quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Auxiliar de enfermagem depõe sobre bebê que recebeu leite na veia em SP (Postado por Lucas Pinheiro)

A auxiliar de enfermagem Maria Neusa Neri Leão, de 56 anos, suspeita de errar ao injetar 10 ml de leite via intravenosa em um bebê de apenas 13 dias, chegou ao 51º DP (Butantã) por volta de 14h30 desta quarta-feira (16) para prestar depoimento. O caso ocorreu no Hospital Municipal Professor Mário Dégni, no Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo, no dia 7 e o recém-nascido morreu.

Maria Neusa estava sendo esperada desde a manhã; no entanto, o advogado Roberto Vasconcelos da Gama informou que sua cliente havia passado mal e precisou ser medicada. Por isso, o depoimento foi remarcado para esta tarde. O defensor esteve na delegacia para ter acesso ao inquérito.

Segundo ele, os depoimentos apontam que foi constatado que o bebê começou a passar mal 0h30, quando a bomba de infusão de alimento começou a apitar – a auxiliar de enfermagem havia feito o procedimento para alimentar a criança entre 23h30 e 0h. “Meia-noite e meia ele passou mal, constatou-se a infusão de modo equivocado; a sonda ao invés de nasogástrica estaria colocada no cateter que faz a infusão do medicamento”, disse o advogado.

Segundo ele, a enfermeira responsável pelo plantão chamou uma médica e foi feito um processo de aspiração do leite da veia. O bebê foi estabilizado, ficou em observação e voltou a passar mal às 3h30. “Em nenhum momento ela [a auxiliar de enfermagem] foi chamada. Se ela mesma que tinha feito o procedimento incorreto o mínimo que se exigiria é ter chamado ela”, afirmou o advogado. De acordo com ele, sua cliente estava jantando quando a criança passou mal pela primeira vez.

Quando o bebê voltou a passar mal outra médica foi chamada, e a auxiliar de enfermagem responsabilizada percebeu a movimentação e auxiliou no socorro, mas não foi informada de nada. A criança morreu às 7h25 – e somente depois disso, quando já ia embora, foi dito à auxiliar de enfermagem que ela teria errado.

“Para ela, ela fez o procedimento correto. Em momento algum ela se lembra de ter usado o acesso errado. Ela não quer atribuir [culpa] a ninguém, quer ter certeza de que errou, mas ela não tem essa certeza”, afirmou Gama, que não quis apontar outros possíveis responsáveis. “Para ela não havia o porquê de ela fazer a infusão no local incorreto.”

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