quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Moradores de rua são mortos no Centro de SP, diz Polícia Civil (Postado por Lucas Pinheiro)

 Três moradores de rua foram mortos na região central de São Paulo entre a noite desta terça (30) e madrugada desta quarta-feira (31), informou a Polícia Civil. Ainda na capital, outras três pessoas morreram em supostos ataques entre a noite de terça e esta madrugada. Os crimes aconteceram nas zonas Sul, Norte e Oeste da cidade.

O primeiro caso de violência contra morador de rua ocorreu pouco depois das 23h, na Avenida do Estado, nas imediações do Mercado Municipal. Segundo a polícia, a vítima foi linchada por suspeita de roubar e furtar outros moradores de rua e viciados em drogas da região. O homem foi perseguido e morto a pauladas.

 Outro caso ocorreu por volta de 1h, na Rua Carlos de Souza Nazaré, perto da Rua 25 de Março. Um morador de rua, supostamente viciado em drogas, foi baleado enquanto dormia, e morreu no local.

O terceiro caso ocorreu na Rua Marques de Oliveira, onde o morador de rua foi morto a pauladas.

As polícias Civil e Militar não tinham pistas dos assassinos até o final desta madrugada.

Os três casos foram registrados no 8º Distrito Policial, no Belém, mas devem ser investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).

Ataques
As três vítimas de ataques morreram nas zonas Sul, Norte e Oeste de São Paulo. No Campo Limpo, na Zona Sul, um garçom foi assassinado quando chegava ao condomínio onde morava. Ele foi atingido dentro do carro. Um homem que estava em um veículo desceu, atirou pelo menos 12 vezes e fugiu. No Jaçanã, na Zona Norte, um homem de 31 anos foi alvo de vários disparos. Na Zona Oeste, um comerciante foi assassinado na porta do próprio bar, no Jardim Arpoador.

Ônibus queimados
Em Carapicuíba, na Grande São Paulo, um ônibus foi incendiado por homens armados no cruzamento da Estrada do Guabiroba com Avenida Inocêncio Seráficono, no Bairro Vila Silvânia, na noite desta terça-feira. Segundo a PM, uma pessoa ficou ferida.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Polícia investiga morte de atriz durante lipoaspiração em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Polícia Civil investiga a morte de uma atriz de 27 anos durante uma lipoaspiração no Ipiranga, na Zona Sul de São Paulo. Pamela Baris do Nascimento morreu na mesa de cirurgia depois do seu fígado ser perfurado. A morte aconteceu no dia 19 de outubro, mas o caso só foi registrado no 17º Distrito Policial, no Ipiranga, nesta segunda-feira (29). De acordo com um amigo, Pamela, que chegou a fazer participações nos programas do Rodrigo Faro, da Record, e Celso Portiolli, do SBT, também estudava  biomedicina em uma unidade das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU). A demora no registro do caso chamou a atenção da polícia.

Segundo a polícia, depois da perfuração, ela teve uma hemorragia. Foi feita uma cirurgia para tentar conter a hemorragia. Depois do procedimento, Pamela perdeu a consciência e passou por manobras de reanimação por duas horas. A atriz, que já tinha passado por duas cirurgias em outras ocasiões, chegou a tomar duas bolsas de sangue, mas não resistiu.

De acordo com o delegado responsável pelo caso, Evandro Luiz de Melo Lemos, a tia veio de Santa Catarina para registrar o boletim de ocorrência. Ele afirmou que o médico, que utilizava as instalações do Hospital Green Hill para fazer cirurgias, deveria ter comunicado às autoridades policiais o ocorrido. O G1 tentou fazer contato com o médico e com o hospital, mas, até por volta das 10h, não obteve retorno.

O médico tem registro, atua há muito tempo e chegou a exercer sua profissão nos Estados Unidos, segundo a polícia. O hospital, por sua vez, é habilitado e tem os equipamentos adequados para fazer o atendimento. “Tudo levava a crer que o procedimento estava correto. Mas, em situação normal de acidente, ele deveria ter comunicado à polícia do ocorrido”, afirmou Lemos. Devido a falta de comunicação, o médico deverá responder por fraude processual.

O delegado deve pedir ainda nesta terça-feira (30) a exumação do corpo de Pamela, que foi enterrado em São Francisco do Sul, em Santa Catarina. A ficha clínica será encaminhada para análise especializada para que os procedimentos empregados sejam verificados. O objetivo é identificar se houve algum problema durante a cirurgia ou se tratou de uma intercorrência comum nesse tipo de procedimento.

Segundo a polícia, Pamela já tinha morado em Curitiba e há um ano estava em São Paulo. Ela fazia participações especiais em programas de televisão. A tia que registrou o boletim de ocorrência mora em Santa Catarina e assumiu a educação da sobrinha desde que ela perdera a mãe, aos 6 anos.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Após vitória em SP, Haddad diz ser 'segundo poste' de Lula (Postado por Lucas Pinheiro)

 Após discurso da vitória em um hotel, Fernando Haddad, do PT, eleito prefeito de São Paulo para os próximos quatro anos, se juntou a militantes na Avenida Paulista neste domingo (28). "Vocês sabem que eu sou o segundo poste do Lula”, disse, tirando risos. “Tem mais algum candidato a poste aqui?", brincou, em referência a discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Campinas, quando Lula lembrou que a oposição usava expressão pejorativa para ressaltar a falta de experiência política de Dilma na campanha de 2010. Assim como Dilma, Haddad foi eleito em sua primeira disputa eleitoral.

No discurso, Haddad diz ter recebido a ligação do adversário tucano, José Serra, que o parabenizou pela vitória nas urnas. Em discurso feito sobre um trio-elétrico, ele disse que Serra desejou “que nós fizéssemos um ótimo governo para a cidade de São Paulo”.

Apesar da chuva que atingia a capital paulista, Haddad falou por aproximadamente dez minutos. Ele agradeceu os votos, elogiou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a atual presidente, Dilma Rousseff, e reiterou a vontade de acabar com as diferenças. “Não podemos mais conviver com tanta desigualdade.”

Além do telefonema de Serra, Haddad disse que recebeu ligações de Lula, de Dilma e de Kassab. “Ele [Kassab] disse que quer fazer uma transição de alto nível. Para São Paulo. E eu quero dizer para ele: eu aceito o desafio de fazer uma grande transição do governo para São Paulo mudar.”

Discurso da vitória
Mais cedo, em seu primeiro pronunciamento após a divulgação do resultado, ele afirmou que irá derrubar o "muro da vergonha que separa a cidade rica da cidade pobre". "São Paulo não é uma ilha, não é uma cidade murada, precisa fazer parceria", disse, referindo-se principalmente ao governo federal. O petista teve 3.387.720 votos, o que corresponde a 55,57% dos votos válidos, contra 2.708.768 de José Serra (PSDB) – 44,43%.

 A vitória marca o retorno do PT à Prefeitura da capital paulista oito anos após Marta Suplicy deixar o comando da cidade. Desde então, se seguiram as gestões de José Serra e Gilberto Kassab (PSD).

No pronunciamento, Haddad, de 49 anos, reiterou que quer "acabar com a desigualdade" na cidade e que este "objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado pela maioria do povo de São Paulo". "São Paulo tem que ser antes de tudo uma cidade-lar, um teto digno, limpo e decente, debaixo do qual toda família possa realizar seu sonho de ser feliz. São Paulo é de todos os nascidos aqui, é de todos os que vieram para cá, São Paulo é de todo o Brasil", afirmou o novo prefeito. "Somos ao mesmo tempo uma das mais ricas e das mais desiguais do planeta."

Logo no início de sua fala, no Hotel Intercontinental, na região da Avenida Paulista, Haddad agradeceu aos paulistanos pela "vontade soberana" e disse ser "uma alegria imensa, uma enorme responsabilidade" ser prefeito da maior cidade do país. "Quero agradecer em pirmeiro lugar aos milhões de homens e mulheres que me confiaram o voto. Em seguida, minha família, minha mulher Ana Estela, minha filha Carolina, meu filho Frederico, que que fizeram juntos muito sacrifício para me ajudar nessa jornada."

 Em seguida, agradeceu ao ex-presidente Lula, puxando o coro "Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula". "Agradeço ao presidente Lula do fundo do coração pela orientação e pelo apoio, sem os quais seria impossível eu lograr qualquer êxito nas eleições." O novo prefeito também agradeceu à presidente Dilma Rousseff. "Agradeço à presidenta Dilma pela presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno, pelo conforto nos momentos mais difíceis do primeiro turno."

Haddad elogiou os partidos coligados, a vice, Nádia Campeão, e os apoios no segundo turno. "Quero agradecer aos apoiadores, que ampliaram nossa corrente no segundo turno, os quais dedico minha homenagem na figura do querido deputado Gabriel Chalita e do vice-presidente Michel Temer. Muito obrigado, Michel Temer. E quero fazer um agradecimento super especial ao meu partido, o Partido dos Trabalhadores."

 "Quero agradecer por último, mas não menos importante, a todos os meus opositores, porque me obrigaram nessa campanha a extrair o melhor de mim para poder superá-los numa disputa limpa e democrática."

Já José Serra desejou boa sorte a Haddad e disse que sai "revigorado" da disputa. "Termino a campanha com mais energia, mais vigor e mais disposição e com ideias renovadas e vamos em frente”, disse.

Perfil
Haddad foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, quando licenciou-se para disputar a Prefeitura de São Paulo. O convite partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a escolha de Haddad em detrimento de nomes tradicionais do PT, entre os quais a ex-prefeita Marta Suplicy.

 Filho de comerciantes do Bom Retiro, na região central de São Paulo, aos 18 anos Haddad entrou para a Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco. Formou-se bacharel em 1985. Também pela USP, tornou-se mestre em economia com especialização em economia política em 1990 e doutor em filosofia em 1996. Foi professor de teoria política contemporânea no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP, analista de investimento do Unibanco e consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Haddad também foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças e Desenvolvimento Econômico da Prefeitura de São Paulo na gestão Marta e secretário executivo do Ministério da Educação. Haddad escreveu os livros "O Sistema Soviético", "Em Defesa do Socialismo", "Desorganizando o consenso", "Sindicatos, cooperativas e socialismo" e "Trabalho e linguagem."

Em 2001, ele assumiu a chefia de gabinete da secretaria municipal de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy. Dois anos depois, tornou-se assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega. Leia o perfil completo de Haddad

Campanha
O resultado mostrou uma variação significativa para o candidato petista em relação ao primeiro turno. Serra havia ficado em primeiro com 30,75% dos votos válidos, e Haddad, em segundo, com 28,98%. É a primeira vez que um candidato que termina em segundo no 1º turno consegue a virada no 2º turno na história das eleições municipais em São Paulo.

Foi devido à migração de boa parte dos votos dos outros concorrentes que Haddad levou o pleito. Ele teve o apoio de Gabriel Chalita (PMDB). Já Serra contou com o apoio de Soninha Francine (PPS) e de Paulinho da Força (PDT). Celso Russomanno (PRB) ficou neutro no segundo turno.

No primeiro turno, Russomanno foi o alvo principal dos concorrentes por liderar as pesquisas. Já no segundo turno, o tucano e o petista levantaram diferentes temas para tentar mostrar suas qualidades e a desvantagem de se votar no adversário.

 A primeira grande polêmica do segundo turno foi o chamado “kit gay”. O pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, declarou apoio a Serra e criticou a elaboração do kit pelo Ministério da Educação para combater a homofobia nas escolas. Serra também criticou o material produzido. O assunto ganhou ainda mais repercussão após vir a público que Serra também havia produzido um kit contra a homofobia em escolas durante sua gestão no governo do estado, em 2009.

Serra então passou a se mostrar como o candidato que apostou em parcerias com organizações sociais (OSs) para a gestão de hospitais públicos. E afirmou diversas vezes que a saúde cairia de qualidade com Haddad e que as parcerias iriam acabar. O petista negou.

Serra citou ainda as falhas na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e repetiu por diversas vezes em seu programa que era o mais experiente e capaz de tirar propostas do papel.

Haddad
O petista insistiu no fato de Serra ter deixado a Prefeitura em 2006 para disputar o governo do estado, dois anos antes do fim do mandato. Bateu na tecla de que só o PT tinha um plano de governo bem elaborado, pensado desde janeiro e publicado em agosto. Já o plano de Serra, publicado no meio do segundo turno, segundo Haddad, era uma “carta de intenções” sem metas.

 O candidato do PT criticou duramente a gestão Kassab, que chegou ao poder como vice de Serra. Uma das áreas mais atacadas foi a da habitação. Na TV, Haddad afirmou que as 28 mil unidades feitas por Serra e Kassab representam número bem menor que as gestões petistas - Luiza Erundina (1988-1992) construiu 36 mil moradias populares em quatro anos, e Marta, cerca de 23 mil.

O tema foi um dos usados por Haddad para afirmar que vai “desbloquear” a cidade. Segundo ele, por motivos políticos, a Prefeitura não usava a verba federal. Entre as promessas é trazer o programa Minha Casa Minha Vida e o uso de verba federal para a construção de 172 creches.

Haddad rebateu as críticas feitas por Serra a sua gestão à frente do Ministério da Educação. Ele citou a criação do ProUni, que concede bolsas em faculdades particulares a alunos da rede pública, como um dos programas que criou.

Entre as propostas que Haddad destacou está a criação do Arco do Futuro, proposta de descentralização da cidade levando o crescimento para regiões como a Avenida Cupecê, na Zona Sul. Haddad propôs também concluir três hospitais prometidos por Kassab, criar a Rede Hora Certa para concentrar atendimentos, exames e cirurgias em postos de saúde, e a criação do Bilhete Único Mensal.

Leia a íntegra do discurso:

"Boa noite a todos os cidadãos paulistanos, aos moradores da cidade de São Paulo. Minhas amigas e meus amigos, pela vontade soberana dos paulistanos, sou agora o prefeito eleito de São Paulo. Uma alegria imensa e uma enorme responsabilidade dividem espaço no meu peito. O sentimento mais forte, porém, é de gratidão. Eu quero agradecer em primeiro lugar aos milhões de homens e mulheres que me confiaram o voto. Muito obrigado aos moradores de São Paulo. Em seguida, à minha família, minha mulher Ana Estela, minha filha Carolina, meu filho Frederico, que fizeram juntos muito sacrifício para me ajudar nessa jornada.

Quero agradecer do fundo do coração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Viva o presidente Lula. Agradeço ao presidente Lula do fundo do coração pela confiança, pela orientação e apoio, sem os quais seria impossível eu lograr qualquer êxito nas eleições. Quero agradecer fortemente a uma outra grande liderança nacional, a presidenta Dilma Rousseff. Agradeço à presidenta Dilma pela presença vigorosa na campanha desde o primeiro turno, pelo estímulo pessoal e o conforto nos momentos mais difíceis dessa campanha. Quero agradecer aos partidos coligados no primeiro turno, nos quais sintetizo minha homenagem na figura da valorosa companheira, minha vice, Nádia Campeão.

 Quero agradecer aos apoiadores que ampliaram nossa corrente no segundo turno, nos quais sintetizo minha homenagem e meu agradecimento nas figuras do querido deputado Gabriel Chalita e do vice-presidente Michel Temer. Muito obrigado, Michel Temer.

E quero fazer um agradecimento super especial ao meu grande partido, o Partido dos Trabalhadores, partido que se lançou de corpo e alma nessa luta pacífica em favor do povo de São Paulo. Como seria impossível enumerar os milhares de batalhadores diretos, sintetizo o meu agradecimento e homenagem na figura decisiva e equilibrada do coordenador da minha campanha, vereador Antonio Donato.

Quero agradecer por último, mas não menos importante, a todos os meus opositores, porque me obrigaram nessa campanha a extrair o melhor de mim para poder superá-los numa disputa limpa e democrática. A todos, indistintamente, o meu muito obrigado.

Minhas amigas e meus amigos, fui eleito por um sentimento de mudança que domina a alma do povo de São Paulo e sei da enorme responsabilidade de todos que são eleitos pela força deste signo, o signo da mudança. Ser prefeito pela força da mudança significa não ter tempo a perder, não ter medo de enfrentar, nem ter justificativas a dar para tornar esse sonho realidade. Significa não ter paciência nem pedir paciência, mas significa, antes de tudo, traçar prioridades e unir a cidade em torno de um projeto coletivo, de todos os paulistanos, de todos os moradores de São Paulo.

Meu objetivo central está plenamente delineado, discutido e aprovado pela maioria do povo de São Paulo: é diminuir a grande desigualdade existente em nossa cidade, é derrubar o muro da vergonha que separa a cidade rica e a cidade pobre.

Somos uma das mais ricas e ao mesmo tempo uma das mais desiguais do planeta. Não podemos deixar que isso siga assim por tempo indeterminado, exatamente num período que o Brasil vem passando por umas das mudanças sociais mais vigorosas do mundo. A prefeitura tem um papel importante nisso, pois é ela que cuida da oferta e da qualidade de alguns dos serviços públicos mais essenciais, como a saúde, o transporte, a educação, a habitação, entre outros. Melhorar esses serviços é também uma forma concreta de distribuir renda, diminuir os desequilíbrios, aumentar e garantir a paz social.

Sei que esta não é uma tarefa fácil, dada a complexidade dos problemas que vêm se acumulando ao longo dos últimos anos, Mas se São Paulo não conseguir resolver seus problemas, que cidade no Brasil e no mundo conseguirá fazê-lo?

 O fracasso de São Paulo seria o fracasso desse genial modelo de convivência que a humanidade desenhou ao longo dos séculos para sobreviver e ser feliz. Esta invenção insuperável do gênero humano, que se chama cidade. E as cidades foram inventadas para unir, e não para desunir, para proteger, e não para fragilizar, para acarinhar, e não para violentar, para dar conforto e não sofrimento. São Paulo tem seus grandes problemas, mas tem e terá as suas próprias soluções.

O Brasil moderno nasceu aqui, e o surpreendente Brasil do novo milênio também nascerá aqui, se corrigirmos os nossos erros, se superarmos a inércia, se quebrarmos o imobilismo, e se recuperarmos a alma criativa e o espírito de empreendedorismo que sempre foram a marca de São Paulo. O mais fundamental, porém, é agregarmos a tudo isso uma profunda consciência social. É hora, repito, de fazer nascer uma nova São Paulo, capaz não apenas de se autocriticar, ou de se lamentar, mas de se reconstruir.

O primeiro passo que quero dar a partir de hoje é fazer com que a prefeitura recupere seu papel de liderar as forças criativas e produtivas e sociais da cidade. Nossa intelectualidade nunca perdeu sua capacidade de pensar, mas a prefeitura por vezes perdeu o interesse de atraí-las para um trabalho parceiro. Nossas forças produtivas nunca deixaram de crescer e progredir, mas a prefeitura por vezes se inibiu no papel de desenhar políticas urbanas de desenvolvimento, capazes de corrigir as distorções urbanísticas e abrir novas perspectivas para a cidade. Nossos movimentos sociais nunca deixaram de pensar, defender e expressar as ideias e sentimentos dos setores mais desprotegidos, porém a prefeitura por vezes deixou de ouvi-los com a constância e sinceridade necessárias.

É hora, portanto, de atrair, unir e estimular as forças vivas o pensamento paulistano para um trabalho acima de interesses individuais ou partidários. São Paulo é nossa, São Paulo é de todos nós.

Para esta ação convido todas as mulheres e todos os homens de São Paulo, jovens e velhos, de todas as classes sociais, e de todas as colorações partidárias. Mas não conseguiremos essa meta se também não nos abrirmos cada vez mais para o Brasil e para o mundo. São Paulo não é uma ilha política, tampouco uma cidade de muralhas. São Paulo precisa firmar parcerias vigorosas, na esfera pública com o governo federal, com o governo estadual, e na esfera privada, com o que exista de mais avançado em pensamento e tecnologia no mundo.

Sei que contarei com o apoio decisivo do governo da presidenta Dilma, mas potencializarei esse apoio apresentando propostas e projetos criativos e irrecusáveis. Não adianta o governo federal se dispor a ajudar se nós, moradores de São Paulo, não fizermos nossa parte, apresentando a contrapartida da criação e da execução.

São Paulo tem que voltar a ser farol e antena. Farol pra iluminar seus passos e os passos do Brasil. Antena para captar o que existe de mais moderno, e para transmitir o que crie de mais diferenciado para nosso país e para o mundo.

Mas, como já disse, São Paulo tem que ser antes de tudo uma cidade-lar, um teto digno, limpo e decente, debaixo do qual toda família possa realizar seu sonho de ser feliz.

São Paulo é de todos os nascidos aqui, é de todos os que vieram para cá, São Paulo é de todo o Brasil. Muito obrigado."

sábado, 27 de outubro de 2012

Candidatos à Prefeitura de São Paulo debatem propostas na TV Globo (Postado por Lucas Pinheiro)

 Os dois candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo participaram na noite desta sexta-feira (26) do último debate do segundo turno das eleições municipais. José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT) debateram propostas sobre temas como saúde, transporte, educação, urbanização, medicamentos, creches e violência.

Temas como o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal e a gestão do atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), também foram lembrados.

Divididos em três blocos, os candidatos puderam fazer perguntas entre si em todos eles. O primeiro bloco teve temas livres. Os candidatos fizeram perguntas entre si, com direito a réplica e a tréplica. Haddad foi sorteado para dar início ao debate e questionou Serra sobre a administração da atual prefeitura. Seguindo a regra, depois foi a vez de Serra, que perguntou sobre as propostas ligadas à saúde da mulher. Em seguida, Haddad fez a segunda pergunta a Serra sobre segurança pública. Fechando o primeiro bloco, Serra questionou Haddad sobre transporte público.

O segundo bloco foi de temas determinados, sorteados na hora pelo mediador César Tralli. No início do segundo bloco, Serra fez uma pergunta a Haddad sobre corrupção. Logo depois, Haddad questionou sobre transporte. Educação foi o terceiro tema sorteado para a pergunta de Serra a Haddad, que, em seguida, fechando o bloco, perguntou sobre habitação para Serra.

No terceiro bloco, os temas voltaram a ser livres. Serra questionou Haddad sobre a distribuição de medicamentos. Na sua vez, Haddad escolheu o tema parcerias públicas para Serra responder. Em seguida, Serra perguntou para Haddad sobre leitos hospitalares, que depois o questionou sobre política social. Ao final deste bloco, cada candidato fez suas considerações finais em um minuto e 30 segundos. Por sorteio, Haddad foi o primeiro a fazer seu encerramento, e depois foi a vez de José Serra.

 Considerações finais
Em suas considerações finais, o petista voltou a dizer que apresentou seu programa de governo no início da campanha e reforçou as parcerias com governos e setor privado.

“Eu apresentei um programa sério no dia 13 de agosto. Ele não foi remendado, desde então ao sabor das pesquisas de opinião. Programa sério feito por especialistas. Programa da mudança”, disse.

"Nada de renúncia, nada de meio expediente. Trabalhar quatro anos duro e trabalhar em parceria. Com o setor privado, com o setor comunitário, com o governo estadual, mas muito com o governo federal. O que falta é ideia, o que falta é projeto. É isso que está faltando a cidade de São Paulo, uma visão de futuro ", completou.

José Serra aproveitou o minuto e meio para reforçar sua "ficha limpa" e mencionou o mensalão. Ele também reconheceu que a cidade tem problemas e falou de suas propostas.

"Nós vamos fazer bilhete único de seis horas para todos que andam de ônibus, vamos fazer bolsa para mãe que está na fila da creche, de R$ 200. Vamos expandir o ensino técnico e profssional e vamos perseguir todos os objetivos para melhorar a condição de vida do paulistano", disse.

"A população leva em conta questões de honra. Se diz que a população de São Paulo não está ligando para o mensalão. Isso não é verdade. Esses procedimentos do mensalão indignam a população. E é com meu passado limpo , minha ficha limpa, minha folha de realizações, que quero ser de novo prefeito de São Paulo", completou.

Importância do debate
Depois, os dois candidatos foram questionados sobre a importância do debate para o segundo turno das eleições.

José Serra disse que as propostas debatidas devem ajudar o eleitor indeciso a se decidir.

“Espero que ajude aqueles que estão indecisos a fazer sua cabeça. Foram levantadas questões importantes aqui, como a minha proposta de dobrar a duração do bilhete único, de três para seis horas. A proposta de continuar as parcerias com entidades filantrópicas, como Santa Marcelina, Albert Einsten, Sírio-Libanês, questões da saúde, questões da educação. Tudo muito importante para que as pessoas façam sua cabeça”, disse o tucano.

Já Haddad disse que o debate ajudou a mostrar para a população que é "preciso mudança".

"Por ser o último, pela a audiência da Globo, por ter permitido confrontar ideias e sobretudo se colocar perguntas. Tiveram oito anos para fazer e não fizerem. É hora de mudar. Acho que a população de São Paulo vai se convencer de que está na hora de dar um novo rumo para a cidade de São Paulo", disse o petista.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Polícia registra pelo menos 7 mortes na Grande SP desde a noite de quinta (Postado por Lucas Pinheiro)

 A polícia registrou pelo menos sete assassinatos na capital paulista e na região metropolitana de São Paulo entre a noite de quinta (25) e a madrugada desta sexta-feira (26).

Em um dos casos, um policial militar estava de folga quando foi atingido no trânsito, na Zona Leste. Fábio João Tosta, de 33 anos, estava em uma motocicleta na Avenida Flamingo, na região de Itaquera, por volta das 20h desta quinta-feira, quando foi alvejado por dois homens que estavam em outra moto. Em seguida, a dupla fugiu.

 Ainda na Zona Leste, no bairro Parada 15 de Novembro, na região de Guaianases, criminosos atiraram várias vezes contra um grupo de amigos que comemorava um aniversário em um bar. Três pessoas foram atingidas por disparos dados por quatro homens que estavam em duas motos. Uma morreu. Os outros baleados foram socorridos e passam bem.

No bairro do Lajeado, uma pessoa também morreu depois de ser baleada.

Na Zona Sul, no bairro da Saúde, um homem foi encontrado morto em uma praça. A polícia foi chamada por vizinhos que escutaram os disparos. O homem não foi identificado.

Na Zona Oeste de São Paulo, a polícia registrou um assassinato na Avenida Engenheiro Heitor Antônio Eiras Garcia, na região da Rodovia Raposo Tavares.

Em Mauá, no ABC, criminosos de carro tentaram assaltar duas pessoas na porta de casa no Jardim Sônia Maria, mas as vítimas eram policiais - um rodoviário e um da Rota. Eles reagiram. Segundo a polícia, na troca de tiros duas mulheres foram atingidas pelos criminosos.

Em Carapicuíba, também na Grande São Paulo, outras duas pessoas foram assassinadas.

Entre a noite de quarta (24) e madrugada de quinta-feira, pelo menos 14 pessoas foram baleadas na capital e Grande São Paulo. Pelo menos seis vítimas morreram. Uma delas era policial militar.

Dados da violência no estado
Nesta quinta, foi divulgado mais um balanço da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que apontou uma alta significativa nos índices dos chamados crimes contra a vida em setembro em comparação com o mês de agosto. Em confrontos entre policiais militares e criminosos, nos primeiros nove meses, os confrontos resultaram em 382 vítimas, sendo 13 delas policiais militares, em todo o estado. Na capital, 240 pessoas, sendo oito PMs, morreram nestes confrontos.

E, a cada trimestre de 2012, o número de mortos, tanto de suspeitos quanto de policiais, nos embates aumentou progressivamente. No primeiro trimestre, foram mortos 64 suspeitos na capital e 112 em todo o estado; um PM morreu na capital e dois, no estado. No segundo trimestre, as vítimas subiram para 76 na capital e 117 no estado; contra três PMs mortos na capital e seis no estado. E, por fim, no terceiro trimestre, 92 mortos na cidade de São Paulo e 140 no estado; e quatro policiais mortos na capital e cinco em todo o estado.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Polícia registra pelo menos 10 casos de pessoas baleadas na Grande SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 A polícia registrou dez casos de pessoas baleadas em São Paulo e nas cidades da região metropolitana entre a noite desta quarta (24) e a madrugada desta quinta-feira (25). Cinco morreram. Na capital, os crimes aconteceram nas zonas Leste, Norte e Sul.

O policial militar Gilmar Gabriel dos Santos, de 42 anos, morava perto de um bar, na região de Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo. Os vizinhos disseram que ele tinha saído do trabalho por volta das 21h desta quarta, quando parou no estabelecimento para tomar um refrigerante. A polícia contou que dois homens chegaram de moto, desceram, entraram no bar e renderam o PM. Os criminosos, que não estavam armados, pegaram as duas armas do policial e atiraram nele.

 Na madrugada desta quinta, mais três pessoas foram baleadas. Os crimes aconteceram na Zona Norte da capital. Segundo a polícia, um homem e uma jovem passavam pela Estrada do Corredor, no bairro do Jaraguá, pouco depois da meia-noite, quando um grupo de pessoas atirou contra os dois. A jovem foi levada para o hospital com ferimentos no abdômen. Os policiais encontraram o homem no quintal de uma casa também no Jaraguá, com ferimento na perna.

O outro baleado da Zona Norte, um rapaz de 28 anos, estava em frente de casa em Pirituba quando dois homens chegaram de moto atiraram oito vezes. Ele não resistiu aos ferimentos.

No fim da noite de quarta-feira, a polícia registrou outras quatro ocorrências na Zona Sul. No bairro do Campo Limpo, três pessoas foram baleadas. Uma delas morreu e as outras duas permaneciam internadas na manhã desta quinta. Em um outro caso, no Jardim São Luís, uma pessoa morreu.

A nona vítima baleada na capital, estava em Cidade Líder, na região de Itaquera. O homem ferido foi internado em estado grave.

Já em Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, um policial militar, que estava à paisana, chegava em casa com a mulher quando foi atacado por dois criminosos. O PM reagiu e teve troca de tiros. Um criminoso morreu e o outro ficou ferido, mas conseguiu fugir.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Adolescente morta em Higienópolis é velada em Taboão da Serra (Postado por Lucas Pinheiro)

 A estudante Caroline Silva Lee, de 15 anos, assassinada durante um assalto em Higienópolis, em São Paulo, era velada no Cemitério Valle dos Reis, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, desde este domingo (21). O enterro estava previsto para às 9h desta segunda-feira (22), mas até as 9h30, ainda não havia ocorrido.

O crime aconteceu na madrugada deste domingo. A jovem era estudante do 2º ano do Colégio São Luís, na região da Avenida Paulista. Nesta segunda, alguns colegas de escola não foram à aula para participar do sepultamento.

A mãe de Caroline disse que ela era uma menina esforçada e estudiosa. A recepcionista Maria Lee, de 40 anos, contou que Caroline sempre tirou boas notas e, por isso, conseguiu uma bolsa de estudos no colégio.  “Ela sempre tirou notas boas. Ela tinha vários planos: de fazer Fatec, corria atrás de curso de inglês. Ela fazia curso de violão, de karatê. De tudo isso, ela corria atrás, com o próprio esforço”, disse Maria Lee.

Crime
Por volta das 2h deste domingo, Caroline tinha deixado a festa de uma amiga de infância, na região da Rua Augusta, na companhia do namorado. De acordo com a Polícia Civil, o jovem disse que eles foram abordados por dois criminosos armados ao passar pela Rua Sabará. Segundo o depoimento, eles entregaram mochila e celulares, mas, mesmo assim, um dos ladrões atirou duas vezes contra a adolescente.

Três suspeitos foram presos pelo crime após baterem o carro na fuga. No boletim de ocorrência registrado no 26° Distrito Policial, os suspeitos Marcos Vinícios Correia Gomes, de 19 anos, Alex Rodrigues Venâncio, de 18, e Claudinei Avelino Modesto, de 18, confessaram o crime e alegaram que a vítima reagiu.

“O delegado falou que o homem [que atirou] tem sangue frio. Eu quero que eles fiquem 40 anos na cadeia”, afirmou a mãe, que estava sob efeito de traquilizantes.

A adolescente que perdeu o pai, vítima de um câncer, há 6 anos, morava com a mãe e um irmão, de 17 anos, em uma apartamento na região da Bela Vista. “O menino ficou em casa, em estado de choque e vai me dando força aos poucos.”

Revoltada, a mãe pede justiça. “Esse mundo tem que mudar. São muitas pessoas morrendo. Como uma mãe que perde a única filha por causa de um celular, de uma máquina, que um bandido vem, chega na esquina e troca por R$ 10 ou por maconha. Para quê [matar]?”, indagou.

sábado, 20 de outubro de 2012

Pai de atirador de SP desconhecia tentativa de internação, diz advogado (Postado por Lucas Pinheiro)

 O pai do administrador de empresas preso após atirar em três pessoas na quinta-feira (18), em São Paulo, afirma que desconhecia a tentativa de internação do filho, segundo o advogado Ricardo Martins Junior. O crime aconteceu após um grupo composto por profissionais de enfermagem, um advogado e um oficial de Justiça ir até a casa onde Fernando Behmer Cesar de Gouveia Buffolo, de 33 anos, estava, na Aclimação, região central.

A dona da residência, a psicóloga Sylvia Helena Gomes Cardim Moreira Guerra, de 45 anos, o auxiliar de enfermagem Márcio Teles Lima, de 27, e o oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49, foram baleados e levados a hospitais. A Polícia Militar foi acionada e negociou por cerca de nove horas a rendição de Fernando. Após entregar as armas que possuía, ele foi levado a uma delegacia e aguardava desde a tarde de sexta a Justiça decidir sobre sua transferência para um hospital psiquiátrico. Para a polícia, ele corre risco de sofrer um novo surto psicótico na cadeia.

 Segundo o defensor Martins Junior, o pai do atirador, Luiz Fernando de Gouveia Buffolo, sabia que o filho precisava de tratamento psiquiátrico, mas não concordava com uma internação forçada. “Ele alertou a ex-mulher sobre os riscos. Se porventura tomasse uma medida como a que foi tomada, isolada, sem comum acordo, poderia resultar num problema como o que aconteceu”, disse Martins Junior, acrescentando que o pai de Fernando não foi avisado sobre a internação.

A mãe do suspeito, Leni Behmer Pinto Cesar, porém, acreditava que a internação era indispensável. “Ele [Fernando] esteve em tratamento psicológico e psiquiátrico durante a infância e sua juventude. Nunca foi internado, mas precisa continuar o tratamento contra a esquizofrenia que foi diagnosticada”, disse o advogado José Cocioloto, defensor de Leni. Ele acompanhou o grupo que tentava internar o administrador na manhã de quinta.

 Como o processo de interdição de Fernando corre em segredo de Justiça na 3ª Vara da Família e Sucessões do Fórum Central João Mendes, o defensor dos interesses da mãe do administrador não pôde falar do teor do mandado que determinou a internação compulsória. “O que posso dizer é que a mãe dele quis a proteção do filho."

Comportamento estranho
A equipe de reportagem apurou que o pedido de interdição de Fernando, feito pela mãe dele, ocorreu após Leni notar que o administrador estava tendo comportamento estranho, com falas desconexas. Ela chegou a gravar algumas das conversas que teve com o rapaz por telefone. Ele teria dito que não chegaria vivo aos 33 anos porque seres com chifres colocaram chips nele e na psicóloga e perseguiam os dois.

A mãe do suspeito teria dito também que a psicóloga Sylvia a impedia de ver o filho. Numa visita que tentou fazer a ele, Leni alega ter sido recebida pela outra mulher com fogos de festa junina disparados contra ela. Vizinhos também teriam relatado que Fernando e Sylvia ficavam na janela da casa dela apontando lanternas em direção à rua durante a noite.

O G1 teve acesso às informações do documento do juiz que determinou o recolhimento forçado a uma unidade psiquiátrica. Nele, está escrito que a mãe do administrador alegou que o filho “apresenta características psíquicas e comportamentais de esquizofrenia, inclusive com risco à própria vida”, e tem “comportamento suicida e que está residindo, atualmente, em companhia de pessoa desconhecida, necessitando de internação involuntária”. O Ministério Público se manifestou favorável à “internação compulsória.”

Em seu despacho, o juiz escreveu que, depois da retirada compulsória, ele deveria ser submetido a “avaliação no nosocômio [hospital] indicado na inicial”, que fica em Itapira, interior do estado de São Paulo. O magistrado ainda determinou que “fica desde já autorizada a internação involuntária do requerido até regular alta médica”.

Armas
De acordo com o advogado José Cocioloto, a mãe do administrador disse que não sabia que seu filho tinha armas. “A dona Leni só soube disso na quinta, quando foi chamada pela PM para ajudar nas negociações para que ele se entregasse. Entendo que, diante do acontecido, Fernando não poderia ter armas, porque seu quadro de saúde mental é grave.”

Além da pistola cujas balas atingiram o rosto do auxiliar de enfermagem, o pulmão do oficial de Justiça e o maxilar da psicóloga, Fernando tinha uma espingarda calibre 12, um revólver 38, facas, duas espadas, munição, e uma besta (espécie de arco com cabo e gatilho para disparar flechas). Ele também tinha registrado em seu nome uma espingarda calibre 44 e um revólver 32, que não foram encontrados pela polícia.

Os homens feridos permaneciam, até a noite de sexta, internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de dois centros médicos diferentes. O estado de saúde deles era estável. A família de Sylvia pediu para que o Hospital São Camilo não divulgasse para a imprensa seus boletins médicos.

Psicóloga
Leni afirmou que o filho morava sozinho num apartamento bancado por ela em São Paulo antes de se mudar, em agosto deste ano, para o sobrado da psicóloga Sylvia. “Apesar de alguns jornais terem informado que a mulher é namorada dele, ainda não temos essa confirmação. Os dois seriam apenas amigos”, afirmou o advogado Cocioloto.

Questionado sobre o relacionamento entre Fernando e Sylvia, o defensor da mãe da psicóloga afirmou que a mulher conheceu o administrador há alguns anos, no Parque da Aclimação. “Mas a mãe dela [Leni Lacerda Gomes Cardim Moreira Guerra] nunca soube dizer se eles eram só amigos ou namorados", afirmou o advogado Eduardo Carnelos, contratado para acompanhar o depoimento que a psicóloga ainda dará à polícia.

"O rapaz chegou a frequentar a casa da minha cliente, mas ela pediu para ele não ir mais lá por conta de seu comportamento estranho. Desde então, a filha dela [Sylvia] deixou a casa onde morava com a mãe e se mudou para o consultório onde clinicava para poder continuar a encontrar o administrador”, afirmou.

O advogado da família da psicóloga ainda negou que Sylvia tivesse impedido Buffolo de sair da casa. “Como um homem que tem tantas armas e conversava na rua com vizinhos não podia deixar o imóvel?”, questionou.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Vítimas de atirador continuam internadas em SP nesta sexta-feira (Postado por Lucas Pinheiro)

 O oficial de Justiça, o enfermeiro e a psicóloga feridos pelos disparos feitos pelo administrador de empresas Fernando Gouveia, nesta quinta-feira (18), na Aclimação, em São Paulo, seguiam internados no início da manhã desta sexta (19) em três hospitais. Os dois primeiros estão na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e o quadro clínico era considerado estável. A família da psicóloga ferida proibiu a divulgação do estado de saúde dela.

Os disparos aconteceram no momento em que o oficial de Justiça, um médico, três profissionais de enfermagem e o advogado da família de Gouveia foram até a residência para interná-lo. A dona da casa, Silvia Helena Godin, de 45 anos, que é psicóloga e companheira do suspeito, gritou ao saber que o grupo pretendia levá-lo. Fernando chegou por trás da mulher e disparou.

O técnico de enfermagem Márcio Teles, de 27 anos, está internado no Hospital Alvorada, em Moema, na Zona Sul, para melhor monitoramento. De acordo com boletim médico divulgado, ele deu entrada "por conta de um ferimento à bala, que está alojada na sexta vértebra cervical (região um pouco abaixo do pescoço)".

Os médicos ainda analisam se o oficial de Justiça Marcelo Ribeiro de Barros, de 49 anos, que levou um tiro no peito, precisará passar por cirurgia. A bala atingiu o pulmão esquerdo, o que provocou uma hemorragia. Os médicos colocaram um dreno e monitoraram sua pressão. De acordo com o Bom Dia São Paulo, ele passou bem a noite. Atendendo a um pedido da família, o Hospital São Camilo não informou o estado de saúde de Silvia. Na noite de quinta, seu estado de saúde era estável.

 Após ter feito os disparos, o administrador se trancou na residência que fica na Rua Castro Alves. As negociações, que começaram por volta das 8h30, duraram cerca de nove horas. Ele foi preso.

Após a rendição, a polícia realizou uma inspeção dentro da residência na Rua Castro Alves. No imóvel, foram localizados uma espingarda calibre 12, uma pistola 380, um revólver 38, facas, duas espadas, munição, e uma besta (espécie de arco com cabo e gatilho para disparar flechas). Ele também tinha registrado em seu nome uma espingarda calibre 44 e um revólver 32, que não foram encontrados pela polícia.

O delegado-titular do 6º Distrito Policial, José Gonzaga Pereira da Silva Marques, disse que todas as armas eram regularizadas. Segundo o delegado, Gouveia passou a adquirir as armas recentemente. “Ele disse que não encontrou dificuldades para encontrar as armas”, afirmou. O homem disse à polícia que admirava as armas. Ele também contou que tinha duas câmeras na residência onde morava porque “sentia medo de ser atacado”.

Segundo o delegado, “nem a mãe dele sabia que ele mantinha tantas armas, e dessa qualidade”. “Ela disse que ele nunca revelou nada”, contou Marques.

Pedido de interdição
De acordo com pessoas ligadas à família do atirador, Gouveia não trabalhava e tinha esquizofrenia, constatada em laudo médico. A família havia entrado recentemente com um pedido de interdição, como medida protetiva para avaliação e internação.

A assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) informou que, como o processo pertence à Vara da Família, ele corre sob segredo.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Ligação da Grande SP para DDD 11 sem 9º dígito não é mais completada (Postado por Lucas Pinheiro)

 Todas as ligações feitas para os celulares dos 64 municípios da área com DDD 11 em São Paulo que não incluam o dígito 9 estão sendo interceptadas e não estão sendo completadas desde esta terça-feira (16). A medida faz parte do cronograma de implantação do nono dígito estabelecido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel),  que começou no final de julho.

A inclusão do novo dígito foi determinada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para manter a oferta de novos números. Aplicativos para smartphones prometem facilitar a atualização da agenda de contatos. Em janeiro de 2013, os números sem o 9 serão considerados inexistentes.

 O objetivo da alteração é ampliar o número de combinações. Hoje, já estão em uso ou aprovadas para a venda pela Anatel 42 milhões de linhas com DDD 11. Isso é quase a totalidade das combinações possíveis - 44 milhões. A introdução do 9 permitirá que combinações de oito dígitos hoje disponíveis apenas para linhas fixas, ou seja, iniciadas por 2, 3, 4 e 5, sejam usadas também para os celulares. No total, o número de combinações possíveis passará para 90 milhões.

A mudança vai afetar apenas números de celular. Os telefones fixos e rádios não serão alterados. A alteração é obrigatória, gratuita e a cargo de todas as operadoras.


PERGUNTAS E RESPOSTAS:

A mudança vai atingir quais usuários?
Quem tiver número de celular com código 11 será afetado. São usuários que têm telefones celulares em 64 cidades da Grande São Paulo.

O nono dígito será adicionado aos números de todo o Brasil?
O processo de inclusão do nono dígito ocorre inicialmente apenas nos municípios do estado de São Paulo com DDD 11. A mudança deve ser ampliada para todo o Brasil, mas não há previsão.

 Quando os telefones móveis no DDD 11 terão nove dígitos?
A partir de 29 de julho de 2012.

Qual é a lista das cidades com código 11?
As cidades são, segundo a Anatel: Alumínio, Araçariguama, Arujá, Atibaia, Barueri, Biritiba-Mirim, Bom Jesus dos Perdões, Bragança Paulista, Cabreúva, Caieiras, Cajamar, Campo Limpo Paulista, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guararema, Guarulhos, Igaratá, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Itatiba, Itu, Itupeva, Jandira, Jarinu, Joanópolis, Jundiaí, Juquitiba, Mairinque, Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Morungaba, Nazaré Paulista, Osasco, Pedra Bela, Pinhalzinho, Piracaia, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Salto, Santa Isabel, Santana de Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Lourenço da Serra, São Paulo, São Roque, Suzano, Taboão da Serra, Tuiuti, Vargem, Vargem Grande Paulista e Várzea Paulista.

Os números dos telefones fixos também irão mudar?
Não. Continuarão com 8 dígitos.

Os números de rádio irão mudar?
Não. Os números que são usados como terminais de rádio não irão mudar.

O usuário pode optar por não incluir o 9?
Não, a mudança será automática e obrigatória.

A mudança de número custa algo?
Não, ela é gratuita e de responsabilidade das operadoras.

Será preciso incluir o nono dígito para enviar SMS?
Sim, a mudança também afeta o envio de mensagens.

Quem ligar de fixo para celular da área 11 também precisará incluir o nono dígito?
Sim. Quem ligar de qualquer telefone - seja fixo ou móvel - para um telefone móvel da área 11 terá de discar o nono dígito para que a ligação seja completada.

Como serão feitas as ligações de outros estados?
Da mesma forma como são feitas hoje, mas com a inclusão do nono dígito. Exemplo: 0 + código da operadora + 11 + 9XXXX-XXXX.

As ligações serão completadas caso não seja incluído o número 9?
Nos primeiros dez dias, serão completadas normalmente. A partir de 8 de agosto, as ligações serão interceptadas gradualmente, e o cliente receberá um aviso sobre a mudança do número.

Quando as chamadas usando os números antigos deixam de ser completadas?
As chamadas feitas para números do DDD 11 usando números com 8 dígitos não serão mais completadas 90 dias após a mudança e o assinante será orientado a usar a nova numeração. Mensagens não serão mais enviadas. O aviso deixa de ser dado em 15 de janeiro.

O cliente tem um pedido de portabilidade pendente. O que acontecerá com ele?
O processo de portabilidade acontecerá normalmente.

O que irá acontecer com os créditos do cliente quando o número for mudado?
O saldo dos assinantes, em créditos, nos telefones pré-pagos, não será alterado pela mudança da numeração.

Por que os números de celulares terão o nono dígito?
Para aumentar o número de combinações entre os números e, assim, aumentar o número de linhas possível. Na região do DDD 11 já existem 42 milhões de chips em uso ou já aprovados para venda (95% do possível).

Há previsão do uso de dez dígitos para números do DDD 11?
Não. Com o inclusão do nono dígito, ficam liberadas para celular as combinações com oito números que hoje só são usadas para fixos e que começam com 2, 3, 4 e 5, além do número 1. Com isso, as combinações possíveis chegarão a 90 milhões. O zero após o nove não será usado inicialmente para não haver confusão com as chamadas a cobrar, que começam com o “90”.

Quando ocorreu a última mudança?
Em 1998, algumas prestadoras originárias do Sistema Telebrás operavam com sete dígitos. Naquele ano, a Anatel publicou uma resolução padronizando o uso do celular no Brasil, e todas as operadores passaram a oferecer linhas com oito dígitos. A adaptação ocorreu até 2003.

As promoções feitas para conquistar clientes, como a distribuição de chips pré-pagos, é responsável por esse crescimento? É algo que deve ser mudado?
A Anatel diz não ver problema nas estratégias de distribuição de chips. Ao contrário, avalia  que se enquadram na atribuição da agência de disseminar a telefonia no Brasil.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Ataques deixam oito mortos em Taboão da Serra, SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 Oito pessoas morreram em ataques entre a noite desta segunda (8) e a madrugada desta terça-feira (9) em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, segundo a Polícia Civil. Outras quatro ficaram feridas por disparos.

O número de mortos foi confirmado pelo delegado que investiga o caso, Gilson Campinas, do 1º Distrito Policial de Taboão. Até por volta das 6h30, entretanto, a Polícia Militar só confirmava cinco mortes.

O primeiro a ser morto foi o policial militar Hélio Miguel Gomes de Barros, de 36 anos, que estava de folga. Ele foi assassinado por dois homens que estavam em uma moto em um posto de combustíveis, no bairro de Pirajussara. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital. A polícia já está com as imagens das câmeras de segurança do posto, que podem ajudar a identificar os criminosos. O PM tinha 15 anos de profissão e deixou dois filhos.

 Na Rua João da Fonseca, dois homens morreram em um ataque. Já na Rua Teresa Montes Sanches, guardas contaram que homens em um carro passaram atirando em três pessoas. Duas ficaram feridas e uma morreu enquanto tentava pular uma grade de ferro.

O irmão de um policial militar foi morto na Rua Nicolau Gentili. Testemunhas disseram que quatro homens encapuzados vinham de carro pela rua e atiraram contra um grupo de pessoas que estava na calçada.

O caso será investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pelo 1º DP de Taboão da Serra. No início da manhã desta terça-feira (9), não havia indícios de que os crimes tivessem relação. Ninguém havia sido preso até as 7h30. O policial militar deve ser enterrado no Cemitério Girassóis, em Parelheiros, na Zona Sul de São Paulo.

Embu
Perto do local desses crimes, em Embu das Artes, também na Grande São Paulo, dois homens em uma moto assaltaram uma mulher, fugiram e não pararam quando a polícia pediu. Depois de se desequilibrarem e caírem da moto, os suspeitos atiraram contra os policiais militares. Os PMs reagiram, segundo a corporação. Um dos suspeitos foi morto no local. O outro foi socorrido, mas morreu em um pronto-socorro da região. Com eles, a polícia apreendeu dois revólveres, de calibres 32 e 38.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Serra e Haddad retomam campanha nesta segunda-feira (Postado por Lucas Pinheiro)

Os candidatos que vão disputar o segundo turno das eleições municipais de São Paulo, José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), retomam a campanha nesta segunda-feira (8). Haddad, que recebeu 28,98% dos votos válidos, deve participar de uma reunião com a coordenação da campanha ainda nesta manhã. Ele também deve dar entrevistas à imprensa ao longo do dia. Já candidato tucano, que teve 30,75% dos votos, deve fazer uma caminhada pela Vila Formosa, na Zona Leste.

 Serra foi governador do estado de São Paulo (2007 a 2010), prefeito da capital paulista (2005 e 2006), ministro do Planejamento (1995 e 1996) e da Saúde (1998 a 2002) no governo Fernando Henrique Cardoso (1995 a 2002), senador (1995 a 2003), deputado federal (1987 a 1994) e candidato à presidência da República em 2002 e 2010.

Haddad foi chefe de gabinete da Secretaria de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy em São Paulo e ministro da Educação entre 2005 e 2012, quando se licenciou para disputar a Prefeitura de São Paulo. O convite partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a escolha de Haddad em detrimento de nomes tradicionais do PT, como o de Marta.

 Discursos
Em seu discurso de comemoração, Serra afirmou que sua ação política é revestida de “valores” e fez alusão ao mensalão. "A ação política é revestida de valores e eu quero reiterar isso aqui. Isso é muito importante, valores, que é uma coisa que no Brasil ameaçou, saiu de moda, e felizmente com o nosso STF esta voltando à moda, os valores. O tucano afirmou ainda que a parceria com o governador Geraldo Alckmin será importante para que as obras sejam realizadas.

Haddad afirmou que vai buscar alianças e resssaltou a evolução da campanha. "Foi uma jornada difícil. Saímos de 3%”, disse. “É uma trajetória significativa“, disse. O petista disse que sua candidatura representa a mudança. "A população de São Paulo está preocupada com seu futuro. Se vai manter o que está aí ou se vai atrás de uma mudança. É isso que está em jogo", afirmou.

Propostas
Haddad destacou durante sua campanha a ideia de criação de um Bilhete Único Mensal, no valor de R$ 140, que permitirá ao usuário de transporte na capital fazer um número ilimitado de viagens, a construção de 150 km de corredores de ônibus e a parceria com Metrô para novas estações. Ele prometeu extinguir a taxa de inspeção veicular. Na área de educação, promete construir 20 CEUs e abrir 150 mil vagas em creches em parceria com União e 100 mil no Pronatec.

Serra se comprometeu, na área da saúde, a interligar os sistemas estadual e municipal, que contam com mais de 1 mil unidades; criar mais 30 AMAs 24h e formar 100 mil cuidadores de idosos e deficientes. Para aumentar a segurança, prometeu colocar mais câmeras de vigilância, investir na GCM e dobrar a Operação Delegada, colocando mais 8 mil PMs nas ruas. Em educação, pretende criar escolas técnicas, ampliar vagas em creches, aumentar a carga horária nas escolas e valorizar professores.

 Campanha
Ao longo da campanha, pesquisas chegaram a não apontar a disputa entre os dois candidatos no 2º turno. As primeiras pesquisas de intenção de voto após a definição dos candidatos apontavam a liderança isolada de Celso Russomanno, do PRB.

Nas duas semanas que antecederam a votação, candidatos usaram o horário eleitoral e entrevistas para apontar problemas nas propostas de Russomanno. Haddad concentrou as críticas no bilhete proporcional. Ele afirmou que a ideia do candidato do PRB resultaria em mais despesas para famílias pobres que moram mais longe e benefício para as famílias ricas, que moram perto do Centro.

Questões religiosas pautaram parte da campanha deste ano. O pastor Marcos Pereira, presidente nacional do PRB e coordenador da campanha de Russomanno, havia publicado em seu blog em maio de 2011, um texto que associa o "kit anti-homofobia", que ficou conhecido como "kit gay", à influência da Igreja Católica. O texto voltou a circular durante a campanha e foi considerado pela Arquidiocese de São Paulo. Dom Odilo Scherer emitiu notas e chegou a realizar um encontro com Russomanno.

Nesta semana, o bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, divulgou em seu blog um texto contra Fernando Haddad. A mensagem, que associava o petista ao "kit gay", foi rebatida por Haddad. Pelo mesmo motivo, o pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus, criticou Haddad ao declarar apoio a Serra.

Serra x Haddad
As polêmicas da disputa também envolveram os dois classificados para o segundo turno. Serra anunciou em fevereiro deste ano sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo em meio às prévias do PSDB para escolha entre outros quatro pré-candidatos do partido. Serra dedicou parte da campanha a explicar sua saída da Prefeitura de São Paulo para disputar o governo do estado, segundo ele, um meio de não deixar São Paulo cair nas mãos do PT.

Em relação a Haddad, a campanha começou com a polêmica aliança do PT com o PP de Paulo Maluf, aliado no governo federal, mas adversário histórico em São Paulo. A foto de Lula apertando a mão de Maluf para celebrar a aliança irritou a ex-prefeita Luiza Erundina (PSB), que diante do episódio desistiu de ser vice de Haddad, embora tenha permanecido na aliança. Durante a campanha, Haddad também foi questionado sobre o impacto do julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF), cuja ação afeta lideranças petistas.

A senadora e ex-prefeita Marta Suplicy, que resistia a entrar na campanha de Haddad, foi convidada pela presidente Dilma Rousseff a assumir o Ministério da Cultura. Serra comentou diversas vezes sobre a indicação na campanha, pois considerou que houve uma contrapartida pelo apoio, sempre negada pelos petistas. Serra chegou a dizer que Dilma “vem aqui meter o bico em São Paulo”. Em resposta, a presidente afirmou, em um comício de campanha de Haddad, que “não tem como dirigir o Brasil sem meter o bico aqui em São Paulo”.

Confira votação dos candidatos
José Serra (PSDB): 30,75%
Fernando Haddad (PT): 28,98%
Celso Russomanno: 21,60%
Gabriel Chalita (PMDB): 13,60%
Soninha (PPS): 2,65%
Carlos Giannazi (PSOL): 1,02%
Paulinho da Força (PDT): 0,63%
Levy Fidelix (PRTB): 0,32%
Ana Luiza (PSTU): 0,21%
Miguel (PPL): 0,12%
Eymael (PSDC): 0,09%
Anaí Caproni (PCO): 0,02%

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Curso de pilotos da PM de São Paulo tem primeira aluna mulher (Postado por Lucas Pinheiro)

 Ela arruma o cabelo, se preocupa em combinar a cor do elástico com a das presilhas, e se senta para a entrevista. "A mulher, aos poucos, está alcançando locais inexplorados [na sociedade]", diz a tenente da Polícia Militar (PM) Lara Carolina Duarte, ela própria uma exploradora. Nesta semana, Lara se tornou a primeira aluna do curso de pilotos da Polícia Militar (PM) de São Paulo. Não apenas quebrou uma histórica predominância masculina no comando dos helicópteros da polícia paulista, mas também passou em primeiro lugar.

"Estamos mostrando que também somos capazes, que temos total condição de preparar e assumir funções diferentes".  Em entrevista ao G1 na base do Grupamento Aéreo de Sorocaba, sua cidade natal, Lara conta que realizou um sonho duplo: ser piloto e ser policial "Desde que veio a vontade de entrar para a Polícia Militar a minha intenção era entrar para o Grupamento Aéreo. Prestei ano passado e não tive êxito, mas continuei treinando e aguardando a abertura do concurso novamente."

 A prova é oferecida exclusivamente para oficiais com dois anos de experiência. A primeira fase, eliminatória, é de testes físicos: subida na corda, abdominal, corrida, natação, flutuabilidade e pórtico (travessia em altura). A segunda consiste em provas psicológicas: dinâmicas de grupo, simulações de ocorrência e entrevistas.

"Sempre quis [pilotar]. Minhas intenções, estando na polícia, eram duas: queria voltar para minha cidade, sou de Sorocaba, e dando o tempo, prestar para o Grupamento Aéreo. É uma realização profissional e pessoal, ainda mais pelo fato de não ter piloto feminino no Estado de São Paulo."

Aos 27 anos, Lara diz que treinou uma hora e meia, de cinco a seis dias por semana, para as provas físicas. "Sou da opinião de que quando a pessoa quer, ela se dedica e consegue alcançar os objetivos."

 A família achou um pouco estranho a escolha da filha pela área policial. "Não venho de uma família militar. No começo, o pessoal achou um pouco diferente, até por não ter contato direto. Mas assim que mostrei como seria a realidade, tive total apoio. Quando começou o concurso, que comecei a ir atrás desse sonho, eles apoiaram, torceram. O pessoal foi acompanhando pelas redes sociais e me ligaram para me dar os parabéns."

Já o marido divide o sonho. "Ele também é policial, mas nos conhecemos ainda no mundo civil. Temos os mesmos ideais, e a aviação é uma afinidade."

No Facebook, Lara agradeceu a recepção de todos a sua volta. "É gratificante demais ver como as pessoas receberam a notícia. Pra mim é um dos melhores momentos da vida", contou a futura piloto do Águia.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Polícia investiga morte de estudante baleada na porta de casa em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

 A Polícia Civil ainda não identificou o assassino da estudante de administração Vanessa Ferreira Carobone, de 21 anos, que foi morta em uma tentativa de assalto, na noite deste sábado (29), na porta de casa, no bairro da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo.

A estudante ia sair com o namorado, que a aguardava dentro do carro, na frente da residência. Ele disse que a jovem percebeu uma movimentação incomum na rua. “Ela entrou no carro rápido e falou: ‘Vamos logo que tem gente estranha na rua’. Comecei a arrancar o carro. O cara não deu voz de assalto. Ele só chegou, apareceu do lado na minha janela e disparou”, contou o rapaz, que pediu para não ser identificado.

 O tiro foi dado na janela do lado do motorista, mas a bala atingiu Vanessa, que estava no banco do passageiro. O namorado ainda conduziu o carro até um posto da Polícia Militar. Os policiais socorreram a jovem. Ela chegou morta ao hospital.

Revoltados, os pais lamentaram a morte da filha. “A gente nunca pensa que vai acontecer com a gente. Eu amava minha filha. Agora fiquei sem ela”, disse Gilberto Carobone, pai de Vanessa.

“Ninguém pode sentir o que nós estamos sentindo. É a coisa mais triste que alguém pode passar é perder um filho principalmente nessas condições”, declarou a mãe, Marisa Carobone.