Efeito 'Geduardo' preocupa PSDB nacional
Depois do 'Lulécio' e do 'Dilmasia', grupo de Geraldo Alckmin quer abrir palanque em SP para Eduardo Campos
17 de outubro de 2013 | 2h 04
- Pedro Venceslau - O Estado de S.Paulo
No Estado governado pelo PSDB há quase 20 anos, o governador Geraldo Alckmin
articula uma dobradinha com o PSB que pode incluir a realização de uma campanha
casada com Eduardo Campos, adversário direto de Aécio Neves na busca por uma
vaga no segundo turno da eleição presidencial de 2014.
Os tucanos paulistas lembram que, nas disputas presidenciais anteriores, as campanhas em Minas Gerais foram marcadas por alianças informais entre Aécio Neves e o PT.
O movimento ficou conhecido como "Lulécio" em 2006 e "Dilmasia" em 2010, quando o tucano Antonio Anastasia elegeu-se governador e Dilma Rousseff presidente.
O PSDB de São Paulo e o Palácio dos Bandeirantes evitam tratar desse tema abertamente para não melindrar o senador mineiro, mas não escondem que a prioridade total é incluir a legenda de Campos no arco de alianças do governador paulista. Ocorre que o PSB colocou como exigência para fechar o acordo que seu candidato presidencial tenha espaço no palanque tucano.
Caso contrário, podem lançar um nome próprio ou se aproximar de outra candidatura. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB, e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) são alternativas ventiladas pelo partido de Campos em caso de fracasso da aproximação com Alckmin.
"O Aécio vai ter que engolir esse sapo", diz um dirigente tucano. A avaliação é que Alckmin não pode correr o risco de o PSB lançar um candidato que reforce a artilharia contra o governador na TV e nos debates.
"As realidades regionais nem sempre são alinhadas com o quadro nacional. Como não há verticalização, não há obrigatoriedade de alinhamento", reconhece o deputado Marcus Pestana, presidente do PSDB mineiro e aliado de Aécio.
O alcance da "dobradinha", que já começa a ser batizada de "Geduardo" (Geraldo + Eduardo), preocupa o comando nacional tucano. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), os candidatos ao governo estadual podem aparecer nos materiais de campanha de mais de um candidato presidencial, já que não existe a regra da verticalização.
Isso significa que Eduardo Campos pode surgir no meio da propaganda dos deputados da chapa tucana no espaço reservado ao PSB. E também em adesivos, banners e panfletos ao lado de Geraldo Alckmin.
A tese de palanque duplo para atrair o partido do governador de Pernambuco não é consensual no PSDB. "Defendo que o partido lance uma chapa pura para o governo. Sou contra o palanque duplo", afirma o ex-deputado Milton Flávio, presidente do PSDB paulistano.
Ciente de que teria dificuldades para estruturar a campanha em São Paulo, Aécio já buscava abrir espaços alternativos ao Palácio dos Bandeirantes muito antes de Campos surgir como adversário direto, aproximando-se de políticos do PSDB no interior paulista.
Se o mineiro for derrotado em 2014, Alckmin desponta, se reeleito, como nome natural ao Palácio do Planalto na campanha de 2018.
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O PSDB de São Paulo e o Palácio dos Bandeirantes evitam tratar desse tema abertamente para não melindrar o senador mineiro, mas não escondem que a prioridade total é incluir a legenda de Campos no arco de alianças do governador paulista. Ocorre que o PSB colocou como exigência para fechar o acordo que seu candidato presidencial tenha espaço no palanque tucano.
Caso contrário, podem lançar um nome próprio ou se aproximar de outra candidatura. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, do PMDB, e o ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) são alternativas ventiladas pelo partido de Campos em caso de fracasso da aproximação com Alckmin.
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A tese de palanque duplo para atrair o partido do governador de Pernambuco não é consensual no PSDB. "Defendo que o partido lance uma chapa pura para o governo. Sou contra o palanque duplo", afirma o ex-deputado Milton Flávio, presidente do PSDB paulistano.
Ciente de que teria dificuldades para estruturar a campanha em São Paulo, Aécio já buscava abrir espaços alternativos ao Palácio dos Bandeirantes muito antes de Campos surgir como adversário direto, aproximando-se de políticos do PSDB no interior paulista.
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