Faltando apenas quatro dias para o fim do uso da sacolinha plástica descartável nos supermercados do estado de São Paulo, parte dos consumidores ouvidos pelo G1 afirmar ainda depender dela para fazer suas compras. Foi o que a reportagem constatou ao visitar supermercados na tarde de sexta-feira (30) em São Paulo. Na quarta-feira (4), a sacolinha já não poderá ser oferecida, segundo o acordo firmado entre o Ministério Público e os supermercados em fevereiro. O pacto deu dois meses para o consumidor se adaptar e obriga ainda os supermercados a vender até agosto um modelo de sacola reutilizável por até R$ 0,59.
Apesar das caixas de papelão espalhadas em pontos específicos dos supermercados e da venda de sacolas reutilizáveis, a maioria dos consumidores pedia a sacolinha plástica na sexta-feira no Carrefour da Avenida Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. Em um período de 30 minutos, por volta das 16h, a reportagem contou em seis caixas 17 clientes com as sacolinhas descartáveis e apenas 5 com as retornáveis. Um número menor optou pelas caixas de papelão ou por transportar a compra nos carrinhos até o estacionamento.
O quadro é bem diferente do que afirma a Associação Paulista do Supermercados (Apas), segundo a qual 80% dos consumidores já aderiram à nova realidade das compras sem sacolinhas. “Vai ser muito tranquila essa passagem”, afirma João Sanzovo, diretor de Sustentabilidade da Apas, em relação ao fim das sacolinhas na quarta-feira (4).
Não é o que imaginavam na sexta os consumidores do supermercado Extra da Avenida Vereador João de Luca, também na Zona Sul, onde o uso das sacolinhas era ainda mais intenso do que no Carrefour. Em um período de 30 minutos por volta das 15h, 23 pessoas deixaram cinco caixas com sacolinhas e só 5 com sacolas retornáveis.
“Como vou fazer as compras do mês daqui para a frente?”, questiona a gerente comercial Lilian Castro, de 40 anos, que transportava suas compras em um carrinho com mais de dez sacolinhas. Para ela, a extinção do produto vai trazer dor de cabeça. “É difícil depender das sacolas retornáveis para compras grandes. As plásticas são muito mais práticas”, afirma.
A opinião é diferente da dona de casa Ivete da Costa, de 77 anos. Ela ganhou uma sacola retornável de presente e não a abandona na hora das compras. “Acho mais fácil ter a minha própria sacola do que ter que me virar com um monte de sacolinhas menores”, diz. Ivete também comemora os benefícios que o fim das sacolinhas pode trazer para o meio ambiente.
Natureza
O acordo para o fim das sacolinhas entra em vigor para valer na quarta-feira (4), mas já é um projeto antigo. Em maio do ano passado a Apas firmou acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo prevendo a extinção do utensílio. As sacolinhas são uma ameaça à natureza porque, segundo especialistas, podem levar 500 anos para se decompor. Elas acabam sendo descartadas de forma inadequada, na rua, e acabam poluindo a água e o solo e ainda entopem bueiros.
A proibição do uso começou em janeiro. No entanto, os supermercados começaram a cobrar pela venda de sacolas biodegradáveis. O Ministério Público e o Procon intervieram. Foi determinado o fim definitivo da venda dessas sacolas biodegradáveis (porque também são descartáveis) e um prazo de dois meses para que os consumidores se adaptarem. Os supermercados tinham de oferecer uma alternativa gratuita como caixas de papelão e até tentaram esconder a sacolinha plástica embaixo dos caixas.
A ideia era que a sacola não ficasse à mostra nos caixas e fosse oferecida apenas a quem pedisse. Mas o anseio do consumidor pela sacolinha praticamente tornou impossível esse prática. Nesta sexta, no Extra, as sacolinhas ficavam nos balcões dos caixas em tempo integral.
O diretor de Sustentabilidade da Apas, João Sanzovo, afirma que várias foram as ações adotadas pelos supermercados e pelos consumidores nesse período. “O carrinho de feira vem sendo bastante utilizado porque é prática para as pessoas”, diz. Há ainda iniciativas de comerciantes que levam as compras de seus clientes em casa.
Uma das opções é a sacola retornável mais barata. Os supermercados são obrigados no acordo com o Ministério Público a vender até o início de agosto uma sacola reutilizável por até R$ 0,59. O preço é bastante inferior ao cobrado pelos produtos de melhor qualidade, que custam, em geral, entre R$ 2 e R$ 3. O Procon, órgão encarregado de fiscalizar se este item está sendo cumprido, não forneceu um balanço de suas ações.
Sanzovo lembra que uma campanha de conscientização é realizada desde novembro informando os consumidores sobre o fim próximo das sacolinhas. A eficiência desse preparo do consumidor será medida a partir de quarta-feira.
Apesar das caixas de papelão espalhadas em pontos específicos dos supermercados e da venda de sacolas reutilizáveis, a maioria dos consumidores pedia a sacolinha plástica na sexta-feira no Carrefour da Avenida Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. Em um período de 30 minutos, por volta das 16h, a reportagem contou em seis caixas 17 clientes com as sacolinhas descartáveis e apenas 5 com as retornáveis. Um número menor optou pelas caixas de papelão ou por transportar a compra nos carrinhos até o estacionamento.
O quadro é bem diferente do que afirma a Associação Paulista do Supermercados (Apas), segundo a qual 80% dos consumidores já aderiram à nova realidade das compras sem sacolinhas. “Vai ser muito tranquila essa passagem”, afirma João Sanzovo, diretor de Sustentabilidade da Apas, em relação ao fim das sacolinhas na quarta-feira (4).
Não é o que imaginavam na sexta os consumidores do supermercado Extra da Avenida Vereador João de Luca, também na Zona Sul, onde o uso das sacolinhas era ainda mais intenso do que no Carrefour. Em um período de 30 minutos por volta das 15h, 23 pessoas deixaram cinco caixas com sacolinhas e só 5 com sacolas retornáveis.
“Como vou fazer as compras do mês daqui para a frente?”, questiona a gerente comercial Lilian Castro, de 40 anos, que transportava suas compras em um carrinho com mais de dez sacolinhas. Para ela, a extinção do produto vai trazer dor de cabeça. “É difícil depender das sacolas retornáveis para compras grandes. As plásticas são muito mais práticas”, afirma.
A opinião é diferente da dona de casa Ivete da Costa, de 77 anos. Ela ganhou uma sacola retornável de presente e não a abandona na hora das compras. “Acho mais fácil ter a minha própria sacola do que ter que me virar com um monte de sacolinhas menores”, diz. Ivete também comemora os benefícios que o fim das sacolinhas pode trazer para o meio ambiente.
Natureza
O acordo para o fim das sacolinhas entra em vigor para valer na quarta-feira (4), mas já é um projeto antigo. Em maio do ano passado a Apas firmou acordo com a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo prevendo a extinção do utensílio. As sacolinhas são uma ameaça à natureza porque, segundo especialistas, podem levar 500 anos para se decompor. Elas acabam sendo descartadas de forma inadequada, na rua, e acabam poluindo a água e o solo e ainda entopem bueiros.
A proibição do uso começou em janeiro. No entanto, os supermercados começaram a cobrar pela venda de sacolas biodegradáveis. O Ministério Público e o Procon intervieram. Foi determinado o fim definitivo da venda dessas sacolas biodegradáveis (porque também são descartáveis) e um prazo de dois meses para que os consumidores se adaptarem. Os supermercados tinham de oferecer uma alternativa gratuita como caixas de papelão e até tentaram esconder a sacolinha plástica embaixo dos caixas.
A ideia era que a sacola não ficasse à mostra nos caixas e fosse oferecida apenas a quem pedisse. Mas o anseio do consumidor pela sacolinha praticamente tornou impossível esse prática. Nesta sexta, no Extra, as sacolinhas ficavam nos balcões dos caixas em tempo integral.
O diretor de Sustentabilidade da Apas, João Sanzovo, afirma que várias foram as ações adotadas pelos supermercados e pelos consumidores nesse período. “O carrinho de feira vem sendo bastante utilizado porque é prática para as pessoas”, diz. Há ainda iniciativas de comerciantes que levam as compras de seus clientes em casa.
Uma das opções é a sacola retornável mais barata. Os supermercados são obrigados no acordo com o Ministério Público a vender até o início de agosto uma sacola reutilizável por até R$ 0,59. O preço é bastante inferior ao cobrado pelos produtos de melhor qualidade, que custam, em geral, entre R$ 2 e R$ 3. O Procon, órgão encarregado de fiscalizar se este item está sendo cumprido, não forneceu um balanço de suas ações.
Sanzovo lembra que uma campanha de conscientização é realizada desde novembro informando os consumidores sobre o fim próximo das sacolinhas. A eficiência desse preparo do consumidor será medida a partir de quarta-feira.
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