos motivos para que o julgamento não ocorra hoje.” Jacob afirma que Itamar nega ter praticado o homicídio.

Para a Promotoria, eles foram contratados para matar Celso Daniel, do PT, após a vítima descobrir que o dinheiro de um esquema de corrupção estava sendo desviado para as contas de alguns dos réus. O esquema teria sido montado na Prefeitura de Santo André, segundo o MP, com o consentimento de Daniel, apenas para obter verbas que financiariam a campanha presidencial daquele ano do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Ministério Público espera condenar os réus por homicídio duplamente qualificado, sob a acusação de que receberam para cometer o crime político e por não terem dado à vítima oportunidade de defesa. Segundo Friggi, a condenação pode ter reflexo no julgamento de Sombra.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Metrô decreta desapropriações para construção de Linha 6 - Laranja (Postado por Lucas Pinheiro)

O governo de São Paulo decretou nesta terça-feira (8) a desaproriação de 406 imóveis nos bairros paulistanos da Freguesia do Ó, Lapa, Barra Funda, Perdizes, Consolação, Bela Vista e Liberdade. Eles serão desocupados por via amigável ou judicial para dar lugar ao futuro trecho da linha 6 - Laranja do Metrô. (Veja abaixo as ruas que terão imóveis desapropriados.)

O Metrô informou ao G1 que os 406 imóveis somam 407.400 metros quadrados. Desses imóveis, 52 são terrenos vagos, 214 residenciais e 140 comerciais.

De acordo com o estudo de impacto ambiental, a Linha 6 - Laranja terá extensão de 13,5 km e 15 estações: Brasilândia, Vila Cardoso, Itaberaba - Hospital Vila Penteado, João Paulo I, Freguesia do Ó, Santa Marina, Água Branca, Pompéia, Perdizes, Cardoso de Almeida, Angélica - Pacaembu, Higienópolis - Mackenzie, 14 Bis, Bela Vista e São Joaquim, além de um pátio de estacionamento e manutenção de trens, intitulado Pátio Morro Grande.

Polêmica
A localização da futura Estação Angélica foi motivo de polêmica em maio de 2011. Moradores chegaram a realizar um abaixo assinado contra a estação. A proximidade da Estação Angélica com outras duas estações da linha foi um dos motivos alegados pela Associação Defenda Higienópolis, formada por moradores do bairro que não concordam com a implantação da estação na Avenida Angélica, principal via do bairro.

Ruas que terão imóveis desapropriados
De acordo com o decreto, as desapropriações ocorrerão nas seguintes vias:
- Rua Deolindo Gonçalves
- Rua Domingos Vega
- Estrada do Sabão
- Rua Dr. Luis dos Santos Medeiros
- Rua Eng. Dario Machado de Campos
- Rua Professor Viveiros Raposo
- Rua Domingos Francisco Lisboa
- Rua Saldanha de Oliveira
- Avenida Michihisa Murata
- Rua Felipe de Oliveira Mendes
- Rua Antonio Maciel Teixeira
- Avenida Ministro Petrônio Portela
- Rua Diadema
- Avenida Itaberaba
- Rua Tomás Ramos Jordão
- Rua Professor Luís Sanches
- Avenida João Paulo
- Avenida Miguel Conejo
- Avenida João Paulo I
- Rua Bonifácio Cubas
- Avenida Santa Marina
- Avenida Comendador Martinelli
- Praça Dr. Pedro Corazza
- Avenida Embaixador Macedo Soares
- Rua Sarah de Souza
- Rua Guaicurus
- Rua Faustolo
- Rua Dr. Augusto de Miranda
- Rua Venâncio Aires
- Avenida Pompéia
- Rua Caraíbas
- Avenida Sumaré
- Rua Apinajés
- Rua Apiacás
- Rua Ciro Costa
- Rua João Ramalho
- Rua Cardoso de Almeida
- Rua Itápolis
- Rua Avaré
- Rua Armando Alvares Penteado
- Rua Sergipe
- Rua Mato Grosso
- Rua da Consolação
- Rua Bela Cintra
- Rua Dona Antonia de Queiroz
- Rua Frei Caneca
- Praça 14 Bis
- Rua Paim
- Rua São Vicente
- Rua Dr. Lourenço Granato
- Avenida 9 de Julho
- Rua Manuel Dutra

sábado, 5 de maio de 2012

Rapaz é preso por chantagear diretora de empresa com fotos sensuais (Postado por Lucas Pinheiro)

A polícia prendeu em flagrante, em São Paulo, um homem que exigia dinheiro para não divulgar fotos sensuais roubadas de uma colega de trabalho.

O técnico em informática André Silveira Borges, de 31 anos, foi preso na sede da empresa onde trabalhava, na Zona Oeste da capital. Há pelo menos um mês ele exigia R$ 30 mil de uma das diretoras do grupo para não divulgar fotos sensuais que ela havia enviado ao namorado.

Segundo a polícia, a vítima encaminhou as fotos por e-mail. O técnico em informática teve acesso à mensagem e começou a fazer ameaças. As negociações foram acompanhadas pelos investigadores.

Nesta sexta-feira (4), a diretora descobriu que o responsável pelo crime era o seu ex-funcionário.

A chantagem ficou registrada em centenas de e-mails. Em um deles, o homem, que usava o nome falso de Rogério Medeiros, afirmava que se não recebesse o dinheiro, iria divulgar as fotos para a família dela e também na empresa. Num outro, enviado nesta sexta, ele passou instruções: mandou deixar o dinheiro na portaria.

“Ele era agressivo nos e-mails, falando que ia destruir a vida da pessoa. A moça não sabia quem estava do outro lado da linha. Enfim, foi um terrorismo de 30 dias”, disse o delegado Oswaldo Nico Gonçalves.

Borges cuidava da rede de tecnologia da empresa. Foi demitido há um ano. Os computadores usados na extorsão foram encontrados na casa dele. A polícia investiga também a participação de outro funcionário no caso.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Cantor Tinoco morre em hospital de SP, diz secretaria (Postado por Lucas Pinheiro)

O cantor sertanejo José Perez, mais conhecido como Tinoco, morreu na madrugada desta sexta-feira (4) no Hospital Municipal Ignácio de Proença de Gouvêa, na Mooca, Zona Leste de São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele deu entrada no hospital na noite desta quinta (3) com insuficiência respiratória e morreu à 1h42. Tinoco tinha 91 anos.

Ainda de acordo com a secretaria, Tinoco foi levado para uma sala de emergência assim que chegou ao hospital e, em seguida, foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundos os médicos, ele não resistiu à segunda parada respiratório que sofreu.

Tinoco nasceu em Pratânia, no interior de São Paulo. Com o irmão João Salvador Perez, o Tonico, formou a dupla Tonico e Tinoco, uma das mais importantes da história da música brasileira. Eles realizaram quase mil gravações ao longo de sua trajetória musical, que começou em 1935, e venderam mais de 150 milhões de cópias de seus 83 discos. A dupla acabou em 1994 com a morte de Tonico no dia 13 de agosto. Juntos, os dois realizaram cerca de 40 mil apresentações em toda a carreira. "Tristeza de Jeca", "O menino da porteira", "Chico mineiro" e "Moreninha linda" estão entre os maiores sucessos de Tonico e Tinoco.

Em 2010, Tinoco foi homenageado por Roberto Carlos durante a gravação do especial "Emoções sertanejas". Na ocasião, Tinoco completava 90 anos e 75 de carreira e, no palco, ao receber uma placa das mãos de Roberto Carlos e Chitãozinho e Xororó, afirmou que aquela era a saudação mais importante que havia ganhado por sua trajetória até então. "É a maior pelo valor humano. Sabe o que é o valor humano? É a coisa mais linda que nós temos", disse.

Aberto ao público, o velório deve começar a partir das 10h no Cemitério da Quarta Parada, no Belém, Zona Leste. O enterro está programado para às 17h no Cemitério da Vila Alpina, também na Zona Leste.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Empresária que não fez baile de formatura depõe em delegacia de SP (Postado por Lucas Pinheiro)

A empresária Liliane Venâncio, dona da empresa Lilitty Eventos, responsável pelas duas festas de formatura que não aconteceram na Grande São Paulo, esteve na tarde desta quarta-feira (2) no 63º DP (Distrito Policial) da Vila Jacuí, na Zona Leste, para prestar depoimento à Polícia Civil.

Os bailes de formatura deveriam ter sido realizados no dia 14 de abril. Na semana passada, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou o pedido de habeas corpus feito pela defesa da empresária. O habeas corpus preventivo foi pedido pela defesa de Liliane para que ela prestasse depoimento sem ser indiciada por estelionato.

Liliane já havia sido intimada a depor sobre o caso duas vezes, mas evitou comparecer ao distrito policial. Em entrevista ao Fantástico, ela alegou problema com o bufê que havia contratado. Ela afirmou que promoverá uma nova festa para os estudantes, e disse que nunca quis prejudicá-los.

“Não tenho nem palavras para explicar como eu me senti, a pior pessoa do mundo. Estragar o sonho de milhares de pessoas. Eu nunca quis prejudicá-los”, disse Liliane. “A parte principal, do bufê, da bebida e alimentação, a pessoa me mandou uma mensagem, às 15h, aproximadamente, dizendo que não iria mandar. Eu ainda tentei. Porém, pelo horário e quantidade de coisas que nós precisávamos, não tinha fornecedor que conseguisse nos atender no momento”, conta ela

A empresa de Liliane Venâncio não realizou duas festas de formatura no dia 14 de abril na Grande São Paulo para as quais havia sido contratada. Dezessete escolas e cerca de 250 alunos e 3 mil convidados são consideradas vítimas pela investigação conduzida pelo 63º DP, onde o caso foi registrado. Algumas pessoas chegaram a pagar R$ 2 mil pelo baile e agora querem ser ressarcidas do prejuízo que tiveram.

Parte dos estudantes que não teve o baile de formatura realizado pela empresa Lilitty Eventos no dia 14 de abril conseguiu ter a festa realizada na última sexta-feira, no dia 27 de abril, em Ferraz de Vasconcelos. Um empresário se sensibilizou com a situação e ajudou a promover o baile de graça para 100 formandos.